Fala-se imenso de crise no Ensino e dos problemas do professorado que, na realidade, existem e são deveras preocupantes. Contudo ninguém diz que a maior parte da causa dessa questão está localizada nos “técnicos de gabinete” – desconhecedores da realidade presente no terreno – que, (quase) empiricamente, elaboram planos, portarias e leis perfeitamente desajustadas às circunstâncias de cada momento, de cada escola, de cada aluno e de cada professor.
Papel!... Muitos papéis escritos – de boa fé, não se duvida – com coisas que (aparentemente) são bonitas e querem (numa primeira análise) ser funcionais e úteis. É verdade que sim! Mas que afinal, infeliz e desgraçadamente, na prática, não resultam porque não têm como ser aplicadas, ou ainda porque não especificam de que forma obter o indispensável proveito.
Vive-se num Ensino afogado em burocracia mal elaborada porque um tanto surrealista de gente que quer “mostrar serviço”, mas que não sabe o que pensa e muito menos o que escreve.
O mundo é heterogéneo e não uniforme. As diferenças existem e são tão palpáveis e evidentes que só os tolos se não apercebem delas. As escolas, os professores, os alunos e as comunidades têm necessidades totalmente diversas umas das outras. Estou a referir-me, concretamente, ao chamado Ensino Especial.
Integrar. Sim, é preciso! Mas, atenção, não tudo, nem todos! Há quem não tenha capacidade para tal integração por razões demasiado óbvias que não vale a pena enumerá-las.
Podem dizer que há os professores e os técnicos de apoio… pois sim, porém, daqui a algum tempo verão que não é bastante e que – na minha modéstia e do alto da minha cátedra de pessoa com deficiência, com quase 60 anos na luta pela causa da valorização desses cidadãos – a razão está (queiram ou não) do meu lado.
E, por hoje, fico por aqui.
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