segunda-feira, abril 30, 2007

Para se ter ideias bem formadas é preciso conhecer o bem e o mal

Nunca percebi muito bem porque é que a igreja católica com sede em Roma “apostatou” muitos dos livros chamados apócrifos, não os incluindo no leque dos textos do (dito) Novo Testamento.

Bem sei que alguns deles – segundo quem os leu – continham conteúdos ou afirmações não concernentes com os princípios que norteavam (e, parece, continuam a nortear) os chefes daquela secular Igreja. Mas daí a tirá-los da acessibilidade da leitura geral vai uma distância abissal, pois quando me dei conta que (também) tinha direito a pensar e, em consequência, a ter ideias próprias sobre os assuntos, verifiquei e conclui que só conhecendo os vários dados de uma questão é que podemos consolidar conhecimentos e, concomitantemente, o nosso pensamento e, na situação em apreço, a nossa fé.

A fé não pode ser uma convicção cega – herdada, ensinada e/ou imposta na meninice por quem esteve encarregado da nossa educação social, moral e… religiosa – tem de assentar suas bases em alicerces de estudo diversificado, aturado e continuado. Dizia, muitíssimo bem, minha avó materna que «só é sabedor e tem convicções fortes quem conhece, por estudo ou por vivência própria, o bom e o mau e disso tira as devidas e naturais ilações. O “Maria vai com as outras” ou o “já meus pais assim faziam”, não é nada, porque é, apenas e só, fundamentalismo, melhor, é fanatismo doentio e perigoso que conduz a extremismos alienatórios.»

Nos tempos que correm, não se querem dogmas o que se precisa é que cada um tenha acesso aos documentos e ás vivências, para que o modo de ser e de estar, sejam próprios de uma vontade estruturada e jamais resultantes da imposição dos outros.

A “Inquisição”, cremos, acabou!...

sexta-feira, abril 27, 2007

Pensamentos avulsos II

Se alguém vai à frente, nas ideias ou no tempo, logo o alvejam e (muitas vezes) destroem.

O rico, ainda que medíocre, prospera sem esforço. O pobre, mesmo talentoso, tem de lutar afanosamente para singrar na vida.

O dinheiro é, ainda, a força do triunfo fácil e a mola que catapulta a mediocridade para o pódio.

Que pena a cultura ter (também) de depender do dinheiro!...

Na hora da dificuldade, bem poucos são os que estendem a mão àquele que esbraceja buscando a saliência que o salvará.

quarta-feira, abril 25, 2007

No Dia da Liberdade

A alegria, entusiasmo, euforia, frenesim e êxtase de sonho e esperança num Portugal e numa vida melhor, do após 25 de Abril, têm vindo, a pouco e pouco, a esmorecer.

Já passaram trinta e três anos em que, numa madrugada, tocou o meu telefone e alguém da redacção do Diário de Notícias, de que era correspondente em Viseu, me disse: – Almeida Campos há uma revolução na rua, vá saber o que por aí se passa.

Passaram 17 Governos e…

Mas a esperança não mudou – os portugueses são assim! – e continuamos à espera do D. Sebastião que há-de vir, numa manhã de nevoeiro, para nos salvar e ao país de que foi rei. Valha-nos, ao menos, isso!...

segunda-feira, abril 23, 2007

Pensamentos avulsos

Deus é Todo Misericordioso. Mas Deus sabe que os homens pecam, por isso a Sua Misericórdia é maior do que o pecado dos homens. Assim sendo, ninguém é condenado para a eternidade infinita do tempo.

A humildade seduz. A arrogância cria o ódio e o ódio mata a «liberdade, a igualdade e a fraternidade», numa palavra, o amor.

A diversidade é filha de Deus e cria harmonia natural no Universo e na mente dos homens. A complexidade é criação do Homem e gera a burocracia e a confusão e estas levam à corrupção e às desigualdades que lhe são inerentes.

(...do meu «Bloco de Notas»)

sexta-feira, abril 20, 2007

Chafurdar na lama por um "canudo"

Fui, durante 40 anos, jornalista e, segundo diziam, não fui dos maus, até pelo contrário. Hoje, porém, confesso, se tivesse que voltar à profissão, penso que falharia rotundamente. Jamais conseguiria atingir a agressividade necessária para corroer as mentes dos visados jornalísticos, como vejo, actualmente, fazer, com um desprezo total pela privacidade intelectual de cada um e, quantas vezes, com uma teimosia, completamente, fora dos limites da dignidade humana.

Nos dias que correm, vejo, procedimentos deploráveis e demasiado estúpidos, fugindo ao senso comum e ao respeito devido a cada ser humano, por mais indigno ou culpado que ele seja ou tenha sido. Creio que, no presente, não será possível, ao terminar uma carreira, dizer como eu digo: Nunca tive de desmentir uma notícia; desdizer uma crónica ou artigo; ser admoestado pelas chefias de redacção e sofrer qualquer falta desrespeito por parte daqueles que entrevistei ou, somente, interroguei.

O Dr. Mário Soares disse-me um dia, perante todos os meus colegas que o envolviam: «Você é o jornalista mais manhoso dos que me interrogam, mas, nem por isso, deixa de ser o mais honesto e sério na forma como o faz.» Pois é! O que me importava era informar e… “formar” e não chafurdar na lama à volta de um “canudo” universitário.

Que importa se Lula da Silva é um simples operário se é ele que dirige um país de cem milhões de almas? Que interessa se Maldonado Gonelha era um electricista, se ele, afinal, foi o melhor Ministro da Saúde que Portugal teve após 25 de Abril? E Atílio dos Santos Nunes foi um simples operário da construção civil, se é um bom Presidente da Câmara Municipal de Carregal do Sal? Ou que Jerónimo de Sousa foi, apenas; um afinador de máquinas; se tem capacidade para dirigir um partido?...

quarta-feira, abril 18, 2007

Dúvidas e mais dúvidas

Qual será o pensamento de um matador compulsivo como aquele jovem que, na América, executou a tiro tantas pessoas? Confesso que, para mim, tal comportamento é deveras estranho e, direi, impossível de entender!

Bem sei que existe imensa discriminação e xenofobia, também imagino quanta revolta isso deve causar, mas a minha reduzida inteligência e conhecimentos adquiridos ao longo da vida, não me permitem abranger um leque (provavelmente) tão vasto de causas dinamizadoras de atitudes assim violentas e nefastas.

Qual a culpa das vítimas do massacre em toda aquela incomensurável revolta? Por certo terão sido, somente, cordeiros inocentes nas mãos de um tresloucado magarefe? Não sei? Não sei?! Mas, juro, dá muitíssimo que pensar!

E, para rematar este malfado caso, mais uma questão: Por que andam as armas de fogo tão acessíveis à mão de qualquer um?...

segunda-feira, abril 16, 2007

"Festival do Oculto"

«Tudo está escrito!...» – soa dizer-se quando algo não corre segundo o nosso desejo, querendo-se, com isso, atribuir ao “Destino” as culpas do nosso falhanço ou do nosso sucesso, como se o destino não fosse coisa feita por nós, com o nosso esforço, espírito de luta, estudo aturado, meditação profunda e/ou modo de ser e de estar no Mundo.

O Destino, somos nós e a nossa interacção com os outros e com quanto nos rodeia, desenhando o rumo que, de momento a momento, somos forçados a traçar, com vista à prossecução dos nossos objectivos no mapa da existência, tendo em conta centenas de factores, que, em moto continuo, vão alterando as conjunturas económicas, sociais, políticas, numa palavra: Humanas.

Vem isto a propósito de um “Festival do Oculto” realizado este fim-de-semana, em Viseu, onde uma dezena e meia de charlatães (sublinhe-se a palavra), facturou à custa de umas boas dezenas de incautos, febrilmente ansiosos de descobrirem o seu “Destino” de curto ou médio prazo. Não estou – não posso estar – contra nada, nem ninguém. O que me surpreende é ver que, em pleno século XXI, ainda há tanta gente que não sabe separar o trigo do joio e não destrinça o oportunismo da seriedade a qual é fruto da obtenção de conhecimentos e de saberes sólidos, com base em princípios e regras cientificas e não, empiricamente, em fanatismos mórbidos que enganam e, mais tarde ou mais cedo, desiludem e levam a depressões perniciosas e, daí, à perda da razão.

Contra que “moinhos de vento” quixotescos estamos a esgrimir?...

sábado, abril 14, 2007

O Humor nas expressões populares

Há expressões no léxico popular que, embora engraçadas pela sua tipicidade e ingenuidade, não deixam de carecer de alguma boa vontade, para serem aceites e, francamente, entendíveis, por quem não conhece bem a nossa língua. Por exemplo, um clínico vê um doente e, depois da consulta, alguém quer saber notícias através de um familiar e a resposta surge, com naturalidade: «o médico torceu-lhe o nariz!» O que a pessoa queria dizer com tal afirmação (ou frase feita ou idiomática) era, simplesmente, que «o doente não estava nada bem

Fazendo humor sobre o caso diríamos: - Bolas! Já não lhe bastava a doença, quanto mais o médico pôr-se a torcer o nariz ao pobre do enfermo! Coitado do infeliz!...

Houve, nos finais dos anos 50 do século XX, em Viseu, um escrevinhador, em semanários da região, que apunha, no cabeçalho dos seus escritos (diga-se: arengas medíocres, mas bem fascistas), a seguinte asserção: «quando o Mundo passa torto à minha porta, dou-lhe um pontapé.»

Pobre Mundo, se já ia torcido e a cambalear, com um pontapé… Imagine-se só como ficava depois de, tantas vezes, ter passado à porta do tal fulaninho!...

Felizmente um punhado de Capitães fez o 25 de Abril em 1974 e “a mula da cooperativa” (era assim que chamávamos o tal sujeito) perdeu o pio porque senão o “Mundo” estaria hoje, de certeza, totalmente paralítico com tantos pontapés. Oh! se não estava!?...

quarta-feira, abril 11, 2007

Ainda Icongruências religiosas

Por que é os Cátaros consideravam a adoração da cruz como um acto fetichista e de paganismo primário? Então a Cruz não é o símbolo da redenção da humanidade, como em pequenos nos ensinaram e, por isso, até trazemos uma ao pescoço?

Para a maioria dos cristãos é evidente que sim! Ao analisarmos atenta e desapaixonadamente os factos, verificamos que outra forma de morte não poderia ter sido escolhida por Deus quando traçou o Plano da Salvação dos homens, pois, para a época, outro instrumento não havia mais doloroso e ignominioso. Ora a morte de Cristo tinha de ser um acto de grande humildade do próprio Redentor, que, com grande sentido de submissão ao Pai, tudo aceitou. Por outro lado, a cruz é o cruzamento de dois paus: um na vertical e outro na horizontal. Este significa o abraço de amor a toda a humanidade. O vertical pretende elevar-se e elevar-nos até à transcendentalidade, até Deus. Para que tal fosse bem visível outro instrumento não havia que não fosse a Cruz. É, no entanto, bem certo que os primeiros cristãos, muito especialmente os de Roma, se não identificavam pela cruz, nem com a cruz, mas por e com um peixe que resulta de ICTHUS, cuja palavra é formada pelas iniciais Iesous Christos Theou Ulios Soter que se traduz por Jesus Cristo, Filho de Deus, Salvador. A cruz, todavia, é bem mais simples e fácil de desenhar que qualquer outra marca identificativa, qualquer um sabe traçar uma cruz, até que seja só de forma mímica, num gesto aéreo feito com uma das mãos. A cruz é também o sinal mais ( + ), ou seja o sinal que revela toda a positividade matemática da nossa vi(n)da, como já sucedia com os antigos egípcios, para quem a cruz era um símbolo de vida e, muitíssimo antes de terem contactado com os cristãos, para os astecas ela constituía um símbolo sagrado. A cruz não se julgue que é um exclusivo dos cristãos, pois séculos antes de Cristo, já os escandinavos assinalavam as sepulturas dos seus reis com esse sinal. É evidente que, como é da tradição, a cruz da crucificação de Jesus e as dos “ladrões” que o ladearam era em forma de tau (T) ou seja da letra do alfabeto grego correspondente ao tê, isso não lhe retira a riqueza simbólica que anteriormente referi. Por isso, talvez a sua adopção pelos cristãos e não, de um modo mórbido, como interpretavam os Cátaros, de veneração ao instrumento doloroso de tortura e morte Daquele que só foi e se revelou autêntico Filho de Deus pela Sua Ressurreição. Cristo se não tivesse Ressuscitado de entre os mortos teria sido, tenho disso a certeza, como muitos outros, antes e depois Dele, apenas um homem (Sublime é certo, em seus ensinamentos), mas nada mais do que isso.

(Do meu romance a publicar «Sei!(?) Não sei?(!)»)

De novo a "lei da r olha"?

Já vi muita coisa nesta vida! Mas nunca tinha imaginado sequer que a justiça quisesse ou pudesse impor a “lei da rolha“, como vi, ontem, num telejornal.

Um jornalista desportivo ou não (não sei efectivamente, nem isso interessa ao caso) publicou, há já algum tempo, uma notícia em que fazia menção a determinado clube o qual devia uma elevada importância. Facto incontestadamente verdadeiro. Pois o Supremo Tribunal, depois de outros, veio condenar o jornal a uma elevadíssima indemnização, por considerar que fora posto em causa “o bom-nome” do clube em dívida.

Então, a verdade não deve dizer-se? Onde está a transparência das instituições? Que é feito da liberdade de expressão e/ou de informação? Será que a vitória do fantasma do “Estado novo” (ressuscitado, por um concurso televisivo, feito sem critérios, nem princípios de defesa dos valores da liberdade e da democracia) está a afectar as mentes antiquadas (e, se calhar, anquilosadas) dos fazedores da justiça portuguesa? Será que, brevemente, vamos ter, de novo, o “lápis azul” da Censura a conspurcar e a destruir as páginas da informação em Portugal? Não bastaram 48 anos de tal regime?

Meu Deus, meu Deus em que país vivemos nós?!....

segunda-feira, abril 09, 2007

Incongruências religiosas

Há coisas, nas igrejas de raiz cristã, que, hoje, me são um tanto incompreensíveis e bem difíceis de aceitar. Por exemplo: Cristo, dizem os evangelhos, ressuscitou! Então, se ressuscitou, porque levam Jesus, pregado na cruz, de casa em casa na visita pascal? Se Ele ressuscitou, não deveria ser levada, sim, uma imagem sem a cruz, tipo Cristo Redentor?

Outro exemplo: Na cerimónia de Sexta-Feira Santa, em dado momento, procede-se “à adoração da cruz”. Quanto a mim, parece-me, neste caso, são cometidos dois erros graves. O primeiro é dizer-se “adoração” quando nos Mandamentos da Lei de Deus se diz que «só a Deus adorarás». O segundo é a “adoração” de um instrumento de martírio e morte. Então por que não venerar a forca, a guilhotina ou a cadeira eléctrica que também são instrumentos de martírio e morte? Não será isto fetichismo religioso?

Caramba! Estamos já no século XXI e não ainda nas trevas dos tempos da Inquisição!

quinta-feira, abril 05, 2007

Uma lenda sobre a Páscoa

Com votos de Páscoa Feliz para todos, aí vai uma lenda que recolhi vao para cerca de 50 anos.


Há muitos, muitos anos, ainda os romanos dominavam a Península Ibérica, havia um povo castrejo que habitava, mais ou menos, junto ao que é hoje a aldeia de Carvalhais, no concelho de S. Pedro do Sul (talvez Castro da Cárcoda) e que, nesse ano, vivia muito preocupado, porque tudo andava mal com a seca e as moléstias que o assolavam.

As culturas não produziam como de costume; os frutos silvestres não eram o que deviam ser; pois a chuva fora escassa e o sereno, no tempo da floração, não soprara para limpar as pétalas desnecessárias; os animais morriam à sede e à míngua. Era, enfim, um ror de calamidades que a todos afligia.

Os homens, exauridos de mourejar a gleba madrasta, caíam em desânimo, juntando-se à entrada dos seus cardenhos arredondados, conversavam lamentando-se da desgraça em que se encontravam.

Dois varões, de barba negra e hirsuta, rostos tisnados pelo sol e pelo suor, mastigando, lentamente, um naco de pão de castanha e bolota, diziam desesperadamente um para o outro:

- A continuar assim, morremos todos. As minhas provisões não duram mais que três dias. Não sei que hei-de fazer!...

- O teu queixume é bem melhor que o meu, pois já há dois dias que os meus se foram. Vale-nos a solidariedade dos vizinhos.

- O Feiticeiro bem se farta de fazer coisas para ver se a água cai do céu, mas nada. Tudo em vão.

E as práticas eram todas iguais, uma desesperada lenga-lenga de queixumes, até que, cansados, iam por aqueles penhascos resmungando imprecações contra os deuses tutelares do Castro.

Mais um dia ou dois passaram. Uma bela noite de sono, estranhamente, pesado, algo aconteceu sem ninguém dar por isso.

De manhã, ao sair das casas, o povo abriu a boca de pasmo e encanto: a Natureza mudara. As ervas vicejavam, as flores enchiam os olhos de cor e alegria, as cerejeiras, precocemente, reverberavam frutos carnudos e suculentos e os animais, já saciados, viam a água transbordar dos charcos e rumorejar pelos regatos e ribeiros da região.

É que – diz a velha lenda – lá longe, em Israel, naquela manhã primaveril, Jesus Cristo ressuscitara para salvar os homens da Terra inteira.

(Do meu livro já publicado:”Dente de Cavalo”)


terça-feira, abril 03, 2007

A propósito do Dia das Mentiras

«Ouvi dizer…» Eis uma frase ambígua e terrivelmente perigosa. Quando se ouve algo, logo surgem várias questões: Quem disse? Como o disse? Por que o disse? Qual o fundo de verdade na afirmação? Quais os modos ou instrumentos usados na pesquisa da informação? etc., etc., o rol das perguntas seria imenso.

Às vezes uma coisa que parece sem importância e, daí, óbvia não passa de mera especulação ou, o que é bem pior, de simples diversão que pode vir a tornar-se em “barril de pólvora”, pronto a estoirar a todo o momento.

Os boatos, a mais das vezes, surgem exactamente assim, são filhos do nada, mas, quase sempre, causam danos nas pessoas, nas famílias, nas instituições, nos estados. É “bola de neve” a rolar e a aumentar seu volume até ser avalanche avassaladora e arrasadora.

É por isso que o Primeiro dia de Abril, servindo para expandir frustrações reprimidas por força do “parece mal”, pode ser transformado numa data desastrosa. As mentiras desse dia, por mais ingénuas que possam parecer, podem vir a ser fonte de “diz que se disse” e, desse modo, ocasionar alguns prejuízos materiais e morais.

Por tudo isto – não sou contra a existência do dia das mentiras – sempre que, no rodar dos tempos, as pessoas queiram pregar a sua “mentirinha” devem pôr nisso todo o cuidado, de maneira a evitar situações desagradavelmente indesejadas, seja para quem for.

Sempre estou muito velho e muito louco! Vivam os futuros dias das mentiras!...

segunda-feira, abril 02, 2007

Perenidade dos suportes de conteúdos

«Nada (absolutamente nada) é eterno e imutável no Universo!» Tudo morre ou desaparece e tudo se transforma. A eternidade só existe na forma de energia mutável e recuperável. Por esta ou aquela razão ou por esta ou aquela técnica será possível reconstituir algo em vias de perda, mas tal só acontecerá por um tempo restrito, pois tudo terá de voltar a um novo começo ou recomeço, de acordo com o ponto de vista de cada qual.

Vem isto a propósito das novas tecnologias que, há alguns anos atrás eram tidas como a forma perene de guardar os conhecimentos e as memórias dos nossos dias. Sabe-se hoje que, afinal, essa ideia estava e está totalmente errada, já que quer um disco rígido de um qualquer computador, quer um CD ROM, uma antiga disquete, um CD áudio, um DVD, um filme ou qualquer outro suporte magnético de memória têm um tempo de duração que vai pouco além dos cinco anos, perdendo-se, a partir daí, parcial ou totalmente, o seu conteúdo.

Dizia-se, em tempos muito recentes: «o suporte literário em papel tem seus dias contados.» Qual quê?! As bibliotecas com milhares de obras manuscritas ou impressas, apesar do passar dos muitos séculos de existência, continuam e, creio-o, vão continuar a ser a melhor maneira de conservar saber e memória, salvo no caso de se descobrir (a ciência evolui a cada hora) um suporte que seja tão duradoiro quanto o tem sido o pergaminho, o papel, o bronze e a pedra, os quais puderam resistir durante milénios com possibilidade da serem reproduzidos fielmente em conteúdo e em forma.

O novo é bom, mas o velho, por enquanto, continua a ser imbatível e insubstituível!...