segunda-feira, novembro 27, 2006

Desejo do Poeta

O Poeta e pintor Mário Cesarini de Vasconcelos, um dos fundadores, em Portugal, do surrealismo, morreu. Afinal os artistas, grandes ou pequenos, embora sendo o condimento que dá sabor à vida das comunidades em que estão inseridos, também morrem! Todos morremos!

Por isso eu escrevi, para mim e para todos os poetas que me antecederem e me sucederem nessa hora sublime de libertação espiritual, o poema que se segue e que intitulei “Desejo do Poeta”:

Quando o poeta morrer,

não chorem quem vai no ‘squife.

Aplaudam a sua obra,

batam palmas, muitas palmas”[1]

e leiam os versos seus!

O poeta não quer flores,

ou tochas na sepultura,

pois se sente agraciado

por lerem os seus escritos

com empenho e muito amor.

Batam palmas, muitas palmas,

na hora do funeral!

O poeta viverá

no seio do seu legado

doado com sentimento.

Por isso, ó humanidade,

bate palmas, muitas palmas.

- Lembra-o p’la Eternidade!



[1] - Salmos

Sem comentários: