A mente humana é algo tão complexo que, desde há milhares de anos, os mais instruídos na matéria têm vindo a debruçar-se sobre ela, estudando e experimentando de todas as formas sem que, até hoje, se tenha obtido os necessários conhecimentos para que se domine, em plenitude, todas as reacções e todos os mecanismos que a regulam.
Essa complexidade e essa ignorância levou (e leva) o homem a refugiar-se no subjectivo (digo mesmo), no abstracto, afundando-o, quando para mais não tem capacidade, nos meandros da superstição e da irrealidade religiosa, criando, obviamente, conceitos que, embora não tendo qualquer base cientifica, o aliviam de suas dúvidas, dos seus medos e ou fantasmas.
A religião, diga-se, as religiões são isso mesmo: uma fuga vertical para o desconhecido, para Deus ou para os Deuses que povoam o nosso subconsciente, que desde o nosso nascimento foi (impiedosamente) metralhado com ideias, conceitos e preconceitos que lá se armazenaram, qual esponja, ao longo dos tempos.
Depois, quando adquirido algum conhecimento, surge o terrível combate entre o subconsciente que nos impele numa rota e o consciente que nos direcciona em sentido inverso. São dois homens em luta: o do passado eivado de preconceitos e superstições e o do presente sabedor de outras realidades que a ciência comprova e/ou comprovou.
A qual destas entidades em conflito dar a vitória? Ao subconsciente ou ao consciente? À religião ou à ciência? Ao subjectivo ou à lógica? Como ver (ou entender) a divindade como um Ser semelhante ao homem ou como um fonte de Energia latente em tudo e em todos que nos impele e orienta?
Não sei, mas gostava de saber! Por isso vou comprar uma dúzia de castanhas assadas à vendedeira da esquina e comê-las tranquilamente, no remanso do meu caminhar…
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