A minha neta de afecto, que não de sangue, para um trabalho na escola onde é professora, pediu-me um poema que falasse da cegueira. Eu correspondi ao pedido.
Mas fui avisando que a cegueira maior, hoje em dia e parece que sempre, não é de quem padece de uma qualquer anomalia visual e sim, a daqueles que, tendo óptima vista, possuem um espírito tão tacanho e hermético que não vêem o que se passa à sua volta, ou que se recusam, vendo muito bem, a enxergar o que é, por demais, evidente.
José Saramago, de certa forma, diz exactamente isto, no seu “Ensaio sobre a cegueira”. Cristo, há dois mil anos, também o disse e reforçou que esses tristes cegos, são tão maldosos que “vêem o cisco no olho alheio e são incapazes de ver o argueiro nos seus próprio olhos”.
Ele há, para ai, tantos cegos!...
E por aqui me quedo!...
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