sexta-feira, dezembro 29, 2006

Ano Novo

Ano Novo, vida nova!

Como se há

Desemprego

Angústia,

Solidão,

Dor sentida,

Doença de corpo

Padecimento de alma,

Mil ódios

E guerras,

Guerras espalhadas

No tempo

E no espaço?

Ano Novo, vida nova!

Lute-se por isso,

Com afinco,

Convicção,

E esperança

Até que o físico

E a alma doam

E seremos dignos

De um futuro profético

De paz e amor.

E seremos, então,

Apelidados

De Bem-aventurados!

Ano Novo, vida nova!

Glória a Deus

Nas Alturas

E paz na Terra

Aos homens por Ele amados!...

terça-feira, dezembro 26, 2006

Ano Novo

Ano Novo, vida nova! – Dizia-se antigamente. Hoje essa asserção parece não ter qualquer cabimento, pois nada é novo e nada nos tranquiliza quanto ao dia de amanhã. Quem ainda tem um emprego não pode pensar em mudar, porque corre o grande – direi – o enorme risco de não voltar a arranjar outro e o desemprego ser o seu indesejado destino.

Ano Novo, vida velha! – Dir-se-á nos dias que vivemos. Porque, de contrário, surgem os medos e as dúvidas do desemprego, da fome, da doença, da incompreensão, da intolerância, da solidão, de falhar nisto ou naquilo e sei lá que mais. O mundo dos nossos dias é feito de medos e de total incerteza.

Sonhar continua a ser fácil, mas concretizar os sonhos é que passou a ser tremendamente mais difícil, se calhar muito mais difícil do que ganhar no “Euro milhões”, pois, aí, anda vai havendo quem consiga obter chorudas maquias, que, a mais das vezes, não sabe gerir.

Ano Novo, vida nova! Sim, na luta pela mudança, pela construção de um mundo sem dúvidas e sem medos, sem fome, sem doença, sem angústias de solidão, sem ódios e sem guerras: um mundo de fraternidade, amor e paz; um mundo – como refere o Apocalipse – «em que a Besta ficará amarrada por mil anos.»

Espero e acredito, convictamente – embora já cá não esteja para ver, porque a irmã morte me levará um pouco antes – que as profecias se vão cumprir integralmente conforme o que está escrito. Eu não sou “velho do Restelo” e creio no futuro e nas novas gerações!

sexta-feira, dezembro 22, 2006

Conto de Natal

Subiu lentamente a rua batendo às portas na mira que lhe dessem algo com que, naquela noite, lembrasse que era Natal e que o Menino Jesus, ia para dois mil anos, nascera numa gruta dos arredores de Belém. Os anos pesavam-lhe sobre os ombros, as pupilas teimavam em querer enxergar, mas já só via vultos à sua frente, seguia orientado pelo tino e pela aprendizagem feita ao longo dos muitos Invernos que embranqueceram os seus cabelos. Os cães ladravam à sua passagem, pois não gostavam do seu andar trôpego, nem do bater do cajado tacteando o caminho.

- Ó Micas, dá-me algo com que me lembre que hoje é dia de consoada. – Disse para uma jovem que assomou a uma janela.

- Aguarde um pouco que já aí vou.

Encostou-se ao umbral da porta e, enquanto esperava – pobre de quem chega a velho e tem de enfrentar a desgraça da solidão!... – foi lembrando a sua vida de homem gasto pelas esforçadas canseiras de luta pelo pão. Não teve filhos e a companheira, que, durante mais de sessenta anos, partilhara com ele o amor e a estadia na Terra, finara-se na última Primavera, tal como ele, carregada de anos. Este ia ser o pior Natal de sempre. Iria estar sozinho no seu tugúrio, de lareira apagada, pois lhe faltavam forças e vista para buscar uns pauzitos que lhe aquecessem os ossos doridos e gastos. Seria um natal triste, muito triste, porque sem ninguém com quem partilhar os sentimentos de saudade que o envolviam e faziam sangrar o seu coração e a sua ensombrada alma de viúvo solitário e, pode dizer-se, cego.

- Ti’ Domingos, entre. Como sabe – disse a jovem ajudando o velho a galgar a soleira da porta – também estou só desde que perdi a minha mãe, há quatro meses…

- Pois é, filha. – Respondeu o ancião entrando, fortemente, amparado àquele braço cheio de vida e força que o levou a sentar no preguiceiro, junto à lareira crepitante a irradiar luz e calor, dando aconchego a toda a casa.

Consoaram remoendo recordações e saudades de dias alegres: ele com a esposa; ela com os pais. E ambos foram, extremamente, felizes.

- Ti’ Domingos venha comigo, venha deitar-se. Já preparei a cama que era de meus pais, porque, a esta hora, já não o deixo ir a lado nenhum.

A moça levou-o, carinhosamente, para um quartinho contíguo ao seu e ajudou-o a despir e a deitar-se e aconchegando-lhe a roupa, numa ternura de neta querida, que não era, foi também descansar. Após breves instantes, o velho sossegou, muito aconchegado nos lençóis de linho e nos cobertores de lã quentinha e fofa. Então, de repente, o pequeno aposento encheu-se de uma luz intensa, mas doce, muito doce e bela e o vulto da sua Angelina, toda vestida de branco, surgiu a sorrir-lhe meigamente e a dizer, muito de mansinho, tomando-lhe a mão, como quando casaram na Ermida da Senhora da Serra:

- Domingos, anda, “vamos a Belém, ver o Menino que Nossa Senhora tem!

E entrou, tranquilamente, na Eternidade pela mão da esposa que o levou a adorar o Menino Jesus, como fizeram os pastores há dois mil anos.

terça-feira, dezembro 19, 2006

Discriminações

Há quem me julgue incapaz,

Cuidando pela aparência,

Mas quem tal juízo faz

Tem (bem) pior deficiência.

Disse um dia esta quadra, de improviso, numa reunião de “pessoas (muito!?...) importantes”, era eu, por essa altura, um jovem aprendiz de jornalista. Fi-lo porque os presentes, numa atitude perturbadora, de dúvida e desconfiança, não tiravam de mim os olhos como a querer dizer: «Que vem este aleijadinho – era assim que chamavam, então, às pessoas com deficiência – para aqui fazer?”

Já passaram mais de 50 anos, mas, infelizmente, ainda existem mentalidades retrógradas que rejeitam e discriminam os outros cidadãos por não serem como eles na estrutura corporal, na cor da pele e, o que me parece bem pior, na linha de pensamento. Essas pessoas (será que merecem tal designação?...) julgam-se superiores – descendentes de uma raça pura, tornando os outros em filhos de um deus menor que urge eliminar – e vá de empertigarem-se e acotovelarem quem, ao ser diferente deles, possa igualar-se em capacidade de pensamento e mesmo de realização.

Cristo veio ao Mundo há 2013 anos para que os homens entendessem que são todos iguais, tem os mesmos direitos, as mesmas obrigações e as mesmas responsabilidades porque todos tiveram a mesma origem, independentemente das diferenças físicas, mentais, educacionais, sociais e económicas.

Que – como falam as escrituras sagradas e as profecias apócrifas – neste quarto de século de imensas convulsões geológicas, ideológicas, teológicas e sociais, causadoras de conflitos e instabilidade nas sociedades humanas, se faça, a necessária e anunciada, depuração para que quem nos preceder tenha, efectivamente, direito aos tais “mil anos em que a besta estará amarrada”.

sexta-feira, dezembro 15, 2006

Poupança e Natal

Estava eu a enviar uma mensagem de Boas Festas, em correio electrónico, e ocorreu-me que as Instituições culturais e de solidariedade, à semelhança do que vem a suceder, de há uns anos a esta parte, por mor do aperto de cinto nas comparticipações oficiais, vivem – não devia, de modo nenhum, ser assim –, como o cidadão comum, em época de grande contenção de despesas deixando, por isso, de cumprir cabalmente os objectivos dos seus programas de acção social.

Fazer corte nas despesas, quando os meios são escassos, é prática corrente e naturalmente aceitável, mas há despesas e gastos supérfluos… Aceitamos a poupança no que é prescindível, contudo não somos capazes de entender que a contenção venha a travar ou dificultar a reabilitação de cidadãos com deficiência ou o tratamento e o apoio a pessoas idosas. Uns e outros são indivíduos que constituem o todo humano que povoa o planeta Terra. Fala-se e gastam-se chavões a proclamar a defesa da Diversidade E discriminam-se os “velhos” e os “deficientes”, cortando-lhes meios para sobreviverem com dignidade, como se essas pessoas fossem o lixo da sociedade e, por tal razão, terem de, rapidamente, ser eliminadas e lançadas no contentor que as leva para o aterro sanitário da humanidade.

Por que se gastam milhões em nadas que nada valem, nem nada beneficiam? Vejam, por exemplo; as dispendiosíssimas iluminações de Natal, nas cidades. Que contenção houve nesse aspecto? Não seria possível economizar aí uns largos milhões? Não era preferível suster alguns desses exageros consumistas em proveito de acções muito mais “válidas” de ajuda humana a quem precisa, durante todo o ano?

A grande iluminação natalícia tem de estar na mente e no coração dos homens e, jamais, nas iluminações feéricas das ruas!...

quarta-feira, dezembro 13, 2006

Reflexão em vésperas de Natal

Estamos – como dizia um dia destes, neste espaço – ás portas do Natal.

Não é (não pode ser) só mais uma época festiva a cumprir calendário. Tem de (devia) ser um tempo de reflexão, direi mesmo, de grande reflexão de todos, sublinhe-se todos, os homens com obrigação e responsabilidade na orientação dos problemas governativos do Mundo, com vista a acabar com a fome e, concomitantemente, a pobreza, as pestes no âmbito da saúde, o analfabetismo e a iliteracia, o desemprego, a violência doméstica, e a escalada desenfreada ao poder – fontes causadoras das guerras e do mal-estar geral do tempo que vivemos.

Natal não pode ser uma simples comemoração religiosa, tem de ser o despertar (vinque-se despertar) da humanidade para as realidades da vida actual, com todos os seus pontos agradáveis, mas também e sobretudo, infeliz e desgraçadamente, com todas as dores que nos envolvem, amarfanham e apoucam.

Senhores do Mando, acordem e lutem por um mundo melhor, com muita fraternidade (que os homens dêem as mãos), solidariedade (na preocupação de resolver as carências dos outros, sem “caridadezinha”), amor e paz!

segunda-feira, dezembro 11, 2006

Atitudes dispares

Morreu o velho ditador Augusto Pinochet.

Até aqui nada de novo. Os homens por velhice ou por doença morrem. A lei da vida é exactamente essa. Tudo o que nasce morre, mais cedo ou mais tarde.

No entanto a morte do ditador Chileno revestiu-se de uma característica que a mim me pareceu nada comum e sobretudo de grande negativismo mental (ia a dizer comportamental). Enquanto uns –muito poucos – choravam o caudilho, outros – muitos milhares – festejavam alegremente o seu desaparecimento do mundo dos vivos.

Por quê tais atitudes? O homem há muito que já nada podia, nem fazia por ou contra o povo e o país. Tinha – há bastante tempo – “arrumado as botas”, como se usa dizer. Não era esperança para ninguém, Mas, também, não constituía perigo para quem quer que fosse.

Por isso, acho eu, (ás vezes sou tão estúpido…) qualquer dos comportamentos revela uma certa alienação mental, deveras comprometedora de uma democracia em desenvolvimento como me parece ser o caso do Chile, porque são verdadeiramente demonstrativos da dúvida reinante nas mentes dos que choravam e dos que riam. Afinal, ambos os grupos revelavam insegurança e incerteza no seu futuro e no futuro do seu país.

É aqui que reside o negativismo das duas alienadas atitudes. Uns choravam saudosisticamente, talvez na esperança de um retorno ao mau passado da ditadura do velho general; outros jubilavam possivelmente na esperança de que, sem o ditador, possam mudar as coisas para si e para os seus.

Uns e outros cometiam o erro do seu pensamento mal formulado e indefinido, totalmente fora da conjuntura política da sua pátria, tão martirizada ao longo dos séculos. Se os primeiros carpiam benefícios gozados no passado recente, os segundos dançavam com o sonho de virem a sentir o prazer de um utópico viver sem sacrifícios. Não restam dúvidas. Ambas as facções mostraram não ter noção do seu porvir, o qual não é feito de meras manifestações de pesar ou de jubilo, mas, tão somente, do dar de mãos e do arregaçar de mangas, avançando para um trabalho árduo, doloroso e convicto de construção de valores e princípios que urge (re)encontrar.

Felizmente – ao que nos foi dado ver, pelas televisões – não foi o país inteiro que assim procedeu, foram – cremos – apenas duas minorias sociais que carecem ainda de dar passos rápidos e largos na aprendizagem e na vivência democrática e que precisam, também, de muito esclarecimento social e humano.

quarta-feira, dezembro 06, 2006

Até parece vqaue vão haver eleições...

Em que país estamos, meu Deus?!...

Os governantes portugueses não entendemos se foi por ignorância, se por interesse propagandístico, (não estamos em período eleitoral) deram-se a anunciar 95 (ena pá, tantas!) medidas para benefício dos cidadãos com deficiência. Louvores se dêem, por isso! Só que o reverso da medalha é bem diverso deste discurso triunfalista.

Leis há-as “a dar com um pau” – como soa dizer-se – e todas são para beneficiar a pessoa com deficiência, se calhar até não seriam precisos tantos diplomas legais e, sim, que se cumprissem cabal e efectivamente todos aqueles que, na realidade, são claramente úteis e satisfazem os fins para que foram feitos. O mal é que, uma grande quantidade de leis, não é cumprida ou é anulada, estupidamente, por outra que a deixa sem qualquer efeito.

Nós, as pessoas com deficiência, não queremos esmolas, nem favores de “caridadezinha” eleiçoeira, queremos é que nos facilitem a vida e nos garantam o direito ao ensino, saúde, trabalho, justiça, (por que não?) ao lazer e a tudo quanto nos valorize como seres humanos, que não deixamos de ser mormente as nossas limitações físicas, mentais e psicológicas.

Espero que dessas tais 95 medidas a favor do cidadão com deficiência todas sejam realmente benéficas e não apenas actos de fachada, qual fogo de artifício que é lindo quando estoira, mas que, depois, nada mais deixa senão uma ténue e agradável imagem no fundo da nossa memória.

“Vamos a ver!” – como diria um cego.

segunda-feira, dezembro 04, 2006

Vem aí o Natal

Está ai o Natal,
Os homens têm de se imbuir do Espírito Natalíciom e seguir com ele por diante p0ara que o Mundo se torme mais saudável e belo, porque mais cheio de fraternidade e de paz. É preciso, é urgenta abrir cotrações e gritar : Glória a Deus nas Alturas e Paz nsa Terra aos homens, a todos os homens!

Sonhar é preciso

Um homem marcha na bruma dos dias e vai convicto que há-de atingir a luz do sol brilhando sobre a água azul do mar.

Se não fosse o sonho a vida seria fastidiosa e melancólica. Nunca haveria um único momento de esperança e não valeria a pena viver. O que dá ao homem força para prosseguir é o pensar sempre que o dia de amanhã irá ser bem melhor do que o de hoje. É a eterna esperança, o perene sonho.

Mas, infelizmente, a realidade não é assim tão linear. Há muitos escolhos pelo caminho, muitas manhãs enevoadas e muito sofrimento para subsistir. E pior que tudo, há também a quebra de paciência na espera do tal lugar ao sol tão desejado por todos e por cada um em especial e surge o desânimo, a frustração, a desistência de ser e de estar. Os divórcios, os suicídios e a perda da auto-estima são uma constante daqueles que já não têm força para lutar e sonhar e ir em frente, sempre na busca da felicidade, que está dentro deles, nem que seja só o lampejo de um brevíssimo instante.

Faz hoje, 4 de Dezembro de 2006, quarenta e um ano que me casei. E não sei quantos mais farei ainda. Mas sei, isso sim, que, apesar de terem sido quatro décadas difíceis, por razões de toda a ordem, continuamos de mão dada a enfrentar as vicissitudes da vida porque o sonho não morreu e continuamos a sonhar com o Sol e com as delícias do seu calor a aquecer o nosso corpo e a nossa alma.

Vamos em frente com muita esperança!

Natal à porta

Como o tempo passa!... Anda ontem foi Ano Novo e já estamos outra vez a “dois dias” do Natal! É princípio de Dezembro, mas os comerciantes e os industriais já preparam sortidos e estudam técnicas de venda para essa época festiva do ano.

Natal é nascimento dum ser humano. É o surgir de uma vida preciosa. O Homem não tem preço, a sua dimensão é algo que o transcende e lança no cosmo, igualando-o e dando-lhe – como refere o texto bíblico – similitude divina. Natal é todos os dias e a todas horas, «é – diz o poeta – sempre que nasce uma criança do ventre de uma mulher.» Mas Natal é – também – uma efeméride que o calendário Gregoriano regista, todos os anos, em 25 de Dezembro (embora a ciência actualmente afirme, fazendo análise à história e seguindo os novos dados da astronomia, ter sido a 19 de Setembro), para assinalar o nascimento de uma criança que “revolucionou” o pensamento e a conduta de muitos homens do seu tempo e de imensos outros que vieram depois.

E essa criança desejada e anunciada, desde há muitos séculos, pelos profetas; amada, na hora do seu nascimento, pelos humildes e puros de coração, dizem os evangelhos; procurada, ciosamente, pelos “magos” da altura que souberam ver, (provavelmente) na conjunção de planetas, o indício de uma nova era religiosa nas sociedades humanas e odiado pelos poderosos, desse tempo e das gerações que se lhe seguiram, que consideravam como subversivos os seus ensinamentos, perseguindo todos aqueles que entendem ser boa linha de conduta lutar pelas causas justas que conduzam à igualdade, fraternidade e liberdade de todos os homens, num verdadeiro sentido de construção de um mundo melhor.

Essa criança – repete-se –, humanamente igual a todas as outras, cresceu e foi Homem e foi dínamo de novas energias, duma nova força filosófica, social, económica e religiosa. Esse homem – génio diferente de quantos pisaram a Terra antes e depois dele – foi a prova acabada da similitude com o próprio Deus, porque, tal como nós, partícula indivisível dessa mesma Energia Universal, ainda que a “centelha” (Dele) fosse bem mais intensa que a de cada um de nós. Essa criança a quem chamaram de Emanuel, Messias, Jesus e Cristo era, para além da enorme essência divina de que estava imbuído, sobretudo, um homem bom que amava todas as coisas e todos os seres viventes e que sofria, numa solidariedade inultrapassável, as dores de todos os oprimidos e, por isso, condoído, dava conforto, lenitivo e “cura”, pela sua enorme capacidade psíquica, às maleitas físicas, mentais e espirituais de quem dele se abeirava.

Natal é o acto de dar sem condicionalismos, nem demora. É Amar e Viver a alegria própria e a dos que estando carentes, numa solidão sem culpa, sentem e sabem que ainda existem almas capazes de lhes enviarem uma flor, uma fatia de bolo, um agasalho para os rigores do Inverno e, quanto mais não seja, um simples, mas muito terno, beijo ou uma palavra plena de afecto e sinceridade. Natal é pensar nas pessoas com deficiência carecidas de apoio, nos idosos que chegaram ao fim de suas vidas de mil canseiras pobres e abandonados, nas crianças famintas de pão, de carinho e de amor. Mas... Natal não pode ser esmola, nem nada que se lhe pareça. Natal não pode ser filantropia de instituições de benemerência, nem de clubes de serviços com gente bem instalada na vida, mas árida de vivências que não sejam a sua futilidade.

Natal é ser Homem – em toda a dimensão do termo – é entender, viver e sofrer com o próximo as suas angústias e dores. Natal é – numa palavra – Amor! Amor todos os dias e a todas as horas!

sexta-feira, dezembro 01, 2006

Preguiça ou outra ocupação

A preguiça é um dos defeitos que mais me atinge, e tanto assim é que, creio, se eu fosse um pouco mais diligente possivelmente teria realizado, ao longo da vida, coisas bem mais espectaculares e, se calhar, muito úteis à humanidade.

Depois deste parágrafo, os meus leitores habituais de certeza que estão já a pensar que, ao longo desta semana, por não ter metido neste espaço novo comentário, estive a preguiçar. Pois enganam-se redondamente! O que se passou é que andei toda a semana em bolandas a correr daqui para ali, na tentativa (ainda não sei se falhada) de ajudar pessoas com deficiência e com problemas graves do ponto de vista económico, social, habitacional e humano.

Mas não só, porque também me ocupei a preparar para o prelo um romance que muito gostaria de ver publicado. Esta última tarefa, não sendo muito cansativa (pelo menos para mim) não deixa, no entanto, de ter o seu quê de ocupação e… de preocupação. Só os grandes com um nome feito e uma máquina há muito construída, tem portas escancaradas nas editoras, nem que seja para porem, em letra de forma, uns tantos disparates e não menos trivialidades que, afinal, acabam por ser vendidas quase como os tremoços nas festas de Verão das nossas aldeias.

Assim vai a cultura em Portugal!...