quarta-feira, abril 29, 2009

A crise e nós

A preocupação actual dos responsáveis pelos poderes no mundo está, fortemente, orientada para as questões da economia, numa tentativa de resolução urgente do estado de crise em que todos, de um modo ou de outro, estamos envolvidos.
E isso é bom. Muito bom mesmo. Mas, tenhamos consciência, não é tudo!...
A crise não é somente económica. Ela tem, a montante, factores bem mais relevantes do que a simples questão financeira. A origem de tudo esteve na falta de ética e de moral de uns tantos intervenientes que, por falta de escrúpulos e ávidos de riqueza fácil e rápida, acabaram por atirar o Mundo para um abismo que não desejamos e, se calhar, não merecemos.
Descuraram-se (espezinharam-se) valores e princípios morais, sociais e humanos de antanho. Quebraram-se regras de boa convivência entre semelhantes. Lançaram-se ao lixo normas de salvaguarda da Natureza. Menosprezaram-se os ensinamentos dos grandes Mestres do passado, quanto à defesa deste Planeta que é, ainda, a nossa "única" casa. Queimaram-se ( queimam-se) florestas.
E então? Então comece-se por aí! Havendo pão e água em abundância e qualidade - eu vos asseguro -, através do trabalho feito com persistência e produtividade, veremos a maldita "crise" chegar ao fim e, assim, voltará a haver emprego e meios de alcançar a igualdade entre os homens de bem consigo mesmos e com o seu semelhante, e haverá Paz e Amor, como preconizam as profecias.
Tudo depende de nós - homens de boa fé e boa vontade!...

segunda-feira, abril 27, 2009

A Política e as expressões populares

"Andar em bolandas" é - segundo a asserção popular - trazer as coisas desordenadas ou, por outro lado, andar de um lado para outro, sem se saber muito bem o caminho a seguir. É andar - como também diz o povo - de "Herodes para Pilatos", pois, ninguém tem coragem e ombridade para assumir a sua responsabilidade. Todos querem é "ficar com cara de bonzinho", "sacudindo a água do seu capote".
Estas frases feitas com que acordei esta manhã, fazem-me lembrar a política e os políticos. Fazem e dizem coisas e depois vem dizer que não era aquilo o que pretendiam dizer mas...
As reticências aqui deixam margem para muitas interpretações, mas todas essas maneiras de ver as coisas e as acções não passam de uma esfarrapada justificação para males que jamais deveriam ter acontecido.
A Política (ao que se vê), infelizmente, torna os seus principais agentes em indivíduos perdidos e confusos no turbilhão dos problemas que a sociedade e a vida proporcionam no dia-a-dia. Já não há (parece) quem, com dignidade e honra, "empenhe as suas próprias barbas", certo do compromisso assumido ao povo que o elegeu e ao Superior que nele confiou.
Vêm aí eleições e há que ser responsável ao riscar o papelinho com uma cruzinha!...
E por aqui me fico!

quinta-feira, abril 23, 2009

Vem aí o 25 de Abril III

Este sábado comemora-se a gesta corajosa dos Capitães de Abril. Para muitos, poderá ser, simplesmente, mais uma data. Mas para quem viveu e sofreu as consequências dolorosas de uma ditadura militar, sob a batuta implacável do "Homem das botas", esse momento da nossa História recente, não pode, de modo algum, ser olvidado.
Então - recordo-me muito bem - era jornalista do Diário de Notícias e às 4 ou 5 da manhã (ja não me recordo com precisão), recebo, da redacção, um telefonema com ordem para me deslocar ao Regimento de Infantaria 14, em Viseu, afim de obter informações sobre o que se estaria a passar.
Cumpri a ordem e fiquei a saber que os bravos Infantes de Viseu, tinham abalado rumo Lisboa, tendo em vista auxiliar outras Unidades num golpe para derrubar o fascismo vigente neste «país à beira mar plantado». Confesso que senti uma alegria indescritível, mas, ao mesmo tempo, medo. Medo que o golpe falhasse e medo por mim, pois me estava a expor demasiado, querendo desvendar o mistério, no caso de insucesso daquela acção militar.
É por tudo isso que eu - trinta e cinco anos depois - grito: "25 de ABRIL" SEMPRE!!!

quarta-feira, abril 22, 2009

Vem aí o 25 de Abril II

Há medida que a data do título desta crónica se aproxima mais medito sobre o evento e. ao fazer a retrospectiva destes últimos 35 anos, fico assaz preocupado, porque - como diria Vitorino Nemésio - «se bem me lembro» a esperança (um tanto eufórica, é certo) dos primeiros tempos após aquele momento histórico, a pouco e pouco, foi sendo assassinada (é o termo) e, hoje, vê-se esboroarem-se, um a um, todos os sonhos daqueles que, durante 48 anos, sentiram, na carne e na alma, as dores, as pressões e as sevícias físicas e psicológicas impostas por um regime altamente opressivo, impiedoso e anti-democrático.
E esta preocupação e constatação (não sendo por mim que sou velho e pouco mais viverei) é tanto maior quanto se vê e ouve gente, na força e flor da vida, a apoiar, sem disfarce, princípios e ideias que só poderiam passar pelas cabeças, perversamente, distorcidas de um Hitler, Mussolini, Franco, Salazar e/ou Pinochet, esquecendo - como garante a ciência, através de estudos de ADN (ou DNA) - que só existe, entre os Homens, uma única raça: a Humana. O que há é, apenas, sub-grupos ou (chamem-se assim), etnias.
Que quem lidera Portugal (e o Mundo) não adormeça à sombra dos louros do seu Poder e tudo faça para que não se volte ao passado nacionaslista e fascista que nos castrou e subjugou por tanto tempo!...

segunda-feira, abril 20, 2009

Vem aí o 25 de Abril

Estamos a poucos dias da Comemoração do 25 de Abril - Dia da Liberdade - e isso faz-meditar seriamente, não na data em si, mas no que ela representou e continua a representar, para Portugal e, sobretudo, para os portugueses amantes da democracia e da liberdade de expressão e de vida social e comunitária. Essa data foi o vencer sombrio e tenebroso do tempo do fascismo e, explique-se, de uma ditadura dura e implacável, imposta pela mão férrea e impiedosa do ditador de Santa Comba Dão.
Passou-se esse inferno, viveram-se trinta e cinco anos após os "Capitães de Abril" terem executado o golpe que derrubou, ao fim de 48 anos, o fascismo, mas, infelizmente, a extrema direita mostra, agora de forma mais descarada e arrogante, querer "deitar as garras de fora", causando, a quem já viveu um passado indesejado, um clima espiritual de certo receio e acentuada preocupação no Futuro. E isto também, porque a crise financeira, tal como em 1926, é propícia a uma arrancada semelhante à que ocorreu a 28 de Maio desse ano.
A extrema direita esá viva e atenta, não nos esqueçamos disso!
Ele há semptre um ou mais Generalões capazes disso e de tudo mais!...
Alerta! Alerta Portugal!... "Eles" estão de bocarra aberta e de bota cardada prontos a actuar!...

sexta-feira, abril 17, 2009

Democracia em risco?!...

«Abril - águas mil,, queima o carro e o carril e aquilo que ficou ainda o Maio o queimou.» esta velha asserção popular portuguesa traduz bem o que está a acontecer, no presente mês, aqui pelas Beiras.Pretendiam, os nossos ancestrais, dizer com esta máxima ou provérbio, que num passado não muito distante, o mês corrente era bastante chuvoso e frio e que esse frio se prolongava até ao mês seguinte.
Assim sendo, não sei porque se queixam as pessoas - muito especialmente os agricultores - de que, por via do tempo, estão a atrasar a "sementeira" da batata e que muitos dos agros foram queimados pela "aragem gélida" que se tem feito sentir.
Não tarda - direi eu - estão aí a pedir subsídios para os prejuízos e a fazer manifestações...
Quão pacientes e tolerantes, com a meteorologia, eram os nossos queridos avós!... Tudo sofriam "de bico calado"!... Quantas vezes passando fome e outros males!...
E ainda há quem afirme que não existe democracia no nosso país! O podermo-nos manifestar, com ou sem razão, é bem uma realidade da existência da liberdade democrática, tenhamos disso plena consciência. No entanto, com a presente crise económica e social que atravessamos, esse precioso bem pode estar em risco e há que estar atentos para, a todo o custo, evitarmos tal desgraça.
E por aqui me fico, lembrando que o 25 de Abril está à porta e que urge comemorá-lo om toda a dignidade que essa data bem merece!

terça-feira, abril 14, 2009

Burrice minha ou erro religioso?...

Ontem, segunda-feira de Páscoa, estive numa aldeia a 14 Km a ocidente de Viseu, e assisti ao chamado "Compasso" ou vista da cruz de casa em casa, anunciando a ressurreição de Jesus, após a sua paixão e morte e... mais uma vez, surgiu-me a pergunta:
Se Cristo ressuscitou e se se pretende anunciar esse facto sublime, então por que se leva Jesus numa Cruz enfeitada de flores, em vez de uma imagem do Cristo Redentor, de braços bem abertos, em atitude de quem lança, ao vento, um imenso abraço à toda a Humanidade?
A Cruz é um instrumento de morte e o crucificado é a expressão da dor e da tragédia. A Ressurreição é a dimanação da Vida e da alegria, por isso - torno a demandar: - Por quê a Cruz e o seu Crucificado? Haverá alguma explicação racional e lógica para tamanha incoerência religiosa?
Eu, na minha ignorante humildade de homem que quer conhecer a verdade (será que existe?), não encontro explicação, e muito menos justificação plausível que satisfaça o meu discernir de pensador anti-dogmas.
Não se rale! Talvez eu continue, neste princípio da Era de Aquário (Era da Inteligência e da nova Espiritualidade) a ser o burro de sempre!
Se assim não for e eu não tiver qualquer razão, por favor, digam-mo. Eu quero aprender para deixar de ser assim tão burro!...

sábado, abril 11, 2009

Política e politiquice

Um dia destes estive em Lisboa, onde já não ia desde 1999, mas não me surpreendi, tudo, ou quase tudo, está na mesma. O que quer dizer que não é só na "Província" que as coisas se movem devagar, excepção (claro!) para os períodos eleitorais, em que quem "está no poleiro" se afadiga em fazer avançar obras, ou tomar medidas, que agradem aos cidadãos e os leve a pôr a cruzinha onde convém a esses detentores do poder .
Afinal, "2estar na mó de cima" (ao que parece) è bom! Ninguém, depois de lá estar, quer perder "o tacho" e, por isso, luta para o manter ao lume. É, de certeza, porque há vantagem! Económica, de conveniência social?
Não sei! Nunca quis ser político!
«O que está à vista escusa candeia!» Por isso, não digo mais nada!
Para todos, daqui faço votos que tenham uma Santa e Feliz Páscoa!

quarta-feira, abril 08, 2009

Coisas dos Tempos

«In illo tempore» (naquele tempo) é a frase de alguns textos dos evangelhos, especialmente os de Mateus. Meu avô paterno tinha por hábito também dizer «naquele tempo» para se referir a qualquer facto da sua meninice ou juventude e eu, por isso, cuidava, na minha ingenuidade de menino a começar a ler, que o meu querido avô tinha mais de dois mil anos, pois só no Livro Sagrado encontrara tal expressão.
Hoje a vida é tão célere e os meninos têm tão pouco conmtacto com os avós que, quando crescerem, não terão, por certo, lembranças (saudáveis) do convívio com os pais dos seus pais como eu tenho e que são importantes, porque cimentam laços de pe rpétua amizade, os quais nos identificam e marcam as gerações.
Agora os "velhos" vão para os lares ou vivem a centenas de quilómetros dos seus descendentes o que faz com que se vejam de crés a crés pelo que não existe, como num passado não muito distante, o enlear desses laços de convivência e amizade que identificam e qualificam o Ser Humano.
E daí? - perguntar-me-ão.
Não sei! Cada um tire as ilacões ou conclusões que sua formação lhe inspirar.

sexta-feira, abril 03, 2009

A propósito de preservatrivo e religiâo

Olá Cristina,
Disseste:
«Nunca concordei com a Igreja a propósito deste assunto. Não só pelas doenças graves que se podem apanhar, mas também pela quantidade de filhos, por casal, que iriam continuar a surgir indefinidamente.
O mundo está a abarrotar de homens. E a comida está a ser cada vez menos para tanta gente,. se nos continuarmos a reproduzir desta maneira, não tarda, teremos um fim bastante mau. A água potável está em vias de acabar e cada um de nós precisa de muita por dia, se houver mais população mundial, como faremos?
O Papa, não deveria dizer o que disse sem, no entanto, pensar nas consequências. Deus deu-nos oportunidade para nos resguardarmos através de uma boa invenção, porque, com certeza, achava e acha bem que a utilizemos.
Em África, cada mulher tem quase tantos filhos, como tinha à 40 anos atrás. Se não usarem os preservativos, vão continuar a difundir essas doenças a todos os filhos que tiverem e acabará por ser o caos.
Espero bem que o nosso Bispo não arranje problemas por contestar a opinião Papal.»
Cristina, A,miga, muito agradeço a amabilidade do comentário, muito embora pense que o preservativo é muito mais importante, neste momento, como meio de evitar doenças de grande contágio sexual, pois, como contraceptivo, podem ser usados outros métodos.