Na Grécia Antiga (há 2000 a 2500 anos), era motivo de disputa e de muito orgulho as famílias abastadas darem guarida aos poetas, quando em itenerância. O mesmo sucedia, na Europa da Idade Média, com os Trovadores que se deslocavam de região para região como forma de subsistência.
Entretanto, tal já não acontecia no Século XVI, pois conta-nos a História que o Grande Camões, teve de sobreviver das esmolas angariadas pelo seu fiel criado Jau, uma vez que a generosidade de El-Rei D. Sebastião fora de apenas quinze mil reis/ano ou seja, nos dias de hoje, uns míseros € 3000/ano, o equivalente ás pensões mínimas concedidas, agora, aos idosos pela Segurança Social.
Diz o também poeta Pe José Maria Toldo que «para se conhecer bem o mundo é preciso ler os poetas.» já que, pela sua sensibilidade, são eles quem melhor entendem as vicissitudes da sua época.
E a pergunta surge com toda a naturalidade: como se podem ler os poetas se (já) não há quem lhes publique os versos? As editoras que o poderiam e deveriam fazer estão sujeitas, pela elevada percentagem de iliteracia existente em Portugal, a não conseguirem vender as suas edições a muito curto prazo e, por isso, a terem prejuízos avultados. Nos tempos que correm tudo depende do lucro que se obtém de forma célere, porque os investimentos de longa duração são caros e, daí, deixarem de ser interessantes.
Estamos numa Era mercantilista em que só interessa o lucro imediato e… o resto são cantigas de poetas loucos, que acabam por morrer à mingua por lhes faltar a máquina do marketing e da publicidade agressivamente furiosa que – como dizia no meu anterior artigo –, muitas vezes, não premeia os melhores, mas tão somente aqueles que tiveram cunhas e alguma sorte ou, o que é bem pior, os “pimba” que ludibriam os ignorantes.
Não vale a pena dizer mais nada! O que disse, está dito!...
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