segunda-feira, junho 29, 2009

Falta de memória ou má-fé?

Por que será que, quando não temos meios de registo à mão, as ideias (boas e más) fervilham no cérebro em cornucópia forra e, depois, quando necessitamos delas, para realizar um qualquer trabalho, não surgem, como desejávamos, causando-nos um desesperado e doentio estado de frustração?
Acontece assim, muitas vezes, a todos nós, seja qual for a actividade que desenvolvamos. Por isso, tal como o grande escritor Aquilino Ribeiro, meu avô paterno, trazia sempre consigo, num bolso do colete, uma pequenina agenda e um toquinho de lápis, para não esquecer nada do que julgava ser essencial à sua vida profissional, de feitor/administrador de casa agrícola afidalgada. E eu próprio, quando ainda jornalista em actividade, trazia comigo um mini gravador de cassetes onde colocava o que pensava ser-me útil para a execução das notícias e/ou reportagens de que estava incumbido. E não falhava e... era bom!
Infelizmente, ao que me é dado observar, hoje, com todas as modernas tecnologias, os profissionais dos meios de comunicação social, estão, constantemente, a falhar nas informações que veiculam e, então, inventam.
Será por dificuldade de memória, incompetência ou, o que é bem pior, má-fé?
Responda quem tiver paciência para se debruçar sobre este fenómeno dos nossos dias!...

sexta-feira, junho 26, 2009

Outra vez "Amizade e necessidade".

Olá Amiga Cristina,
Ao receber o teu comentário, confesso toda a minha satisfação, pois, contra o que é habitual da tua parte, andavas, há um tempo, "sem dares cor de ti". Finalmente apareceste e, ao que depreendo, em boa forma física e, pelo que se vê no teu texto, também mental. Dizias tu no comentário ao artigo em epigrafe:
«Devo dizer e confessar que venho aqui ao teu cantinho muitas mais vezes do que aqueles em que te deixo comentários. Umas vezes porque falas de assuntos nos quais não me integro, e por isso, é melhor ficar calada do que dizer asneira. Outras ainda porque ando sempre a correr e fico sem tempo para escrever algo. Mas a amizade é, na realidade, muitas vezes mascarada por oportunismos dos muitos que se servem dela (amizade) a seu belo-prazer e, depois, numa ingratidão sem nome, desaparecem porque já não somos precisos. È triste mas real!»
Que hei-de (eu) dissertar mais sobre a matéria? A tua afirmação é uma verdade grossa como punhos cerrados de assentimento e - diga-se sem qualquer pejo - revolta por tão injusto e despiedado procedimento.

quarta-feira, junho 24, 2009

Descuido ou ingratidão?

Na noite "Sanjoanina", decorreu, no Teatro Viriato, em Viseu, a Gala de Entrega de Prémios da Revista "Anim'arte" e, espanto meu(sempre sou muito ingénuo!...), dentre os nomes dos galardoados, surgiu, como homenagem póstuma, o do meu Amigo Manuel Alves ou "Alvess", como assinava lá por terras de França, onde faleceu há bem pouco tempo.
Até aqui tudo bem e muito bem. Mas, por mal dos meus pecados, (cada vez estou a ficar mais rabugento... é da velhice, deixem lá!...), quem não conheceu ou privou com o Artista ficou sem saber quem foi e qual o mérito do homenageado, pois ao contrário de um outro galardoado (também) a título póstumo, não houve sequer uma única palavra ou uma, simples, nota explicativa feita ou escrita por alguém que o tivesse conhecido.
- Manuel, tu não mereces isso e muito menos que gente da "tua Terra" te queira ignorar e te trate de tal forma!... Ou será que não mereces ser conhecido pelos que vieram depois de emigrares para outras aragens intelectuais, culturais e artísticas e, sobretudo, pelos vindouros?...
Parafraseando Cristo, na hora derradeira, apetece-me gritar: «Perdoa-lhes Pá, que não sabem o que fazem!...»

segunda-feira, junho 22, 2009

Amizade ou necessidade?...

Sempre que ligo esta "maquineta", com teclado, tela luminosa e um rato a que nós (portugueses) chamamos computador, vou logo à Net para ver se tenho correio electrónico (vulgo e-mails), não só como forma de aceder, (mais) rapidamente, ao Mundo, mas, sobretudo, para saber se ainda há quem leia o que vou botando, despretensiosamente, no meu modesto blogue e se ainda tenho amigo(a)s que se lembrem de mim.
Antigamente dizia-se das amizades que «mais valem poucas e boas que muitas e ruins». Hoje - sem ressentimentos de qualquer tipo - eu direi que não existem más amizades, pois essas não se podem chamar amizades, já que essas pessoas são, somente, conhecidos por acidente, acaso ou (o que é bem pior) interesse em obterem, de nós ou por nós, algo que lhes traga (bom) proveito.
É triste que assim seja, todavia a realidade (queiramo-lo ou não) è essa e é tão visível e palpável que até dói e dói muito.
Entretanto, optimisticamente, o que mais nos deve importar e, de certo modo, envaidecer (se alguém se diz nosso amigo por interesse) é sentir que ainda nos consideram com algum mérito para buscarem (ou querem impor) as suas pessoas como sendo nossas amigas.
Estarei errado e a fazer confusão?!...

sexta-feira, junho 19, 2009

Psicopatia Política

A ambição desmesurada por algo, transforma-se, naturalmente, em ganância e esta, por sua vez, como também é natural, embota a inteligência e os sentidos, tornando o Ser Humano, num bicho sem emoções e, desse modo, num psicopata egoísta e cruel, destituído de qualquer tipo de piedade, por si mesmo e pelos outros, já que perde a sensação da dor causada em virtude de seus actos.
Em política - digo eu porque já fui vítima disso por várias vezes - isso tem, obviamente, o nome de psicopatia do poder. Todavia, para "adoçarem a pílula", lhe chamem de arrogância, o que, como é facilmente constatável, não é, de modo nenhum, a mesma coisa. Pois a arrogância, embora doa (aos outros) e doa muito, permite, entretanto, por isto ou por aquilo, mudar de atitude, enquanto a psicopatia política (ou outra) é incurável e, desse modo, deixa marcas muito profundas em quantos são víti8mas desses doentes psíquicos, a precisarem, com urgência, dum tratamento clínico adequado.
Que Deus nos livre do convívio ou da dependência desses psicopatas políticos!...
"Quem tiver ouvidos, ouça"!... Estão à porta novas eleições e os "novos e os velhos políticos" todos têm culpas no cartório... e nós (eleitores) também!

quarta-feira, junho 17, 2009

Haja Paz e não refugiados

Já todos nós, de uma ou de outra maneira, passamos por situações de medo e sofremos bastante com isso. Imagine-se aqueles milhões de pessoas que, por esse Mundo de Cristo, se vêem na necessidade de serem refugiados para escaparem, e consigo os que mais amam, aos horrores das guerras, e dos acidentes naturais.
É - penso eu - uma situação, dramática e traumática, que ninguém deseja, mas, todavia, de que ninguém está livre. Podem dizer que esta é uma "verdade do Senhor de La Palisse". Pois será. Não o contesto. Contudo, e apesar de tudo, quase nunca nos lembramos que também nós, por isto ou por aquilo, poderemos, também, vir a ter o "estatuto de refugiado" e a viver essa horrível tragédia de andarmos à deriva, sem "eira, nem beira", em busca de segurança, sossego e... alguma vezes, de pão.
Era (é) preciso ponderar um pouco mais sobre este assunto, não só para evitarmos novas tragédias à humanidade, mas, de forma vincadamente consciente, ao menos, gritarmos a nossa revolta por haverem refugiados de guerra e, do modo que nos for acessível, construirmos a Paz de que o Planeta tanto carece.

segunda-feira, junho 15, 2009

Pensando na Paz para o Mundo

Pedi, ó Gente, a Santo António que interceda ao seu Amiguinho Menino Jesus, para que dê Paz ao Mundo e o santo, que é "patrono das coisas perdidas", tudo fará para que o Senhor nos conceda esse precioso bem, há tanto perdido.
Pensando assim, é-nos lícito pedir ao Taumaturgo António de Lisboa (de Pádua, do Mundo ou de onde cada qual quiser que ele seja), para que se ache a Paz, tão frágil, no Próximo, Médio e Extremo Oriente e, de certo modo, em Àfrica, América e Oceania.
O Irão dos Ayatolas, mormente ( e talvez por isso) as recentes eleições, encontra-se, em situação política, muito confusa e, se calhar, à beira de uma guerra civil. Israel, fingindo-se aberto e propício a um terminar de hostilidades, acaba por "arreganhar os dentes" aos vizinhos palestinianos que, afinal e também, têm direito a existir como Povo e como Estado livre e soberano.
No Extremo Oriente as duas Coreias "mostram as garras" uma à outra..Em África é o que se vê, com guerras tribais e de nação contra nação, e, sem sermos pessimistas, por aí diante, num rol vasto e lamentável.
Valha-nos Santo António, para que se ache a Paz perdida!...

sexta-feira, junho 12, 2009

Apelo aos Santos Populares

Entramos, hoje, na chamada época dos "Santos Populares" sendo que Santo António é o primeiro, depois vem o S. João e, por fim, o S. Pedro que, em Portugal, dizem, vem limpar as remelas do Céu, querendo dizer que, a partir dessa data, deixam de haver nuvens no Céu e que, efectivamente, estamos em pleno Verão.
Seria assim no passado, mas agora, pela ganãncia dos homens, muito especialmente dos que mandam, que, para encherem rapidamente as algibeiras, perderam escrúpulos e sentido de moral e, vai daí, têm vindo a degradar a Natureza, com explorações, desenfreadas e insustentadas, de madeira e de minerais e, o que é muito mau, com indústrias altamente poluidoras da atmosfera.
E o alerta, feito com sentido publicitário, de que «a Terra é a nossa casa e só há uma Terra», não tem resultado como devia e é desejável. Rasgam-se acordos (de Quioto e do Brasil) e, por mor do "Deus Dinheiro", o triste e pobre Planeta Azul - um encanto para os olhos - não tarda nada estará cinzento, seco, feio e sem vida como a sua filha Lua que, no espaço, deixará de estar apaixonada pelos casalinhos amorosos que Santo António abençoa, porque, natural e obviamente, não haverão românticos pares de namorados a beijarem-se pelos bosques, e porque, também, não haverão bosques frondosos, nem, logicamente, humanidade.
- Ó Santos Populares, metei juízo na cabeça dos Homens e, aproveitando as folias, em vossa honra e veneração, fazem com que toda a Humanidade desperte, de vez, e mude de atitude criando hábitos que salvem easte Globo em que, ainda, nos é dado estar!
Amen!

quarta-feira, junho 10, 2009

Congeminações em Dia de Portugal

«... Ditosa Pátria que tais filhos teve!...» - Afirmou Luís Vaz de Camões, n' "Os Lusíadas".
É uma verdade incontestável e pesada como chumbo. O poderoso verso do grande épico português, de tão simples, chega a causar arrepios e... também, dor.
É que, infelizmente, os sublimes filhos da "ditosa Pátria" (ou Mátria, como disse a saudosa Natália Correia), na grande maioria dos casos, não são, devida e justamente, reconhecidos.
Por quê?
Porque a uns é-lhe negado, por razões meramente económicas e ideológicas, a possibilidade de poderem brilhar. A outros, por inveja dos menos dotados, mas bem instalados na sociedade (com poder e meios à disposição), é-lhes feita sistemática barragem às suas ideias, vontades e obras.
E assim, uns e outros, acabam por cair, inexoravelmente, num medonho, vil e acabrunhante anonimato que deveria envergonhar quem para lá os atira.
Os laureados são uma gota de água no oceano em que estão submersos os esquecidos e anónimos duma Pátria já com nove séculos de História, construída, precisamente (e sobretudo), com (e graças) a eles!...
Deste modo, talvez por ser poeta, eu direi, sem preocupações de métrica e de rima: Ditosa Pátria que tantos Filhos Anónimos tem!...

segunda-feira, junho 08, 2009

Tradição., religião, fanatismo ou quê?

Meu avô e minha avó paternos, eram saudados, todas as manhãs pelo filhos e pelos netos com: «a sua bênção!...» Ao que respondiam, pousando uma mão sobre as nossas cabeças e aceitando, depois, um beijo : «Que Deus te abençoe e te faça um santo!»
Sessenta e quatro anos depois (tenho 72) dou comigo a pensar: Mas quem eram meus avós paternos, para se arrogarem com direito de abençoar ou maldizer seja quem ou o que fosse, mesmo remetendo para Deus esse sublime encargo?
Por outro lado, meus avós maternos, pessoas também muito religiosas, não usavam, nem incutiam nos seus familiares, tal tipo de saudação que era, naturalmente, substituída por um carinhoso e muito afectuoso beijo, acompanhado, a mais das vezes, por um, muito doce e terno, afago na face.
Não estou a dizer que fosse má a primeira saudação. O que - creio eu - me é lícito perguntar é por quê tal diferença no saudar?
Talvez porque os primeiros praticavam uma religião demasiado arreigada a rígidos princípios de subserviência clerical, enquanto os segundos pisavam (e ensinaram-me) a senda da Fé pelo raciocínio, pela busca de Deus sem peias e/ou dogmas a entravarem o nosso encontro com a espiritualidade, numa ascenção permanente e constante à perfeição e à transcendência universal, como forma humanamente credível de alcançar a prometida Vida Eterna de que Cristo tanto nos falou.
De que lado está a verdade? Da Fé cegamente fanática ou da Crença religiosa alcançada através do estudo, da análise e da ponderação?
Quem souber que o diga, se para tanto tiver conhecimento!...

sexta-feira, junho 05, 2009

Onde estão os "Grandes" decisores?

«Gato escaldado de água fria tem medo0» - diz e povo e, cuido, com alguma razão.
Daí que, muitas vezes, tenhamos receio em tomar certas atitudes na vida e no trabalho.
Nos tempos que correm, poucos são aqueles que, descomplexadamente, têm coragem (ou capacidade) para decidir.
Os "chefes" não avançam, em nada, sem, primeiro, fazerem uma (ou várias) demoradas e, tantas vezes inconclusivas, reuniões para decidir se o retrato do "Superior" deve ficar mais acima ou mais abaixo na parede do Salão Nobre. E discute-se... interminavelmente, sobre autêntica "lana caprina", em vez de, decididamente, se pegar no martelo e no prego e, em menos de um minuto, expor a malfadada fotografia.
Ninguém, de per si, quer assumir responsabilidades e vá de arrastar consigo quem, a mais das vezes, por subserviência (ou necessidade de sobreviver) acaba por arengar futilidades inúteis, mas que, aparentemente, podem (para os papalvos, abanadores de cabeça) revelar interesse e/ou "competência" e garantir a continuidade no cargo que, a todo o custo querem preservar.
Por que já não há dirigentes com D maiúsculo capazes de grandes decisões?...
Assim vai o País e o Mundo!...

quarta-feira, junho 03, 2009

Ainda, Em vias de extinção...

Querida Cristina,
Obrigado pela deferência do teu Comentário que passo a transcrever:
«Está coberto de razão. Mas, desde já, deixe-me felicitá-lo por ser bisneto de tão gloriosa senhora. Certamente provou muitos deles e sabe bem a diferença entre eles e os de Tentúgal. Eu (desculpe-me a ignorância) não sei. Só provando um de cada no mesmo dia, e adoro os dois. O trabalho que dão, nem tão pouco tento imaginar, e o preço de cada um é certamente o devido.
Devo confessar que gostaria de aprender a confeccioná-los, no entanto sei que provavelmente não tenho condições para esticar a massa em casa.»
Disse , a respeito da minha "ínclita" bisavó materna »gloriosa senhora» e disse bem, pois, tendo ela sido criada e vivido em "berço de ouro" da fidalguia a que pertencia, foi heróica, aos quarenta anos, ao quedar viúva de alguém que, depois de. ao jogo, ter destruído toda a sua fortuna - como conto no meu livro "Dente de Cavalo" -, a deixou pobre e com 14 bocas ao redor da sua saia para alimentar e educar, não hesitou e, com a ajuda, moral e económmica, da Condessa de Prazias, colocou um avental e, arregaçando as mangas da blusa de cambvraia com rendas de fino traço, tornou-se pasteleira de mão-cheia, legando aos seus descendentes, a receita não só daqueles pasteis, mas também algumas outras, como o célebre e delicioso "folar de Vouzela". único no Mundo em doçura e leveza digestiva.
Quanto ao preço - dado o trabalho de confecção - poderá ser (actualmente) justo, todavia não é, acreditem, de modo nenhum, compensador. Minha mãe, no Maputo (Lourenço Marques), fê-los, por encomenda, para festas de Vouzelenses, mas, dizia ela, era trabalho a mais para muito curto pagamento.

segunda-feira, junho 01, 2009

«Em vias de extinção!»

Há semanas atrás, o Jornal do Centro publicou uma reportagem sobre o Concelho de Vouzela, em que, entre muitas outras coisas, dizia que os (mundialmente conhecidos) "Pasteis de Vouzela" se encontram em vias de extinção.
De facto assim é. Depois de desde 1863 terem vindo, pela mão de minha ilustre bisavó D. Maria Queirós Liz Cardoso (a quem o Município deveria há muito ter homenageado com seu nome numa rua ou praça da vila) a ser feitos sob receita e métodos das freiras do Convento de Santa Clara do Porto (e não de Coimbra, como os de Tentugal, daí a diferença no paladar e textura), os afamados e deliciosos passteis, pelo excesso de mão-de-obra e por, económicamente, a sua feitura nâo ser, de modo algum, compensadora (carolice não enche barriga), correm o (muito) breve risco de extinção.
É assim no mundo de hoje! O que leva tempo e dá muito trabalho e precisa de grande dose de paciência, acaba ou está prestes a desaparecer. No presente Mundo Global o que importa é o que dá riqueza rápida e fácil.
É pena que as entidades da cultura local não tenham meios (ou recursos) para salvar as coisas boas que nossos antepassados nos legaram, para que os vindouros (também) as pudessem vir a usufruir!...