quarta-feira, junho 10, 2009

Congeminações em Dia de Portugal

«... Ditosa Pátria que tais filhos teve!...» - Afirmou Luís Vaz de Camões, n' "Os Lusíadas".
É uma verdade incontestável e pesada como chumbo. O poderoso verso do grande épico português, de tão simples, chega a causar arrepios e... também, dor.
É que, infelizmente, os sublimes filhos da "ditosa Pátria" (ou Mátria, como disse a saudosa Natália Correia), na grande maioria dos casos, não são, devida e justamente, reconhecidos.
Por quê?
Porque a uns é-lhe negado, por razões meramente económicas e ideológicas, a possibilidade de poderem brilhar. A outros, por inveja dos menos dotados, mas bem instalados na sociedade (com poder e meios à disposição), é-lhes feita sistemática barragem às suas ideias, vontades e obras.
E assim, uns e outros, acabam por cair, inexoravelmente, num medonho, vil e acabrunhante anonimato que deveria envergonhar quem para lá os atira.
Os laureados são uma gota de água no oceano em que estão submersos os esquecidos e anónimos duma Pátria já com nove séculos de História, construída, precisamente (e sobretudo), com (e graças) a eles!...
Deste modo, talvez por ser poeta, eu direi, sem preocupações de métrica e de rima: Ditosa Pátria que tantos Filhos Anónimos tem!...

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