sábado, junho 28, 2008

A Vitória da Humildade

Afinal, a minha teoria da “camisola da humildade”, aplicada ao desporto, estava (e está), perfeitamente, correcta e isso ficou mais que demonstrado no presente Campeonato Europeu de Futebol.

Os portugueses, completamente destituídos de humildade, iniciaram os preparativos e, depois, os jogos cheios de bravatas estúpidas, intolerantes e intoleráveis. Fizeram um ruído ensurdecedor, lançaram girândolas de fogo de artifício, completamente destituídos de senso e de lógica. Eles – portugueses (público, jogadores, técnicos e jornalistas) – eram os “maiores” e os “melhores”…

O resultado foi a humilhação – direi, vexame – que se viu. Por seu turno, os nossos vizinhos espanhóis, sem alardes, nem grandes parangonas nos jornais, com toda a humildade, pisando certo, um pé a seguir ao outro, foram marcando posição e… quando nos demos conta, aí estão eles a disputar a Final sujeito a ganhar o tão almejado troféu.

Por que é que Eusébio ainda hoje é amado e considerado um dos grandes desportistas do século XX? Justamente pela sua imensa humildade e simplicidade quer em acção, nos relvados, quer fora deles, na vida quotidiana de cidadão respeitador do mérito dos outros.

E pronto. Para bom entendedor…

quinta-feira, junho 26, 2008

Violêncxia e selvajaria serão para banir?

Contavam os nossos passados que as festas dos Santos populares, de Verão, nas terras beirãs eram, efectivamente, coisa séria e de arromba. Havia rusgas; cegarregas; fogueiras, com rosmaninho, para saltar e “tirar a ronha”; havia baile ao toque da concertina, da viola e da rabeca, no Rossio das aldeias, e… também, com alguma frequência, traulitada “de criar bicho”, para “acerto de velhas contas” resultantes de reixas passionais e/ou de ancestrais vendettas familiares, não sendo raro haver cabeças rachadas e “tripas ao Sol”, a golpes de naifa de ponta e mola.

E diziam ainda, com convicção, quase selvagem, que isso é que era o vero divertimento popular.

Esta realidade, felizmente – refiro-me às cenas de violência –, já não existe ou é tão rara (valha-nos, ao menos, nisso o Bom Deus!...) que quando acontecem são alvo de severa e justa punição.

Tudo que é violência e selvajaria é digno de ser castigado e banido dos hábitos sociais dos homens, dos nossos dias, que se dizem (e julgam) civilizados.

Porque creio que todos os meus leitores estão a aplaudir, entusiasmados, estas minhas modestas e mal alinhavadas afirmações, eu entro em provocação e pergunto, sem rodeios:

Então, se a violência, a selvajaria, os maus-tratos e o sangue devem (e têm) de ser duramente punidos e erradicados da face da Terra, por quê ainda Touradas e lutas de cães e galos e de seres humanos também?...

terça-feira, junho 24, 2008

Há erros e Erros

Há coisas difíceis de entender, como, por exemplo, porque razão, no programa oficial, na Internet, das Festas da Rainha Santa, em Coimbra, no que concerne ao dia 6 de Julho nada é dito sobre a procissão de regresso da Imagem da Rainha da Igreja da graça para o Convento de Santa Clara-a-Nova.

Foi erro de elaboração do programa colocado no portal da net ou, este ano, a procissão em apreço, não se realiza?

Não acreditamos na última destas hipóteses, pois achamos bem que as tradições não mudam de um ano para o outro, se não houverem fortíssimas razões para tal.

«Errar é próprio do ser humano», todavia erros de informação, num texto que, por certo, foi visto e revisto várias vezes não é admissível, nem relevável.

Haja dó!...

segunda-feira, junho 23, 2008

Que raio de Governantes são os nossos?

Numa obediência subserviente, de pobreza franciscana, do nosso governo, às directivas da EU – disse a Comunicação Social –, vai ser lançado um imposto sobre os lucros das petrolíferas, o qual reverterá em prol de Acções sociais, sendo dado a esse encargo fiscal o nome de “Robin dos Bosques”, por ser «tirar aos ricos para dar aos pobres».

Isto leva-nos a duas considerações importantes. A primeira é: que raio de Governo temos nós, para precisar do aval de Bruxelas afim de tomar medidas úteis à sociedade portuguesa? A segunda é: por quê dar ao imposto o nome de um “fora da lei” estrangeiro e não o de um português que também «tirou aos ricos para dar aos pobres» e que se chamou José Teixeira da Silva, mais conhecido por “Zé do Telhado”?

Parece que estes nossos governantes estão – digo-o, sem rebuço, nem pruridos piegas e balofos, e em bom vernáculo – a precisar de uma mentalidade nova!...

sexta-feira, junho 20, 2008

Humildade e Alienação

Estou farto de o dizer, mas nunca é demais repeti-lo: a Humildade (não subserviente, nem de falsa modéstia) é a fonte de todas as grandes vitórias do Ser Humano.

Quando imperam outras atitudes que não de correcta humildade, ou seja de respeito não temeroso pelo(s) adversário(s), è bem certo que o falhanço se torna verdadeiramente uma vergonha que nos vai machucar e acabrunhar por longo tempo e, nalguns casos, causará até perigosos e doentios estados de depressão, os quais jamais surgiriam se o comportamento tivesse sido diverso.

Quando se deixa de vestir “a camisola da humildade” sai-se da normalidade psíquica e entra-se, natural e facilmente, na alienação, dum fanatismo tão reverberante, que nos impede de ver e analisar a realidade em toda a sua verdadeira dimensão.

Os Portugueses, nestes últimos tempos – talvez para esquecerem os reais problemas económicos, sociais e humanos que os afectam –, numa embriaguês estupefaciente, deixaram-se alienar pelo fanatismo futebolístico, que não leva a nada, inculcado, em suas mentes ansiosas de melhores dias, por um “velhote” que, sem se aperceber e sem ter tido a humildade de o reconhecer, deixou passar a sua época áurea.

A alienação colectiva é fácil de acontecer, se a mente estiver afectada pelas dificuldades na conjuntura da vida das sociedades. E …

Estou só a ser realista e a reflectir o que sempre esteve, claramente, diante de todos, mas que, infelizmente, ninguém quis ver. Cego não é o invisual, mas todo aquele que não quer (ou não sabe) observar e estudar o que tem à frente de si!...

segunda-feira, junho 16, 2008

Divagando sobre humildade arrogância

Tenho afirmado, algumas vezes, que há muito quem confunda humildade com subserviência e, o que é bem pior, com apatia, com “deixa correr”. Todavia (bolas, para tais confusões!...) ninguém (também) tem coragem para mudar esse estado de coisas e, naturalmente, as consequências perniciosas surgem em catadupa em todas as actividades humanas.

É claro que não somos apologistas do reverso desta medalha, pois cuidamos que a arrogância é o maior defeito de qualquer ser humano, já que diminui e esmaga o outro deixando-o incomodado e incapaz de (nem que seja por um breve instante) ter raciocínios claros e, daí, possibilidade de defesa às acções ou palavras que lhe são dirigidas.

Falar de humildade e de arrogância implica sempre aprofundar estudos sobre discursos e atitudes e isso depende imenso da inteligência, do conhecimento e da sensibilidade de quem ousa pronunciar-se sobre tal matéria.

Diz-se que os pobres são humildes e que os políticos arrogantes. Nada mais errado, uma vez que não é a Precisão que torna alguém humilde, nem é o Poder que faz este ou aquele arrogante. Há pobres arrogantes e políticos humildes! Do mesmo modo que há pessoas impolutas e há (mais do que devia) gente corrupta.

No meio disto, como é normal, surge a questão: Que indivíduos nos vão substituir no futuro de curto prazo que aí vem?

É uma pergunta que nos deve preocupar seriamente, muito embora as profecias sejam favoráveis.

Eu, ainda que já não viva esse tempo, acredito nas gerações do Porvir!

sábado, junho 14, 2008

O bloqueio dos camionistas e...

«Mesmo que te ofendam e magoem não odeies ninguém, para que ninguém te odeie a ti.» – Dizia minha avó paterna. E a outra avó confirmava «ninguém odeie para não ser odiado.» È um tanto, o provérbio inglês que diz: «mais vale ser cobarde um minuto do que ser cadáver para sempre.» E, ainda, «violência, gera violência e cria as guerras.»

Quero com isto manifestar a minha indignação pela atitude ilegal e, sobretudo, inconstitucional do bloqueio feito ou mandado fazer pelos empresários transportadores de mercadorias. Já que ninguém tem o direito de coarctar a vontade – diga-se: necessidade – de trabalhar de seja quem for.

Estou de acordo com o Primeiro-Ministro ao não ordenar às autoridades que carregassem sobre os “piquetes”, mas não ficarei satisfeito – creio que ninguém de boa fé ficará – se não for feita uma investigação, aturada e séria, para encontrar e punir os desordeiros que danificaram e incendiaram a ferramenta dos trabalhadores e, directa ou indirectamente, causaram a morte a um camionista.

Ou, então, estaremos na República das Bananas!?....

quarta-feira, junho 11, 2008

Que se abram olhos...

Já uma vez disse que os tempos que vamos vivendo em Portugal, nos dias que correm, de certo modo me fazem lembrar um passado (para mim) muito recente (34 anos), em que se dizia que o regime, então vigente, “adormecia” a mente e a vontade dos cidadãos, menos esclarecidos politicamente, com profundas e prolongadas bebedeiras de 3 efes: Fátima, Fado e Futebol.

Analisando e comparando conjunturas, breve se chega à (triste, muito triste) conclusão de que o passado quer voltar a ser (ou já é) presente.

Sei que estou a ser, deveras, polémico e provocador com estas afirmações. Mas sei, também, (lamentavelmente o digo) que estou a ser coerente porque, terrivelmente, verdadeiro.

A vida dos portugueses descamba, a cada momento, para o abismo da quebra social e… numa demência acelerada de “cego que não quer ver”, continuamos (os políticos e governantes), doentiamente, sem buscar remédios e sem tomar atitudes que dêem a volta ao problema que é, se nada desde já for feito, bem mais grave do que se pensa ou julga.

Isto é, para quem estiver atento e não adormecido com “Fátima, Fado e Futebol”, uma constatação indesmentível, que não pode, em hipótese alguma, ser votada ao esquecimento e ao ostracismo tão habitual nas gentes deste povo que já deu – como bem disse Camões – (e quer continuar a dar) «novos Mundos ao Mundo!»

È preciso, é urgente lavar os olhos e sacudir as “gaifanas” e ver bem o solo que se pisa para ir avante, sempre avante com a força da nossa inteligência e a sabedoria de uma experiência dolorosamente vivida, de modo a evitar o descalabro social que, se nada for feito, nos espera de bocarra bem aberta.

Está dito, está dito!!!

segunda-feira, junho 09, 2008

Poesia em prosa que podia ser em verso

Esta madrugada dei comigo a pensar e a tirar da memória coisas que elaborei e não fixei em suporte que as eternize, em graciosa entrega aos vindouros que, gostosamente, nos hão-de suceder.

Se todos os poemas, que congemino na minha cabeça, tivessem sido escritos, eu já não teria gavetas, nem baús onde guardar tanta papelada.

Se todos os poemas, que congemino na minha cabeça, tivessem sido escritos, eu já teria sido expulso desta sociedade, demasiado adulta em que estou inserido e que é incapaz de aceitar toda a infantilidade que me vai na alma e, às vezes, também no corpo.

Se todos os poemas, que congemino na minha cabeça, tivessem sido escritos, eu já teria sido internado num manicómio, porque os homens, hoje, são, excessivamente, sérios para permitirem todas as loucuras e fantasias que me vão na mente e atingem, por vezes, também o meu dolorido e cansado corpo.

Se todos os poemas, que congemino na minha cabeça, tivessem sido escritos, eu teria já perdido os dedos de tanto escarafunchar na terra, em horas de desespero, e a voz de tanto bradar no deserto as dores das injustiças que me atingiram como balas de canhão.

Mas, ainda assim, vou continuar a não escrever tudo o que penso, porque quero manter-me criança e louco e não me afogar entre palavras e papeis, pois, só desse modo, poderei ser feliz e… ser Homem.

Eu quero ser, verdadeiramente, Homem!!!

quarta-feira, junho 04, 2008

Aumento deográfico

Vi, um dia destes, num noticiário da T.V., que o território português teve um aumento demográfico de 10 milhões para 10,6 milhões de habitantes.

Logo me surgiram, em consequência, algumas considerações que julgo pertinentes e que devem ser, por via disso, devidamente, ponderadas, não por mim que nada posso, mas pelos responsáveis pela governação país.

Como vai ser se esse aumento mantiver a tendência expansiva, num país cheio de imensas terras abandonadas e transformadas em espessos matagais; com uma indústria sem relevância no contexto geral das nações; com as pescas a atravessarem uma crise preocupante e com fim muito longínquo; com um índice de desemprego que não tranquiliza ninguém e com um comércio de exportações pouco (ou nada) significativo?

Será, por outro lado, que, para se superar tão preocupante situação, teremos – como sucedeu no passado recente – de voltar à emigração desenfreada e massiva, sujeitos a humilhações de toda a ordem?

Há, por isso, que acordar (políticos e governantes) e avançar, desde já, com medidas sérias (drásticas se necessário) para que o país se torne num território, laboriosa e modernamente, cultivado; com investimentos industriais que transformem e dêem vigor às produções agrárias e promovam a exportação excedentária, fazendo com que o esforço valha bem a pena.

Se for indispensável, por que não decretar uma “Lei das Sesmarias” (com incentivos a fundo perdido ou não) que, como no tempo de D. Fernando, torne Portugal num jardim colorido e formoso, em que todos possam trabalhar e possam, concomitantemente, viver (vinque-se) sem fome e com dignidade, para se sentirem verdadeiramente felizes.

Nem só de altas tecnologias informáticas se faz o progresso, tenhamos disso consciência!...

Isto não é – creio – utopia de velho caturra, é uma contestação real dos tempos negros que correm e que urge modificar para bem de Portugal e do Mundo, haja para tal inteligência e coragem! O resto virá por acréscimo!...

segunda-feira, junho 02, 2008

Mudar é natural

Quando passam alguns anos sem se ver alguém com quem contactamos muito de perto e, de certo modo, até tivemos uma verdadeira relação de amizade, notamos sempre alguma diferença, quer seja porque envelheceu, quer porque amadureceu ou ainda porque se tornou mais arrogante ou mais humilde.

Essa diferença é mesmo, de uma forma ou de outra, sempre evidente. Mas, também, por uma delicadeza protocolar e, em muitos casos, estúpida, ainda há quem, hipocritamente, diga que “estás na mesma, o tempo não passa por ti!” É claro que esta é uma mentira super vulgar e é, sobretudo, uma cegueira voluntária pouco aceitável, pois tudo tem limites, até a mentira piedosa.

As rapariguinhas que conhecemos no alvorecer da puberdade e que encontramos anos mais tarde, ou se tornaram em belas e apetitosas mulheres, ou viraram matronas desajeitadas e nada atraentes. Com os rapazes sucede outro tanto.

Por isso não há que olhar ao aspecto físico e sim, à fisionomia interior de cada uma das pessoas que revemos, depois de um longo hiato na sua visibilidade.

O que importa é o intelecto, os sentimentos e forma de Estar e de Ser. Quem era extrovertido pode ter-se tornado, contra todas as expectativas, num macambúzio enfadonho e o inverso (para esconder traumas duma vida difícil) também pode suceder.

No meio disto o que me entusiasma é o facto de o Tempo” ser uma ferramenta sublime – dada pela Energia Transcendental que nos rege e tudo comanda –, capaz de amortecer as dores que nos tocaram no corpo ou na alma e, sublinhe-se, de transformar vidas e forma de interpretar os semelhantes e o mundo em que cada qual está inserido.

Contudo, e por mais que nos doa, nem sempre o “tempo” é condescendente e favorável e, então, as coisas, em vez de melhorarem e passarem a ser belas e saborosas, produzem efeitos adversos e demasiado perniciosos.

- É a vida! – Dirão

Não! Não é! O que é, é a nossa incapacidade de luta e de força para virarmos o que nos é prejudicial e é – vinque-se – o não querermos levantar a cabeça, para seguirmos em frente certos da vitória e de que, com persistência, atingiremos metas elevadas e seremos muito melhores do que éramos há uns asnos atrás. Ou não será?...