Nunca percebi muito bem porque é que a igreja católica com sede em Roma “apostatou” muitos dos livros chamados apócrifos, não os incluindo no leque dos textos do (dito) Novo Testamento.
Bem sei que alguns deles – segundo quem os leu – continham conteúdos ou afirmações não concernentes com os princípios que norteavam (e, parece, continuam a nortear) os chefes daquela secular Igreja. Mas daí a tirá-los da acessibilidade da leitura geral vai uma distância abissal, pois quando me dei conta que (também) tinha direito a pensar e, em consequência, a ter ideias próprias sobre os assuntos, verifiquei e conclui que só conhecendo os vários dados de uma questão é que podemos consolidar conhecimentos e, concomitantemente, o nosso pensamento e, na situação em apreço, a nossa fé.
A fé não pode ser uma convicção cega – herdada, ensinada e/ou imposta na meninice por quem esteve encarregado da nossa educação social, moral e… religiosa – tem de assentar suas bases em alicerces de estudo diversificado, aturado e continuado. Dizia, muitíssimo bem, minha avó materna que «só é sabedor e tem convicções fortes quem conhece, por estudo ou por vivência própria, o bom e o mau e disso tira as devidas e naturais ilações. O “Maria vai com as outras” ou o “já meus pais assim faziam”, não é nada, porque é, apenas e só, fundamentalismo, melhor, é fanatismo doentio e perigoso que conduz a extremismos alienatórios.»
Nos tempos que correm, não se querem dogmas o que se precisa é que cada um tenha acesso aos documentos e ás vivências, para que o modo de ser e de estar, sejam próprios de uma vontade estruturada e jamais resultantes da imposição dos outros.
A “Inquisição”, cremos, acabou!...