Nos finais dos anos 50 do século passado foi colocado um busto de Luís de Camões, no Parque da Cidade, em Viseu, o qual foi tão mal localizado e de forma tão pouco digna que os jovens (dos quais eu fazia parte – agora já posso dizê-lo) lhe colocaram um cartaz em que se dizia:
«Que fazes aí, Camões,
Homem de tanto valor?
- Estou a apanhar bolotas
Para dar aos idiotas
Que aqui me vieram pôr!...»
Depois disto, foi colocado num local um pouco mais condigno, onde a juventude estudantil – ao menos – o pode ver.
Surge isto a propósito de a Câmara Municipal de Viseu estar a preparar-se para colocar, no mesmo Parque, uma estátua do escritor Aquilino Ribeiro, talvez a pretexto de aquele pulmão citadino ter o nome do ilustre homem de letras.
Será que já não basta o abandono e maus-tratos do busto de João de Barros, agora também é preciso sujeitar Aquilino a tais vexames? Numa cidade tão moderna e bonita, será que não há outro local mais visível, atraente e moderno para honrar e prestigiar o autor de «Quando os lobos uivam»?...
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