terça-feira, dezembro 19, 2006

Discriminações

Há quem me julgue incapaz,

Cuidando pela aparência,

Mas quem tal juízo faz

Tem (bem) pior deficiência.

Disse um dia esta quadra, de improviso, numa reunião de “pessoas (muito!?...) importantes”, era eu, por essa altura, um jovem aprendiz de jornalista. Fi-lo porque os presentes, numa atitude perturbadora, de dúvida e desconfiança, não tiravam de mim os olhos como a querer dizer: «Que vem este aleijadinho – era assim que chamavam, então, às pessoas com deficiência – para aqui fazer?”

Já passaram mais de 50 anos, mas, infelizmente, ainda existem mentalidades retrógradas que rejeitam e discriminam os outros cidadãos por não serem como eles na estrutura corporal, na cor da pele e, o que me parece bem pior, na linha de pensamento. Essas pessoas (será que merecem tal designação?...) julgam-se superiores – descendentes de uma raça pura, tornando os outros em filhos de um deus menor que urge eliminar – e vá de empertigarem-se e acotovelarem quem, ao ser diferente deles, possa igualar-se em capacidade de pensamento e mesmo de realização.

Cristo veio ao Mundo há 2013 anos para que os homens entendessem que são todos iguais, tem os mesmos direitos, as mesmas obrigações e as mesmas responsabilidades porque todos tiveram a mesma origem, independentemente das diferenças físicas, mentais, educacionais, sociais e económicas.

Que – como falam as escrituras sagradas e as profecias apócrifas – neste quarto de século de imensas convulsões geológicas, ideológicas, teológicas e sociais, causadoras de conflitos e instabilidade nas sociedades humanas, se faça, a necessária e anunciada, depuração para que quem nos preceder tenha, efectivamente, direito aos tais “mil anos em que a besta estará amarrada”.

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