Embora seja muitíssimo raro (não tenho paciência para tal), ontem deu-me para andar na Internet a saltitar de blogue em blogue, qual borboleta num jardim florido, em busca nem eu sei de quê.
E quedei-me admirado, não com o conteúdo dos textos (bastante bem pobres uns, triviais alguns e óptimos muitos deles), mas com a beleza estética apresentada. Um mau prato de comida apresentado de forma atraente faz com que o comensal o ache produzido pela mão de grande mestre cozinheiro.
É claro que, confesso, senti alguma inveja de tanta beleza, pois eu – digo-o sem rebuço, nem complexo – em matéria de informática não passo de um ignorante ou de um mero aprendiz de feiticeiro que, entretanto, nunca virá a ser mestre no ofício.
Todavia, não me sinto inferiorizado por isso, pois me movem outros valores e capacidades que me enchem a alma e alegram o coração.
«Cada qual é para o que nasce» diz um aforismo português, ainda que não possa, de modo nenhum, concordar com ele, já que é dever de cada pessoa tudo fazer em prol da sua valorização profissional, cultural, artística, moral, numa palavra: humana. Se assim não fosse (pela minha deficiência, inibidora de muita coisa) eu nada seria nos dias que correm… Mas não! E sinto orgulho e (por que não dizê-lo, sem falsa humildade?) vaidade no que faço e nas lutas que travo, hora a hora, para ser, mental e individualmente, o que sou e como o sou.
O que quero dizer é: que é importante reconhecer os nossos pontos fracos e, sem preconceito ou complexo, ir avante na senda do presente para se atingir o futuro, construindo-o melhor pedra a pedra, na esperança de que o planeta em que (ainda) vivemos, possa regenerar de todos os erros que, contra ele, temos cometido e, lamentável e estupidamente, apesar dos avisos (alterações climáticas, extinção de espécies, etc.), continuamos a cometer.
É preciso, é urgente modificarmo-nos enriquecendo o cofre do nosso conhecimento mantendo-o, entretanto, sempre aberto para que os outros tirem, também, proveito dessa imensa riqueza.