Olhando para o mundo que me envolve e a que, ainda, pertenço, fico atordoado, pois sou forçado a interrogar-me: sou eu ou são os outros que estamos a enlouquecer?
Vem isto a propósito de um programa de debate, apresentado na Televisão, em que a ideia base que pode ter ficado é que os portugueses têm, forçosamente, de se qualificar nas novas tecnologias.
Não estou, nem posso estar contra. Mas… (a adversativa é o busílis da questão) então as coisas já só giram em torno de informática, digitalização, software e hardware, placas disto e daquilo?...
«É preciso, é urgente, qualificar os portugueses.» Estamos – penso – todos de acordo neste ponto.
Discordo, sim, é que essa qualificação seja – ao que me quis parecer – prioritária tão só no âmbito das (chamadas) tecnologias de ponta, pois, ao que vejo, o mundo não é apenas de técnicos em informática.
A qualificação ou a requalificação é necessária e urgente para que hajam excelentes carpinteiros, serralheiros mecânicos, pedreiros, sapateiros, costureiros, panificadores, agricultores, criadores de gado, mineiros, bombeiros, camionistas, ferroviários, professores, médicos, enfermeiros, engenheiros, arquitectos, etc., etc., etc.
E… depois – como dizia, com fina ironia, minha avó materna – «vai ao forno e come-se quentinho.»