quinta-feira, abril 29, 2010

Onde estão os nosso0s Poetas?

Dantes, porque os jornais locais iam publicando nas suas páginas alguns pequenos poemas daqueles que amam e cultivam a Arte da escrita em linha interrompida, eram conhecidos os Poetas viseenses, até mesmos os mais recentes que iam surgindo. Agora - confesso - só me lembro dos mais antigos, alguns deles já nem fazem parte do número dos vivos, pois os novos não sei quem são. E, com toda a certeza, há-os e bons, mas quem são, onde estão e o que fazem?
Esta questão, que parece de somenos importância é, no fim de contas, crucial. José Maria Toroldo dizia: «Se queres conhecer como vai o mundo lê os Poetas.» Na realidade, pela sua especialíssima, sensibilidade, os Poetas (não os poetas ou simples rimadores de improvisos louvaminheiros) vêem e sentem o que o comum dos mortais precisa que lho digam.
Poetas da minha terra, onde estais que vos não conheço, nem vejo vossas obras? Dizei-me quem são e onde param! Uma localidade só é Culta quando os seus Poetas (novos e velhos) são conhecidos e... lidos.
Se és Poeta ou conheces algum, vai ao Centro Cultural Distrital de Viseu (no Auditório Mirita Casimiro em Viseu) e inscreve-te (ou inscreve-o) no registo lá existente.
- Viseenses amai e deixai cantar os Poetas da nossa terra!...

terça-feira, abril 27, 2010

Agricultura...

Há uns cem anos, ou mais, cantava o poeta de S. Pedro do Sul, António Correia de Oliveira, numa simples quadra tornada popular, mas que não recordo na integra: «Quando a preguiça morrer | (...) | até o monte maninho | dará rosas, pão e vinho
Agora, que vivemos tempos de crise (e de fome - há-a por aí a descoberto), começa-se a dar conta de que estamos - especialmente em Portugal - a desperdiçar toda a potencialidade que a terra tem para nos alimentar e, possivelmente, enriquecer através da exportação dos seus produtos.
É bem evidente que não estou, como é óbvio, a falar de uma agricultura de subsistência como sucedia no período do fascismo, nem sequer de "fim-de-semana", como também sucedeu depois da entrada de Portugal na Comunidade Europeia e como ainda acontece, mas de uma Agricultura inteligente, moderna, dirigida e feita por gente qualificada e, por isso, produtiva e não cara para que não seja preterida por produtos vindos de fora a preços bem mais convidativos. Não basta só a qualidade é preciso que o nosso custo acompanhe o mercado de modo a que os agros não fiquem em armazém sem capacidade concorrencial.
É preciso, nas terras, menos gente, mais cabeça e maior conhecimento cientifico e/ou académico, para singrarmos e não voltarmos ao passado recente.
Há mais de cinquenta anos que ando a dizer estas coisas! «E eu é que sou o burro?!...»

segunda-feira, abril 26, 2010

Falácias

Dizia o meu pai que «os políticos dizem o que sabem, mas não sabem o que dizem.»
Afinal, analisando as coisas, à luz dos dias que correm, o meu "velhote" era um sábio!
Sem, obviamente, pretender fazer generalizações, pois há políticos e Políticos, sempre direi que esse "papagueio" é mais notório, quanto mais encurta o tempo para futuras eleições. Então, com o fito na conquista do voto dos eleitores, alguns desses politiqueiros de meia-tigela que (até) afirmaram não ler os jornais, perdem a noção das realidades e toca de mascarar sua ganância eleitoral com discursos de conveniência, que não de autenticidade e de conhecimento de causa, que entrem no ouvido dos incautos e, daí, resulte mais uns votos a seu favor.
Não os culpo por tal procedimento. lamento sim, é a cegueira de quem os segue e os apoia, por fanatismo partidário e/0u por atávico "carneirismo", esquecendo que, em Portugal, houve um 25 de Abril que nos deu liberdade de escolha, para Sermos e Existirmos conscientemente com a dignidade a que temos direito.
E, por aqui me fico!...

sábado, abril 24, 2010

"Dia da Liberdade"!...

Uma madrugada fui abruptamente despertado pelo telefone (ainda não haviam telemóveis) pela Redacção do D.N, para quem, na altura, trabalhava. Disseram-me que estava a ocorrer uma revolução e que fosse ao Quartel de Viseu, a ver se recolhia mais informações, o que fiz de pronto, com o coração em alvoroço pela emoção daquele despertar e pela dúvida que bailava no meu cérebro, já que desconhecia o tipo de revolução que estava a decorrer, nem como me iriam receber no "velho" R.I. 14.
Por detrás do portão, encerrado, um oficial aquietou-me a ansiedade esclarecendo, de forma mui sucinta, que uma Companhia de militares daquela Unidade havia partido, pouco depois da meia noite, para ir ajudar a derrubar o regime até aí vigente em Portugal.
Era o 25 de Abril de 1974!
Quando, cerca das sete da manhã, telefonava para o "meu jornal" a dar as informações obtidas, eu estava eufórico de emoção e contentamento. Finalmente íamos ser livres! Todo o dia andei numa roda viva a colher informações e a enviá-las para a Redacção do D.N.
E - como o tempo passa? -... já lá vão 36 anos!...

sexta-feira, abril 23, 2010

Os Animais (também) sofrem!...

Por que será que quando nos afeiçoamos a algo, ao perdermos o objecto desse especial afecto, ficamos profundamente tristes e doridos de alma?
A minha "Angie" - cadela caniche que adoptamos (eu e minha esposa) e que amávamos - por se lhe ter revelado uma artrose reumatóide (irreversível), apesar dos anti-inflamatórios e analgésicos que lhe eram ministrados, não logrou melhoras, acabando por não se aguentar de pé nas patas traseiras, nem para defecar e, por isso, a Drª Veterinária achou por bem, afim de evitar mais sofrimento ao bicho, proceder ao seu abate.
É triste e dói muito, mesmo sabendo que se trata de um ser não humano! Mas a vida tem destas coisas e há que ir em frente, embora se ponha a questão: Por que é que os animais também têm de sofrer? E mais: Por que é que há gente, sob a capa da "cultura", que faz sofrer os pobres irracionais, como, por exemplo, (triste e lamentável exemplo) nas Touradas?
Não será já tempo de sermos, verdadeiramente, "civilizados", acabando, de imediato e definitivamente, com tais práticas?...
Chamem-me, neste caso, "bota de elástico" que eu não me importo!...

quarta-feira, abril 21, 2010

Natureza - a eterna incógnita

O Homem (cientistas) tem já poder sobre imensas coisas, podendo alterar o ritmo de muito daquilo com que vive e lida. Porém - há ainda a adversativa -, no caso da Natureza, muito (tudo) está para descobrir e para fazer, pois escapa aos seus gestos, tecnologias e conhecimentos. Ele são as inundações; os furacões e tornados; os sismos e tsunamis; o calor e o frio que o Sol comanda; os vulcões e as suas erupções; o buraco do ozono; que mais sei eu?...
O Ser Humano, nestes últimos dois milhões de anos, mas mais acentuadamente de há dez mil anos a esta parte, tem aprendido e resolvido tantos e tamanhos problemas que, com estúpido desplante, (quase) se julga Deus e, daí, começa a pensar que é dono e senhor do poder e da sabedoria suprema.
Contudo - outra vez a adversativa -, só porque um vulcãozinho se põe a bufar as suas bazófias de construtor (ou refazedor) de paisagens, logo o Homem revela a sua impotência e rotundo falhanço.
E, então, aparecem, em catadupa, biliões de enunciados que ficam sem resposta válida e capaz de resolver, de vez, os problemas surgidos.
- Ai, como somos (ainda) tão diminutos e ignorantes, todavia - mais uma adversativa - tão arrogantes!...

segunda-feira, abril 19, 2010

Pensar em voz alta...

Navegar à bolina é navegar em contra-vento. Coisa que exige, muito conhecimento de marinhagem na utilização das velas e do leme da embarcação.
Com a actual crise económica e social os países do Mundo vão navegando "à bolina", contra ventos e marés, mas, ao que se observa, nem todos os Comandantes dos veleiros estão, devidamente, habilitados para singrarem em tais condições de mar.
Governar nunca é fácil, contudo fazê-lo em condições adversas é ainda bem mais difícil, sobretudo quando os mabecos, singularmente ou em matilha, vão mordendo os tornozelos dos chefes da caravana, obrigando-os a aguentar sob tal ameaça e intempestiva pressão. Pois, para além de orientarem os caravaneiros, têm, também, de proteger as suas canelas das investidas daqueles ferozes cães selvagens, que pretendem. por todos os meios (mesmos os mais ilícitos e achincalhantes), vê-los caídos por terra para, depois, ser «fartar vilanagem» com os focinhos sujos do sangue escorrido da carniça em que os têm sofregamente mergulhados.
A política (a baixa e soez) é assim!
E, pronto: quem tiver inteligência que entenda!...

sexta-feira, abril 16, 2010

Cultura ou estupidez?...

Aos oito anos de idade, fui mordido por uma cadela de meu avô materno, porque estava a brincar com um pau e, por certo, ela terá julgado que iria agredi-la. Reconheço que o bicho não o fez por mal, mas, tão-somente, em defesa da sua integridade.Se há que, neste caso , atribuir culpa só a mim ela cabe e jamais ao animal.
Desde essa altura, sofro de uma terrível cinofobia, que, instintivamente, me leva a mudar de passeio, sempre que vejo um cão.
No entanto gosto de canídeos e sofro quando os vejo sofrer, como, por exemplo agora, ao ver o sofrimento da minha "Angie" - uma caniche preta de seis anos - que começou a padecer de artrose reumatóide, a ponto de ter séria dificuldade em erguer-se nas patas traseiras, mormente os remédios que lhe estão a ser administrados.
Perante isto, confesso que não consigo entender como existem pessoas que se comprazem em estimular o sofrimento de animais: caso das lutas e das touradas a que, estúpida e descaradamente, chamam "cultura"(?).
Quem é o doido? Eu, ou os adeptos da tortura dos animais nas praças de toiros?

quarta-feira, abril 14, 2010

"Rabugices"

«Quanto mais velhos estamos, mais rabugentos nos tornamos» - precaviam-nos os nossos entes queridos no tempo em que andávamos de calções e sacola de livros e cadernos às costas.
Como estou a "envelhecer" - aliás, como toda a gente - fico, deveras, preocupado se, efectivamente, me estou a tornar rabugento e, o que será bem pior, "chato".
É certo que tenho ideias e um discurso pautado por valores que herdei uns, que adquiri outros, contudo - cuido eu - isso não faz de mim, um "velho do Restelo" hermético ao avançar da sociedade e da ciência.
Embora tenha a idade cronológica que os anos me impõem, eu quero ter a mente aberta e clara de modo a manter uma idade mental adulta, mas fresca.
Ser velho e ser feliz é ter alma de menino à procura de papoilas rubras para enfeitar a alma dos poetas. E é, também, ser útil legando a sabedoria acumulada a quem, ainda, dela necessita, entregando-a num ramalhete aromático e belo.
Deixem-me ser assim! Mas quando for rabugento mandem-me calar e impeçam-me de comunicar!...

segunda-feira, abril 12, 2010

Divagando sobre a "Razão"

Em política, religião, sociedade, etc, não basta - dizia meu avô materno - ter razão. Para se singrar, tem, sobretudo, de se agradar.
Na altura, aquele pensamento pareceu-me completamente destituído de lógica, pois achava que ter razão era, na verdade, o fundamental para se conseguir obter e cumprir os objectivos propostos. Mas não, se, por mor da nossa razão, realizarmos algo que fira ou, simplesmente, desencante os outros esses planos afundar-se-ão e não vão sair da "cepa torta".
Por isso eu, hoje, digo que é preciso ter razão sim, mas urge demonstrar, com delicadeza, muita diplomacia e imensa paciência o quê e o porquê dessa razão, para que, compreendendo-nos, nos aceitem as ideias e acções com a devida tolerância, certos de que a nossa razão será vantajosa para todos.
Entretanto, atenção, tudo pode indicar que nós é que estamos certos e... todavia, outros podem ter ideias e acções mais concernentes com a realidade das coisas e, desse modo, podem as suas ideias (razões) serem bem melhores que as nossas.
E pronto, disse. Está dito!

sábado, abril 10, 2010

Ainda "espremer" a Vida

Olá Zézinha,
Bem hajas pelo comentário que me enviaste, em que dizes:
«És o amigo que tem a habilidade de existir, de tudo saber ouvir, sem perder a compostura ou a auto-estima.
Aprendi... Aprendo, muito contigo!´»
Quem sou eu, agora, para ensinar seja o que for a alguém? O meu tempo de docência terminou há muito! No entanto, sempre direi que hoje apenas procuro dizer o que me vai no coração e aquilo que a minha inteligência aprova. Claro que nem sempre faço ou digo coisas corretas e coerentes , mas, enfim... sou assim e, julgo, já não tenho idade para mudar e... melhorar.

sexta-feira, abril 09, 2010

"Espremer" a Vida

Olá Maria Azevedo,
Através do Facebook, enviaste-me o comentário que aqui insiro e que foi resultado de, naquele espaço, eu te ter dito que era preciso aproveitar a vida como quem espreme um limão até à última gota.
Disseste então:
«Espremer a vida? Aprender-lhe o sabor, o cheiro, a cor e o som, "andar-lhe a jeito".
Espremê-la!? Talvez, quando muito, por má ser a sina!
Proveito?! Não sei que diga... Talvez aprendizagem, espanto, alegria por verbalizá-la e vivê-la com dor, desencanto, encantamento... Dessas coisas que a alma e o sentido sentem!»
Sim! Ainda bem que entendeste! A Vida é para (tem de) ser vivida e gozada e (também) sofrida em toda a sua dimensão e sob todos os seus aspectos, pois só assim seremos dignos de pertencer à espécie privilegiada que dá pelo nome de Humanidade.
Ser Homem é ser forte e corajoso e viver e sofrer e sonhar com dias melhores. - Penso eu. mas quem sou eu? Ninguém e todos e tudo!...

quarta-feira, abril 07, 2010

Coisas desta terra que eu amo...

Em Viseu, no extremo da Rua José Branquinho ( início do Bairro da Balsa), existe um casarão, pintado de azul forte, com capela privativa e jardim fronteiro, desabitado e em avançado estado de degradação.
Ao que sei (é construção dos anos 30/40 do século passado) era pertença do Eng. Tristâo de Almeida que foi, na década de cinquenta, Presidente do Município Viseense e naquela casa se suicidou, com um tiro na cabeça - disseram - por Salazar não ter seguido o seu Plano Urbanístico, quando da abertura da Avenida 25 de Abril e inerentes circundantes.
Como andam, neste momento, obras de requalificação daquela área citadina, ocorre, com perfeito cabimento, demandar:
E aquele imóvel, vão demoli-lo para construir algo novo? Vão restaurá-lo, tornando-o útil à Cidade? Ou vão, simplesmente, deixá-lo cair de podre, dando, a quem por ali passa, uma imagem de tristeza e vergonha nada digna duma Cidade que se diz e quer ser moderna, progressiva, limpa e bela?
As perguntas ficam no ar, para que "quem de direito" lhes dê resposta!...

segunda-feira, abril 05, 2010

Errar é Humano!

Quando uma ferida está ainda aberta, depois de feito o respectivo tratamento, há que não mexer para que a cicatrização e a cura se façam o melhor e mais rápido possível. Por outro lado, também se diz que «não se apagam fogos, lançando álcool na fogueira.»
Vêm estas considerações a propósito dos casos de pedofilia ocorridos no seio da Igreja Católica Apostólica Romana, entidade que, apesar das suas responsabilidades religiosas e humanas, não pode ser (muito) culpabilizada pelos erros de (alguns?...) dos seus membros - incluindo o seu chefe - pela execução e pela ocultação de tais pecados, já que os outros milhões nada fizeram de mal e também são Igreja.
O povo, de forma bem realista e bem vernácula, diz: «Quanto mais se mexe na porcaria, mais ela fede.»
Na minha modesta opinião, mais valia aos "altos dignitários" da Igreja "meterem a viola no saco», esperando, calmamente, que «a poeira assente».
Quem não for fanático e não tiver culpas no cartório, que entenda. Eu, por mim, por aqui me fico.

sexta-feira, abril 02, 2010

Páscoa

Olá a Todos (Todos sem excepções),
Não gosto da Cruz - instrumento de tortura e morte - e, daí que não goste do Cristo crucificado. Prefiro o Cristo glorioso a libertar-se daqueles dois paus cruzados.
Alegra-me o Cristo de braços abertos, num incomensurável abraço à Humanidade.
Por isso, como o Cristo do Corcovado, de braços amplamente abertos, eu a todos desejo:


Páscoa Feliz, festejando alegremente a ressurreição de Jesus Salvador, nosso irmão e nosso muito especial Amigo!

Que assim seja!

quinta-feira, abril 01, 2010

Ainda "Pensamentos"

Olá Débora,
Sobre o título da minha última mensagem neste lugar, escreveste:
«Chamar-lhe-ia "Desabafos"... em vez de "Pensamentos".
Viva a Vida, sim! A vida é feita com a presença de todos nós!»
Concordo contigo, minha Querida, não só porque te conheço bastante bem, mas, também, porque no meu velho coração existe um cantinho que é muito teu e tu. até, sabes disso.
Pensar é congeminar ideias alinhadas, em princípios que, no fundo, são também, muitas vezes, autênticos desabafos, filhos de estados, momentâneos, do que nos vai na alma. E sendo assim, podem ser apelidados de ambos os modos.
Por isso é bom haverem desabafos e é óptimo elaborarmos pensamentos. Ou não será?!...
Os loucos amam o Sol e a Lua; o Dia e a Noite e eu, tenho vaidade de ser louco e livre, como o pássaro que, em seu vôo alegre, risca o azul do Céu!...