Toda a vida do ser humano é regida por princípios adquiridos pela observação e aprendizagem de quanto nos rodeia ou nos é ensinado desde que nascemos.
Esses princípios, tendo uma base comum, ou seja: o bem próprio e o de tudo de que (ou de quem) depende directa e indirectamente, só variam em pormenores circunstanciais e culturais de acordo com o lugar e a pessoa que os segue.
Para um Cristão, por exemplo, a sua conduta tem como objectivo atingir, após a morte a “vida eterna”; já um Budista tudo faz pelo seu aperfeiçoamento espiritual, de modo a que possa ver reduzido o número de reencarnações de modo a gozar o Nirvana; por seu turno um Politeísta desenvolve as suas acções por forma agradar e a servir os “seus deuses” afim de que eles o recompensem quer em vida, quer depois da morte.
E um Ateu, que é descrente de qualquer tipo de conceito religioso, que princípio ou princípios o moverão, mental e/ou espiritualmente, ao direccionar a sua conduta?
Daqui se infere que o Homem, para ser, bom ou mau, não precisa de estar (re) ligado ao conceito da divindade omnipotente e omnipresente. O que necessita, isso sim, é de acreditar em si, nas suas capacidades humanas de bondade, para consigo e para com quanto o envolve e que não pode ignorar, sob pena de – embora possa parecer um paradoxo – nada deixar que o lembre aos vindouros, quer seja positivo, quer seja negativo.
E esta última forma de pensamento é, já em si mesma, um princípio primordial e fundamental a ser seguido e é – creio eu – uma forma de elevação espiritual e também moral de ser e de estar no Mundo “esfarrapado” dos nossos dias.