O Poeta e pintor Mário Cesarini de Vasconcelos, um dos fundadores, em Portugal, do surrealismo, morreu. Afinal os artistas, grandes ou pequenos, embora sendo o condimento que dá sabor à vida das comunidades em que estão inseridos, também morrem! Todos morremos!
Por isso eu escrevi, para mim e para todos os poetas que me antecederem e me sucederem nessa hora sublime de libertação espiritual, o poema que se segue e que intitulei “Desejo do Poeta”:
Quando o poeta morrer,
não chorem quem vai no ‘squife.
Aplaudam a sua obra,
“batam palmas, muitas palmas”[1]
e leiam os versos seus!
O poeta não quer flores,
ou tochas na sepultura,
pois se sente agraciado
por lerem os seus escritos
com empenho e muito amor.
Batam palmas, muitas palmas,
na hora do funeral!
O poeta viverá
no seio do seu legado
doado com sentimento.
Por isso, ó humanidade,
bate palmas, muitas palmas.
- Lembra-o p’