quinta-feira, novembro 02, 2006

Amor Eterno

“Aquela leda e triste madrugada”[1]

bem viu a bela entrega de ternura,

tornada em simples dada apaixonada

de amor puro e sincero, que perdura.

Aquel’ momento foi tudo e foi nada.

pois transformou-se, ó Deus, por essa altura

numa obsessão fantástica e lembrada,

como uma vil maleita de clausura.

Gastou-se Apolo mil vezes passando,

em seu carro vistoso, pelo Céu

sem, daquela ilusão, romper o véu.

E nada se esvaiu, sempre ficando

por uma eternidade desejada,

mas, dolorosamente, consumada.

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1 – Líricas de Camões

(Do meu livro a publicar:«Sentimentos»)

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