sábado, abril 30, 2011

Superstição...?

O meu Amigo Tiago Nascimento, referindo-se ao casamento de Wiliam e Kate, dizia, no Facebook: «Que raio de dia para um gajo se casar!..

Não sei, efectivamente, a que aludia o Tiago com esta afirmação, mas, deitando-me a adivinhar, deduzo que se está a reportar a um velho aforismo popular português que adverte: «à segunda e à sexta-feira, nem cases a filha, nem urdas a teia.»

Seguindo a advertência, poderão dizer que se trata de uma superstição que, como muitas outras, não tem qualquer sentido. Pode ser que não. Contudo, os crentes nessas coisas, não auguram nada de bom a quem despreza tal ditado popular.

Assim, também nós, ficamos duvidosos com o sucesso de tal matrimónio, não pelo casal, que é lindo, e sim, por tudo o que os envolve e cujo desfecho é bem imprevisível.

Ele há tanta maldade, tantos jogos por detrás dos reposteiros da “Casa Real” inglesa… Por isso, não é difícil augurar um panorama, algo parecido com o que viveram Carlos e Diana, especialmente esta última.

Não estou a profetizar, estou, simplesmente, a constatar, comparativamente, uma realidade ainda bem fresca na memória de muita gente. Enfim, o que for se verá!

No entanto, ao contrário do que sempre me sucede, bem gostaria que estas minhas conjecturas estivessem completamente erradas, pois os jovens, recém casados, não merecem a cobiça e a má fé de quem os envolve.

quinta-feira, abril 28, 2011

Sumptuosidade...

Sempre fui contra a sumptuosidade e o despesismo, sem conta nem medida, normalmente existente em muitas cerimónias e actos de casamento.

Por isso me revolta e dói ver tanta “loucura” e tanto dinheiro gasto, em caudal, nesses momentos da vida das pessoas, pois, mesmo sem sair da porta de minha casa, vejo, à minha volta, imensa carência de alimento, vestir, condições de ter higiene, educação, saúde, justiça e… dignidade humana.

Dirão que não mudo o mundo! Sim, é verdade, não mudo nada, nem coisas, nem pessoas. E fico triste a chorar por quantos, por essa Terra fora, sofrem mínguas sem dimensão, nem explicação.

Para se ser feliz, basta tão pouco! Basta apenas haver amor para dar e para receber em recíproca dádiva de corações e espíritos solidários!

Os pontos de admiração não são somente de admiração, são, sobretudo, de afirmação muito concreta, dada a verdade do que, peremptoriamente, se diz.

Penso que quem é inteligente e de boa intenção já entendeu, muito bem, o que estou a dizer e, assim, sem mais divagações, me calo, para que meu silêncio se perpetue, de quebrada em quebrada, e chegue e toque todas as almas.

Schiuuuuu!

quarta-feira, abril 27, 2011

Obras

As obras no meu bairro, são (quase) como as de “Santa Engrácia”, nunca mais têm fim. Vai ficar tudo muito bonito se… entretanto, não faltarem as verbas! Isto dos “cortes”, chega a todo o lado…

Por que será que as requalificações urbanas são sempre tão demoradas? Para poupar mão-de-obra, usam-se menos operários? Os projectos não estão completos e vai-se projectando à medida que se vai fazendo? Os pagamentos vão se fazendo, aos bochechos, só quando há dinheiro? A quem cabe a culpa nos atrasos, ao empreiteiro ou ao dono da obra?

Seja lá pelo que for, o certo é que primeiro que algo se complete passa uma eternidade que, ao ser inaugurado, tudo está já gasto e ultrapassado.

Apetece-nos dizer, por ironia: Vejam lá se não se atrasam mais, antes que o FMI lhe dê na “real gana” e mande cortar nas “despesas”. Que raio… nós merecemos e precisamos das melhorias que estão a ser feitas! Não é um luxo, é uma necessidade!

Mas o que digo para o meu bairro tem cabimento para outras melhorias de que a cidade está carecida e tem em obra.

Quem se atrasa tem de correr um pouco (ou um muito) mais para se tornar a pôr ao lado dos outros competidores.

Cá está, de novo, a minha atávica, contudo saudável, loucura. Pronto. Não digo mais nada!...

segunda-feira, abril 25, 2011

O "melhor"

As pessoas quando fazem ou promovem mudanças de regime – cremos – fazem-no porque estão convictas de que as coisas vão mudar para melhor. Mesmos os ditadores, no momento da mudança e/ou em que atingem o Poder – pensamos –, estão convencidas que tudo mudará para melhor.

O problema, é claro, está é no conceito de “melhor”, pois o que para uns é bom, pode não o ser para outros. Um indivíduo de Direita, por certo, que apostará num regime capitalista; enquanto um outro adepto e cultor de ideais de Esquerda dará preferência a um sistema mais colectivista e de distribuição equitativa de benefícios.

Em Portugal sucedeu, após 25 de Abril de 74, um tanto parecido com o que acabamos de dizer. Todos os partidos que, ao longo destes 37 anos, foram estando no Poder, estavam, ideologicamente, certos de que (a sua governação) estava a fazer o “melhor”.

Afinal as coisas e a vida não são assim tão lineares quanto, de boa fé, muitas vezes, se julga. E… o resultado está bem à vista: um país à beira da falência, mas – afirme-se com veemência – não derrotado e acabado, bastando, apenas, “apertar um pouco (ou um muito) o cinto” e trabalhar com afinco e, naturalmente, a vitória será atingida.

A Esperança não pode, nem dever nunca, desaparecer das nossas almas e dos nossos corações.

Temos 9 séculos de existência e queremos ter muitos mais!....

sexta-feira, abril 22, 2011

Páscoa - passagem

Tal como agora, numa lua cheia, há 1974 anos ocorreu em Jerusalém, pelas três da tarde, uma terrível trovoada que, pelo efeito de um raio, rasgou, de alto a baixo, a cúpula do Templo reconstruído por Herodes. Nesse mesmo instante, ali próximo, no monte da Caveira, expirava (?), numa cruz, um homem que condenaram sob a acusação de fazer andar os coxos, dar vista aos cegos, ressuscitar os mortos e, sobretudo, ensinar que os homens são todos iguais e que o amor e a paz são a força da Vida humana.

Sem pretender impor comentários, sempre direi que esse homem ainda hoje continua a bradar do cimo daquele encruzilhado de paus: «Pai, perdoa-lhes que não sabem o que fazem!»

Nesta passagem da morte para a vida, da falência para a recuperação, bem nos apetece, tal como Jesus de Nazaré, gritar, até a voz nos doer: «Quem tiver ouvidos, ouça!...»

Feliz e Santa Páscoa para todos os Homens de Boa Vontade!

Sãos os humildes, mas sinceros votos do vosso amigo de sempre,

José Calema

quarta-feira, abril 20, 2011

injustiças da "crise"

Às vezes fico a pensar se a Crise” é para todos ou se ainda há privilegiados que não sabem o que isso é, pois gastam que nem uns nababos.

Vem isto a propósito de uma notícia do Google em que, em título, se dizia que “um estudo revela que os portugueses gastam mais em hotéis lá fora…”

Sim, sim! Lá fora somos todos muito ricos, nem que, para isso, nos endividemos disparatadamente e tenhamos, depois, que “apertar o cinto”, por anos e anos.

Eu já não sei se a “nossa” crise foi originária dos maus governos nacionais e estrangeiros, se de nós próprios, desta loucura, de gente pobre com manias e baforadas de ricos.

Agora trememos de medo, porque o FEEF e o FMI, nos vão fazer pagar tudo com “língua de palmo”, até ao último cêntimo, quer gritemos, quer esbracejemos. “Cá se fazem, cá se pagam”. Só que há gente que sem nada ter feito está a (e vai) pagar aquilo que não gozou.

Ai – ó Deus! – que lei cruel e injusta!!!

segunda-feira, abril 18, 2011

A "Crise" e o medo

Quedam medos sem destino, na alma de muita gente, mas, apesar de haver razão, que ninguém se deixe abater pelo acabrunhante desânimo. Os antigos diziam que «atrás de tempos, tempos vêm», no que, sejamos esperançosos e, também, muito realistas há imensa verdade, pois, no meio das tragédias, que nos assolam, acaba sempre por haver algo de bom que impele a seguir caminho, retirando os escolhos e lambendo as feridas.

Não é pondo-nos às “marradas” ao (no) muro das lamentações que solucionamos os problemas que nos afectam, tenhamos disso plena consciência. O que é preciso é seguir o conselho do Marquês de Pombal, ao afirmar, no Terramoto de 1755: «enterrem-se os mortos e cuidem-se os vivos!»

O terramoto económico e político que estamos a viver, não é maior, nem menor do que o daquela ocasião. Só que, naquela época, recorreu-se à ajuda dos nossos “velhos” aliados, os ingleses, agora a ajuda vem do FEEF e do FMI, afinal, vai dar ao mesmo.

Para “cuidar dos vivos”, Sebastião José de Carvalho e Melo, tratou de desenvolver a agricultura, a indústria e o comércio, da forma mais inteligente, ao alcance daquele tempo, promovendo a exportação de vinhos do Douro e outros produtos para Inglaterra e, naturalmente, dando trabalho a multidões de portugueses ociosos, como forma de reduzir a miséria, que, então, graçava.Tenhamos fé e não medo, e – vo-lo digo – surgirá, no meio da borrasca, um luminoso raio de Sol que nos salvará!....

sexta-feira, abril 15, 2011

Divagando sobre a "Crise"

Há mais de cinquenta anos, dizia meu pai, numa metáfora e com ironia, que “quem sobe os degraus duma faculdade, logo se julga doutor e já não quer sujar as mãos com trabalho, só quer mandar.”

Talvez por esse espírito tacanho, de alguns (muitos) portugueses, estejamos a viver as dificuldades destes dias. Não soubemos guardar os excessos, nem fomos capazes de criar novas coisas e preguiçamos, preguiçamos disparatadamente. A vida era-nos fácil. Parecia que tudo nos caía do Céu, qual maná, no deserto, aos judeus em busca da “terra prometida”.

E Portugal ficou de monte, com terra e terra por cultivar, fugindo á quadra do poeta de S. Pedro do Sul, António Correia de Oliveira que diz: «(...) quando a preguiça morrer | até o monte maninho | dará rosas, pão e vinho.»

A fome, que já assola muitas famílias, está a fazê-las retornar à terra, a cultivar as abandonadas leiras, todavia ainda não é bastante. È urgente que as terras, de pousio, voltem a ser aradas com uma agricultura inteligente, científica e produtiva, mas não gananciosa e poluente que as deixe exauridas e contaminadas.

E… se houver excesso, pela boa qualidade dos produtos obtidos, que se exporte, criando riqueza e, de certo modo, emprego para quem dele carece, para que lhe não chamem de “geração à rasca” e sim, de “geração desenrascada”, que soube arregaçar as mangas e, suando as estopinhas, trabalhar a terra, tirando dela quanto ela tem para dar.

Que mais há para dizer?!...

quarta-feira, abril 13, 2011

Mudanças perniciosas (?!...)

Já vivi 66 anos em Portugal continental e não me recordo de, nesta altura, andar com a roupa do pino de Verão. Estamos à borda da Páscoa e parece que já é S. João tal o calor que faz por cá.

Diziam os antigos que estas temperaturas – digo eu, fora de tempo - são para amargar, ou seja, queriam dizer que ainda haverá muito frio e chuva para vir e reforçavam esse pensamento afirmando que «Abril queima o carro e o carril e o que ficou o Maio o queimou». Num outro aforismo também era dito que «pela Páscoa usa o gibão e daí para a frente, trá-lo sempre».

Luís de Camões tinha razão ao versejar que «tudo é feito de mudança». Muda a meteorologia, muda a sociedade, muda a política, mudamos nós próprios, a cada momento. O que não muda afinal? Talvez as únicas coisas imutáveis sejam as “leis” cósmicas”, pois dependem de acontecimentos ocorridos há milhões de anos e de vectores inacessíveis à vontade (estupidez) humana.

Na Terra, as alterações devem-se aos erros do Homem, com exageros de todos os géneros, a poluição, e o uso de factores nocivos à natureza, tudo isso por ambição à riqueza fácil a que vulgarmente apelidamos de avareza, sovinice e ganância pelo gozo dos bens deste Mundo.

– Que não mude, nem desapareça a Energia do Amor – força capaz de curar todos os males e de corrigir o quanto tem sido mal feito no nosso Planeta!

O voto/aviso/grito, mais uma vez, aqui fica.

segunda-feira, abril 11, 2011

Cegueira

A minha neta de afecto, que não de sangue, para um trabalho na escola onde é professora, pediu-me um poema que falasse da cegueira. Eu correspondi ao pedido.

Mas fui avisando que a cegueira maior, hoje em dia e parece que sempre, não é de quem padece de uma qualquer anomalia visual e sim, a daqueles que, tendo óptima vista, possuem um espírito tão tacanho e hermético que não vêem o que se passa à sua volta, ou que se recusam, vendo muito bem, a enxergar o que é, por demais, evidente.

José Saramago, de certa forma, diz exactamente isto, no seu “Ensaio sobre a cegueira”. Cristo, há dois mil anos, também o disse e reforçou que esses tristes cegos, são tão maldosos que “vêem o cisco no olho alheio e são incapazes de ver o argueiro nos seus próprio olhos”.

Ele há, para ai, tantos cegos!...

E por aqui me quedo!...

sábado, abril 09, 2011

Dúvida

Já o disse por varias vezes e de vários modos, o Mundo – terra e homens – vive os estertores de um “tremendo” e doloroso parto.

Em face disso, torna-se impossível fazer previsões, a longo e mesmo a médio prazo. Se ontem era desta forma, hoje já não o é. Amanhã não o sabemos. Dantes era fácil calcular futuro com larga margem de tempo, mas neste momento as coisas, os factos e o pensamento dos homens alteram-se a cada minuto.

Não é ainda o caos, no entanto as pessoas vivem debaixo de grande tensão, temendo o que sucederá a seguir. Daí surge instabilidade, dúvida e desorganização. Queremos e não sabemos o quê. Caminhamos sem conhecer a rota e o destino final.

E este estado perturbado de estar na vida leva-nos a uma angústia atroz que, por seu turno, nos atira para depressões de difícil diagnóstico e quase impossível cura.

Então, o que fazer?...

Simplesmente viver o quotidiano com o ar de quem nada sabe e nada quer e seguir adiante, a buscar e a gozar cada momento como se fosse o último, melhor, como se for o primeiro de muitos que hão-de vir.

Hoje, para se ser feliz, tem de se viver, apenas e só, um dia de cada vez, pensando: o que for será!...

quinta-feira, abril 07, 2011

FMI ou FEEF - "Vem aí o Papão"!...

Ontem, depois da comunicação do 1º Ministro ao país, a dizer que íamos recorrer à ajuda económica externa, uma ex-colega de jornalismo, que estimo com muito afecto, para encerrar a edição do seu jornal, telefonou-me, com imenso senso profissional, para que, do alto da minha idade e muitas lembranças, lhe dissesse, usando da vivência anterior, o que foram esses tempos em que o FMI “geriu” Portugal.

Respondi-lhe que a maioria dos portugueses nem se apercebeu que estávamos sob “tutela” financeira vinda de fora.

Os tempos eram outros, a vida era outra. Estava-se ainda no uso do escudo como moeda em Portugal. As pessoas individual e familiarmente não estavam, ainda, sufocadas com a dívida da casa, do carro, dos electrodomésticos. Vivia-se do rendimento do trabalho, já que o desemprego não imperava e subjugava, como sucede actualmente, por outro lado, havia muita gente (quase a maioria) que gozava a exploração de um pequeno naco de chão, donde obtinha umas couves, uns tomates e/ou umas batatas e feijões para botar na panela o que, raramente, acontece no presente.

Portugal, por essa altura, não se subalternizava ao jugo esganador da Europa avarenta, gananciosa e comandada pelos interesses mesquinhos da Banca sempre ávida de lucro.

Mas não tenhamos medo, pois, no passado, já vencemos mil apertos e aflições e, galhardamente, “a lamber as feridas” sempre soubemos ir avante e continuar a ser “Nação valente e imortal”.

terça-feira, abril 05, 2011

Honra e Glória à Inteligência

A minha gata, quando a brincadeira lhe não convém, tem sabedoria bastante para se esconder algures, mesmo que deixe o rabo de fora. Julga ela, por certo, que nos engana. Talvez não nos aldrabe, mas, pelo menos, ganha tempo e fôlego para uma nova diversão.

Este comportamento instintivo dos bichos, faz-me lembrar alguns políticos ronhentos a pararem, por pequenos períodos de tempo, para, de repente, contra-atacarem com suas tendenciosas estratégias e, vitoriosos, “levarem a água ao seu moinho”.

É o chamado “jogo do gato e do rato” em que a inexperiência do pequeno roedor o faz cair no engodo do desinteresse do predador, caindo-lhe facilmente na goela ávida e gulosa.

Louvores a quem e para quê?!...

Eu não gosto de ratos, mas simpatizo (e muito) quando eles se mostram suficientemente inteligentes para escaparem às malévolas intenções do predador. È um pouco como nas touradas. Divirto-me se o touro se torna esperto e leva de cambolhada os forcados que, depois de tão maltratado, ainda o querem humilhar, agarrando-o à córnea ou à barbela.

Tudo isto vem a propósito da entrevista que José Sócrates concedeu, ontem, à noite, à R.T.P., em que o meu amigo Vítor e a Sandra, inexperientes perante muita prática, foram atirados pela arena, como forcados na frente de um touro astuto e com força para dar e vender.

E pronto, ficou tudo dito…!

domingo, abril 03, 2011

Saudade...

A minha muito querida Amiga (com A maiúsculo) Maria Azevedo, escreveu, no Facebook, o que a seguir transcrevo e que revela quanto amor e sensualidade trouxe da sua terra – toda plantada no meio do Oceano Atlântico – e que lhe enche a alma de poetisa e de mulher a transbordar sensibilidade, por todos os poros de seu corpo e pelos refegos recônditos da sua alma.

«... Ilha, o cheiro de terra, o som das calemas, o segredo dos búzios... Em sonhos altos p'las manhãs... Deixo-os soltarem-se, os mais escondidos, agitados, na brisa vinda de longe, hábeis como teias e palavras, os meus lugares, como searas, chuvas e ondas... E fico sentada no alto do monte, fingindo marés, no lugar sereno das memórias...!»

Este sentimento perene e, também, fremente que assim escorre, da ponta de seus dedos tocando as teclas do computador, foi levado para as “suas” ilhas açorianas, pelos marinheiros de Corte Real, nas cordas duma velha viola e chama-se: Saudade.

A vivência da Saudade não se explica, sente-se e vive-se com alegria e tristeza, prazer e dor e deixa-se fincar no coração, em horas de nada fazer.

Ter ou sentir saudade de algo, não é melancolia, nem espera do que virá, é – ó Deus! – o sonhar com sensações já vividas e que, talvez, não tornarão mais.

Quede-se tudo o que já foi e não volta, mas guarde-se o bom que a memória nos pode dar!...

sexta-feira, abril 01, 2011

"Censos 2011"

O Instituto Nacional de Estatística fez este Censo, ao que se vê, não para ser um instrumento de consulta e esclarecimento sobre o panorama humano português, mas, simples e legalmente, para cumprir calendário.

É triste que se tenha olvidado a questão de “quantas pessoas existem em Portugal com deficiência, e de que tipo de deficiência são portadoras?”

Enfim, perdem-se oportunidades soberanas de conhecer a realidade humana deste país que (quase) vai navegando num pélago “sem rei, nem roque”.

Será que, no Instituto, os funcionários não têm ou não conhecem pessoas com deficiência, para que assim as esqueçam? É lógico que eu (ninguém) não acredito em tal coisa! Então, por quê o esquecimento? Foi uma atitude política, para esconder a realidade? Receberam instruções superiores nesse sentido?

A confusão existe e persiste na mente das pessoas bem intencionadas e com desejo, efectivo e afectivo, de ajudar quem, na verdade, bem precisa.

É certo que a Vida, com e sem “censo”, prosseguirá seu rumo, de confusão e omissão, e o “navio nacional”, aos baldões, terá de singrar até, um dia, encontrar uma praia de abrigo, onde possa fazer aguada, varado na areia Contudo, bem mais fácil se tornaria, ao comandante, se tivesse, na sua carta de marear, coordenadas bem definidas e devidamente actualizadas.

- «Arriba, arriba meu gajeiro! Sobe ao mastro real, vê se enxergas terras de Espanha, areias de Portugal!...»