Ontem, depois da comunicação do 1º Ministro ao país, a dizer que íamos recorrer à ajuda económica externa, uma ex-colega de jornalismo, que estimo com muito afecto, para encerrar a edição do seu jornal, telefonou-me, com imenso senso profissional, para que, do alto da minha idade e muitas lembranças, lhe dissesse, usando da vivência anterior, o que foram esses tempos em que o FMI “geriu” Portugal.
Respondi-lhe que a maioria dos portugueses nem se apercebeu que estávamos sob “tutela” financeira vinda de fora.
Os tempos eram outros, a vida era outra. Estava-se ainda no uso do escudo como moeda em Portugal. As pessoas individual e familiarmente não estavam, ainda, sufocadas com a dívida da casa, do carro, dos electrodomésticos. Vivia-se do rendimento do trabalho, já que o desemprego não imperava e subjugava, como sucede actualmente, por outro lado, havia muita gente (quase a maioria) que gozava a exploração de um pequeno naco de chão, donde obtinha umas couves, uns tomates e/ou umas batatas e feijões para botar na panela o que, raramente, acontece no presente.
Portugal, por essa altura, não se subalternizava ao jugo esganador da Europa avarenta, gananciosa e comandada pelos interesses mesquinhos da Banca sempre ávida de lucro.
Mas não tenhamos medo, pois, no passado, já vencemos mil apertos e aflições e, galhardamente, “a lamber as feridas” sempre soubemos ir avante e continuar a ser “Nação valente e imortal”.
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