terça-feira, abril 03, 2007

A propósito do Dia das Mentiras

«Ouvi dizer…» Eis uma frase ambígua e terrivelmente perigosa. Quando se ouve algo, logo surgem várias questões: Quem disse? Como o disse? Por que o disse? Qual o fundo de verdade na afirmação? Quais os modos ou instrumentos usados na pesquisa da informação? etc., etc., o rol das perguntas seria imenso.

Às vezes uma coisa que parece sem importância e, daí, óbvia não passa de mera especulação ou, o que é bem pior, de simples diversão que pode vir a tornar-se em “barril de pólvora”, pronto a estoirar a todo o momento.

Os boatos, a mais das vezes, surgem exactamente assim, são filhos do nada, mas, quase sempre, causam danos nas pessoas, nas famílias, nas instituições, nos estados. É “bola de neve” a rolar e a aumentar seu volume até ser avalanche avassaladora e arrasadora.

É por isso que o Primeiro dia de Abril, servindo para expandir frustrações reprimidas por força do “parece mal”, pode ser transformado numa data desastrosa. As mentiras desse dia, por mais ingénuas que possam parecer, podem vir a ser fonte de “diz que se disse” e, desse modo, ocasionar alguns prejuízos materiais e morais.

Por tudo isto – não sou contra a existência do dia das mentiras – sempre que, no rodar dos tempos, as pessoas queiram pregar a sua “mentirinha” devem pôr nisso todo o cuidado, de maneira a evitar situações desagradavelmente indesejadas, seja para quem for.

Sempre estou muito velho e muito louco! Vivam os futuros dias das mentiras!...

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