“Aquela leda e triste madrugada”[1]
bem viu a bela entrega de ternura,
tornada em simples dada apaixonada
de amor puro e sincero, que perdura.
Aquel’ momento foi tudo e foi nada.
pois transformou-se, ó Deus, por essa altura
numa obsessão fantástica e lembrada,
como uma vil maleita de clausura.
Gastou-se Apolo mil vezes passando,
em seu carro vistoso, pelo Céu
sem, daquela ilusão, romper o véu.
E nada se esvaiu, sempre ficando
por uma eternidade desejada,
mas, dolorosamente, consumada.
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1 – Líricas de Camões
(Do meu livro a publicar:«Sentimentos»)
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