sábado, junho 30, 2007

A esperança em tempo de ansiedade

Existem, na vida dos homens, momentos fáceis de enfrentar e outros em que algo (por mais simples e trivial) se torna duma complexidade aterradoramente capaz de revirar as ideias e comportamentos de forma (quase) inexplicável. Apelidamos, então, esse estado emocional de ansiedade. E, muitas vezes, quedamo-nos, perturbadoramente, impacientes e instáveis, como se o mundo fosse, a todo o instante, desabar, irremediavelmente, nada restando no final.

Numa sala de um consultório de psicologia, onde fui falar com alguém de minha relação de amizade, estava pendurado um cartaz em que se lia:

«Ansiedade:

- Resposta normal e adaptativa do organismo perante ameaças reais ou imaginadas, que o prepara para reagir a uma situação de perigo;

- Surge sempre que se interpreta um estímulo ou situação como ameaçador/perigoso.»

Ainda bem que assim é, pois, de contrário, correr-se-ia o risco de se entrar em depressão e, por somatização, em desequilíbrio emocional e, até, possivelmente, nalgum qualquer outro estado bem mais grave e preocupante.

Na realidade, a Dimanação da Energia Astral que rege todas as coisas (e que chamamos Deus) não deixa de ser, maravilhosamente, sublime na forma como criou defesas para a maioria das situações que afectam e poderiam destruir o Ser Humano.

É por isto que eu, mesmo sabendo que o mundo atravessa tempos de grande incógnita, não me envolvo em medos de um amanhã matizado de mil incertezas e dúvidas. Eu sei (tenho a certeza) que raiará um belo e brilhante Arco-íris, no fim de todas as tormentas ou provações por onde havemos de passar.

sexta-feira, junho 29, 2007

O enigma e a vida

Os factos da vida das pessoas são sempre o resultado das suas acções e do seu pensar, muito embora, à partida, haja uma certa, talvez benéfica, dose de mistério e, ou, enigma. É que as ideias e as acções, na sua origem, são, de forma geral, de desfecho desconhecido. Ninguém sabe qual a evolução das coisas, nem, a mais das vezes, como vão terminar.

É, por certo, nessa dúvida que reside o encanto da vida, pois a incógnita gera emoções e reacções que dignificam o Homem, como, por exemplo, a ansiedade e o medo. Isso, por seu turno, leva ao estado de alerta e à tomada, salutar e permanente, de medidas de defesa ou de rectificação dos erros cometidos durante a realização do processo.

È bom, creio, estarmos, como Júlio César, ao entrar na velha Gália, em dúvida e, tal como o Imperador Romano, dizermos: «Álea jacta est!...» (A semente ou sorte está lançada!...)

Ele desconhecia, acredita-se, os perigos que o iriam envolver, mas foi, destemido e, digamos, atrevido e, ao regressar a Roma, conseguiu dizer, com euforia: «Veni, vidi, vici!» (Cheguei, vi e venci!)

Viver é, realmente, estar, constantemente, envolto em mistério quanto ao desfecho dos nossos empreendimentos e é isso que nos anima e dá força a seguir sempre em frente, com entusiasmo e esperança no futuro.

segunda-feira, junho 25, 2007

Esperança social

«Só o amor dá sentido à vida!» - Diz o Dalai Lama.

Estou plenamente de acordo. Todavia, numa adaptação mais lata e mais concordante com o materialismo dos nossos dias, eu ouso dizer: só um pensamento muito humano ou muito humanizado, em que os sentimentos se sobreponham ao Ter e mesmo ao Ser, podem tornar viável a vida das pessoas.

Talvez por mor das novas tecnologias e dos “grandes” interesses de alguns indivíduos com responsabilidades no evoluir das sociedades, ainda topamos, a cada passo, com casos de “bradar aos céus”, pela elevada cópia de discriminação social e injustiça que os envolve, numa espiral assustadora.

Até quando? É-nos lícito demandar.

Só que a resposta certa eu não a tenho e não vislumbro, na minha (já) longa experiência de vida, a solução para o enunciado da problemática em apreço. Tenho, no entanto, uma certeza: é preciso não desistir de lançar alertas, pois, deles, algo há-de resultar. Alguém, mais ou menos poderoso, ou simplesmente, com meios ao seu alcance, há-de, por certo, ouvir o apelo ou os apelos e desenvolver acções que mudarão as coisas, dando-lhe o sentido que devem ter.

Esta minha (certamente louca) esperança, não pode morrer, inconsequente, no nada da espuma que desaparece absorvida pela areia, na sucessão, interminável, do bater das ondas na praia.

quinta-feira, junho 21, 2007

Inveja

Dizia-me, já lá vão longos anos, o meu amigo de infância e juventude José Luís Ferreira: «Estou a escrever tão bem que até tenho medo!»

Na altura, achei que era mais um dos exageros megalómanos do Zé e não liguei importância à frase, pois, diga-se, também não a entendi. Agora, olhando para trás, compreendo todo o sentido daquela asserção.

Quando alguém porque é empenhado, abnegado, talentoso, artista e, sobretudo, competente, logo cria, naqueles que não têm ou não se esforçam por possuir tais qualidades, um profundo sentimento de inveja e (quem sabe?) de revolta, pela sua incapacidade, que, de uma forma ou de outra, afectará, pela energia negativa irradiada, o ser alvo dessa mesma inveja.

O susto de quem faz (bem ou mal, isso até, se calhar, nem é importante) reside na reacção ou reacções dos outros, daqueles que nada fazendo, nem tendo ideias, quando vêem algo que não conseguiram (quando tiveram tais condições) realizar, talvez para se desculpabilizarem da sua inércia, têm a língua afiada para a crítica, destrutivamente, acérrima àquilo que, de bom, alguém executou.

Esta análise é válida em todos os campos da actividades humana, mas torna-se, muitíssimo, mais visível na área da política e dos políticos, em especial daqueles que, tendo possuído o poder, não foram capazes de mexer uma palha, no sentido da melhoria das situações t idas como anómalas.

Quem tem ideias, realiza coisas e, por isso, vai à frente no tempo, não pode sentir-se imune aos tiros que, os que ficaram para trás, de certeza, vão disparar. Daí eu entender, hoje, toda a razão do medo sentido pelo meu amigo Zé Luís.

E não vale a pena dizer mais nada!...

quarta-feira, junho 20, 2007

Tradições

A variedade é uma forma de escapar à monotonia, melhor: à rotina cansativa e, talvez, provinciana do dia a dia de uma zona do globo que, quer queiramos quer não, continua ainda mergulhada na terra, sorvendo avidamente o húmus de uma ancestralidade rural que a envaidece e faz inveja a muitos povos dessa Europa, impante da sua história, mas que, por mor das suas revoluções industriais, perderam, em grau acentuado, a sua identidade tão cheia de tradições, usos e costumes severamente a cheirarem a feno e a flores.

Serve isto para dizer que nos orgulhamos do nosso provincianismo, pois ele vai no bom sentido, mantendo-nos com ânimo para o cultivo de valores que dignificam a nossa cultura e humana condição. E isto porque ainda se vivem e amam as coisas belas que a Mãe Natureza nos põe à disposição, apesar dos maus-tratos que, a cada momento, lhe infringimos, desrespeitando as dádivas ofertadas em bandeja florida do mais requintado, artístico e afamado cinzel.

As Festas a S. João, celebradas com entusiasmo em imensos lugares de Portugal, com fogueiras de rosmaninho ou outros aromáticos combustíveis mais nada são do que reminiscências das célticas celebrações, em que os druídas saudavam, com grande alarido, a chegada do Verão, acendendo fogueiras votivas no cimo dos montes, pedindo à grande Deusa a concessão em, dádiva forra, de cereais e frutos no tempo das colheitas.

Paganismo? Sim, porque não seguidor de princípios cristãos preconizados pelo Santo percursor! Não, porque amante da Natureza e da Vida como o é a estação da gestação úbere de todos os agros desta velha Ibéria e, por isso, dentro dos parâmetros da pregação do Santo que comia mel, bagas e gafanhotos e pregava a sobriedade e a virtude das coisas simples!

Todo o nosso passado é algo que urge não perder, muito embora tenhamos de separar o trigo do joio, aproveitando um e queimando o outro.

segunda-feira, junho 18, 2007

Mudanças de nossos dias

«Um homem não chora!» Esta frase milhões de vezes repetida, século após século, só nos meados do século XX, começou, na Europa, a ser posta de lado e isso, talvez, devido aos movimentos feministas que lutavam pela libertação da mulher no sentido de uma igualdade perfeitamente razoável e justa.

O homem machista – dono e senhor de tudo – capaz das maiores temeridades e, também, das mais hediondas atitudes (Graças a Deus!) está em vias de extinção, para dar lugar a um homem tolerante e respeitador do sexo oposto, colaborando, empenhadamente, na valorização da mulher, quer na sociedade, quer no emprego, quer ainda na vida económica e doméstica.

O homem (pelo menos o europeu) deixou de cheirar a suor e a cavalo, como outrora, e tornou-se, metrossexualmente, um ser delicado, sensível e que, dentro de si, vive e sente emoções que lhe estavam proibidas, pois, se tal sucedesse, era, de pronto, apelidado de frouxo e de efeminado.

Felizmente que «o homem, dos nossos dias, também chora!» É sinal que o mundo está, realmente, a mudar e, de modo efectivo, a contribuir para a rápida concretização da bíblica profecia que fala no surgimento de «um novo Céu e de uma nova Terra» a acontecer durante a Era de Aquário em que já entramos.

Assim seja!...

sexta-feira, junho 15, 2007

Ecologia um tema inesgotável

É surpreendente como em áreas onde deixaram de ser efectuadas culturas agrárias convencionais, ficando, naturalmente, a terra de poiso, tornando-se em matagal, não se tenham tornado em habitats privilegiados à proliferação de animais selvagens, muito especialmente lagartos, cobras, raposas e, até, lobos, como outrora.

Mas, salvo raríssimos casos – como, por exemplo, na borda ocidental da nova Avenida da Europa, em Viseu, em que já foi vista uma raposa e algumas grossas serpentes –, tal não é frequente.

A que atribuir essa falha no repovoamento dos pousios com bichezas?

Embora seja difícil achar, linearmente, respostas cabais para esta questão, ainda assim é-me lícito aventar duas ou três, que cuido relevantes, no contexto geral desta problemática.

A primeira será o facto das áreas agrícolas abandonadas terem, na maioria dos casos, acesso complicado, pois, para lá chegarem os animais repovoadores, teriam de cruzar redes rodoviárias de tráfego intenso e, para eles, assustadoramente, fatais.

A segunda pode muito bem ser o efeito nefasto dos fogos, a mais das vezes de origem criminosa, que, ciclicamente, assolam esses matagais, matando os animais ou obrigando-os à fuga precipitada.

E a terceira, aquela a que a todos deve preocupar, creio ser as condições ambientais adversas, quer pela poluição envolvente (lixeiras, regatos de águas de escorrências de pequenas indústrias, de pocilgas, etc.), quer pela mudança dos microclimas ocasionada pelo efeito de estufa, os quais, de uma forma ou de outra, impossibilitam a reprodução normal dos bichos e, daí, a criação (ou recriação) de uma desejável biodiversidade local importante porque equilibradora da Natureza.

Que fazer, neste caso?

Aos técnicos é que cabe olhar e estudar a situação em todas as suas vertentes: Então, digam-no e façam-no!

quarta-feira, junho 13, 2007

Veículos de Energia Limpa

Fala-se muito, hoje em, dia, em emissões de CO2, as quais estão a prejudicar, de forma preocupante (digo: assustadora), a atmosfera terrestre causando o aquecimento global e, com ele, todas as, desastrosas, alterações climáticas que estão a ocorrer a um ritmo alucinante e que, por todos os meios, urge travar.

Diz-se, também, que cabe ao veículo automóvel uma boa quota-parte na responsabilidade dessas perniciosas emissões, pelo que é recomendado o uso de viaturas que utilizem as (chamadas) energias limpas ou verdes.

Estamos, creio-o, todos de acordo neste ponto tão importante, porém… E aqui ficam a adversativa e as reticências de pleno direito, não pela exigência gramatical da frase, mas pela realidade e verdade dos factos envolventes a tal conjuntura.

É que esses veículos, seja qual for a sua marca de origem, têm, no mercado, preços de venda ao público ainda demasiado elevados, independentemente das características técnicas que possam, ou não, apresentar.

Como resolver o problema? Confesso que não sei! Contudo acho que cabe aos fabricantes e (por que não dizê-lo?) aos políticos debruçarem-se, seriamente, sobre o assunto na busca, concreta e efectiva, da solução adequada, pois a Natureza e a Humanidade tudo beneficiariam com isso, já que só temos uma casa e, essa casa, é única no Cosmos: o Planeta Terra.

segunda-feira, junho 11, 2007

Mais uma vez: Ecologia

Aquela árvore, perdida no meio do capim amarelado da savana, crestada pelo sol, era a memória, desoladoramente triste, do que, em tempos, fora uma selva plena de arvoredo de grande porte, quer na altura dos espécimes, quer na verdura exuberante das copas., onde andarilhava uma vastíssima multidão de bichezas.

Esta imagem será, não só da Africa de hoje, mas, muito em breve, de muitos outros lugares da Terra, onde ainda vicejam florestas, se, estúpida e teimosamente, insistirmos em não tomarmos atitudes que evitem o caos em que estamos a deixar-nos cair.

Porque esta inquietante realidade não é mera figura de retórica, há que insistir com veemência e convicção a toda a hora, em todos os lugares e junto de toda a gente, pois se o não fizermos, com urgência e premência, nada legaremos de bom e de belo aos vindouros que, por mor dos nossos erros, poderão nem chegar a nascer, até que o Planeta Azul, nuns bons milhões de anos, consiga regenerar-se e voltar, de novo, a ter um outro animal (dito, nós não estamos a sê-lo) inteligente e parecido connosco, mas incapaz de cometer os erros que nós, por ganância, estamos a cometer.

A destruir, leva um segundo. A construir ou restaurar, demora séculos. E é por isto e para isto que nunca devemos deixar de estar atentos e empenhados, sob pena de, tal como os políticos dos nossos dias, virmos a ser julgados e condenados pela História que alguém há-de escrever.

sábado, junho 09, 2007

Liberdade - valor maior

Havia um rei que não queria ser rei. Porque ser rei é uma grande chatice. Não por ter de mandar. Para isso estão lá os ministros. Mas por não poder ser livre. Poder dar um passeio pelos campos sempre que lhe apetecesse ou mergulhar no mar, numa praia qualquer, quando lhe desse na “real gana”. Deixar o palácio e a maçada dos banquetes oficiais e imiscuir-se nas festas de S. João e, no meio do povo, regalar-se com uma sardinha assada a pingar num bom naco de boroa.

Não! Não podia ser livre! Não podia namorar a camponesa vistosa que lhe enchera o olho, numa das suas escapadelas do Paço. Não podia mais ouvir as histórias que uma santa velhinha tinha para lhe contar, como sucedeu um dia em que fugira à vigilância, a que estava sujeito, e se embrenhara pelo bosque, onde a encontrou à porta duma humilde cabana coberta de colmo.

Não podia ser livre e, como toda a gente, atravessar a cidade, sem o séquito oficial a controlar seus passos e seus actos. Não podia cumprimentar e falar com as pessoas com quem se cruzasse nesse trajecto.

Não! O rei não era livre e, por isso, não queria ser rei!

Ele sabia, pelas vezes que fugira à submissa tutela do protocolo real, que a liberdade é o valor maior que os homens devem salvaguardar para si e para os outros.

Tirou a coroa da sua cabeça, pô-la na do irmão e, sem constrangimento, livre como passarinho, riscando o azul do céu, partiu a tomar conta da sua liberdade.

E… desse modo, conseguiu ser feliz e ser, sobretudo, Homem: Rei de si e da Natureza que, maternalmente, o envolveu num abraço terno de muito amor!

quarta-feira, junho 06, 2007

Micro-hidicas energia verde e barata

Dantes – até aos anos trinta do século XX –, em Portugal, por onde escorresse uma cale de água, as pás de uma roda movimentavam uma mó que farinava cereal, o mesmo sucedia por onde passasse um bufo de Eolo, também aí as brancas velas de pano faziam rodar uma mó. Eram milhares os moinhos de água e de vento que alimentavam as bocas do nosso país, quer dando-lhe a farinha necessária á produção do pão, quer ocupando braços.

Depois vieram os motores e essas velhas máquinas aproveitadoras das energias naturais e, daí, não poluentes, ficaram paradas e inúteis tornando-se ruínas a desfeiar o bucolismo das belas paisagens em que estavam habilmente inseridas.

Meu pai, serralheiro mecânico (e Mestre do Ensino Técnico), em 1947 – ele que fabricava moinhos eléctricos e a motor diesel, nas suas oficinas –, preconizou o reaproveitamento de toda essa energia, na produção de electricidade, quer através da adaptação das velhas rodas dos moinhos ou substituindo-as por pequenas turbinas acopladas a alternadores; quer transformando os moinhos de vento em aerodinamos.

Tinha razão, o “meu velhote”, pois os 7,5 KW, de cada mó, poderiam (ou poderão) muito bem multiplicar-se por milhares, por todo o país, e, a um custo muitíssimo baixo (as adaptações não eram, nem são caras), tornar-nos menos dependentes da importação de energia eléctrica.

A questão da energia Eólica está agora a ser resolvida, mas as micro-hidricas (não mini-hidricas, porque com demasiado investimento económico) continuam a desperdiçar a potência que nos faz falta.

Que quem for de direito nesta área, se debruce sobre o caso e tome as medidas adequadas e correctas, é o meu voto sincero!

segunda-feira, junho 04, 2007

Agricultura de subsistência e....

Num passado, de há pouco mais de quarenta anos, os campos em Portugal eram como um jardim – todos cultivados e a produzirem agros de todas as espécies. Hoje o que mais se vê são hectares e hectares de terra abandonada e tornada em matagal sem préstimo, porque improdutiva.

A que atribuir tal panorama? São inúmeros os factores que causaram e continuam a causar o fenómeno.

Até aos meados do século XX, a iliteracia, por um lado e a falta de indústria que ocupasse muitos braços, por outro, obrigavam as famílias, carregadas de prole, a aproveitarem todo esse caudaloso manancial de mão-de-obra, a utilizarem-no numa agricultura que agradava à vista, mas que mais na era do que uma mera forma agrícola de subsistir à fome a que só alguns escapavam. A agricultura – dizia-se – «era a forma de se empobrecer” alegremente”!» as aspas, neste caso, põem em causa a alegria dos agricultores, já que não pode haver alegria na míngua.

Depois veio a emigração para as grandes urbes e para o estrangeiro e começou, em muitas aldeias, a desertificação e o panorama que agora temos.

Entretanto, empresários vindos de fora, com outros modos de ver e cultivar, estão a adquirir algumas das terras que se encontram de monte e estão a começar a tirar bons proventos dessa atitude empreendedora.

Por quê?

Primeiro, porque ao adquirirem as propriedades pulverizadas em mil parcelas (à boa maneira egoísta dos portugueses «do divide e subdivide para que todos tenham um niquito no mesmo sítio»), logo trataram de emparcelar, acabando com muros, arretos e comoros, que não permitem o trabalho de um tractor ou de qualquer outra máquina agrária.

Segundo, fizeram um estudo sobre qual a melhor cultura a desenvolver no local, de modo a obterem as melhores colheitas, em quantidade e qualidade, seguindo um plano predefinido e elaborado com rigor, sem o desenrascar que nos é característico.

Isto deixa que pensar…

sábado, junho 02, 2007

Poesia sem rima

Encontrei-te finalmente. Sem ais,

Nem Oh! Foi o silêncio dum deserto.

Olhei-te todo impante e, sem mais,

Eu fugi, muito louco, mas desperto.

A obsessão da métrica é loucura,

É cadeia com grades invisíveis.

Por isso, em minha tão sóbria postura,

Eu me enleio nas coisas mais plausíveis.

Não sou, bem sei, bom poeta a fazer versos,

Porém sei, isso, sim, é que meus gritos,

De dor e liberdade, são impressos

Nas transcendentes letras que cogito.

Gostava de ser águia p’ra vogar

Na fantástica essência da verdade

E transformar em anjos de brincar

As loucuras que escrevo à puridade.