Muitas vezes me pergunto se a arrogância é, de facto, uma constante nata na postura convivêncial do ser humano. E isto porque vejo arrogância em tantas pessoas e em tantos momentos que, acho eu, deveriam ser de tranquila humildade que fico a pensar: será que tenho andado distraído e nem me apercebi da existência e prevalência desse defeito, ou será que estamos a atravessar uma época propícia a tão nefasto sentimento?
Não! Não é um fenómeno actual. A História de Portugal está cheia de personagens carregadas de arrogância, começando pelo nosso primeiro rei que, sendo um rude cavaleiro que assinava de cruz, arrogantemente, teve a falta de humildade de, como seria de esperar, respeitar a que – dizem – era sua mãe, acabando nos dias de hoje em que não sou capaz de topar um só político com um pingo de humildade no falar e no agir.
Eu próprio também sou arrogante e tanto o sou que estou a julgar-me maior que todos dizendo estas coisas. Quem não tem, num dado instante, a tentação da arrogância? Quem é, completamente, imune a tal sentimento?
Respondo simplesmente: todo o ser humano tem, em si, uma pontinha de arrogância que, em momentos incontrolados, deixa vir ao de cima e deixa que flua ao sabor da excitação do discurso.
«…Humanum est!»
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