sexta-feira, julho 30, 2010

Folclore - a riqueza de um Povo II

Prosseguindo no tema em título, uma questão ocorre, naturalmente, cheia de lógica: O que é "Folclore"?
Segundo muitos autores da especialidade, dentre os quais destaco o Poeta autor de «Povo que lavas no rio, | que talhas com teu machado | as tábuas do meu caixão | etc... » Dr. Pedro Homem de Melo, Folclore é tudo quanto, numa zona, região ou localidade, o Povo tocava, cantava, dançava, rezava, usava e fazia, num passado de há mais de oitenta anos.
Assim sendo, logo se deduz que o Folclore, não é uma forma de Cultura menor, porque não é estática, como as lapas nas rochas. O que hoje, para cada um de nós, é trivial e que, mais dia menos dia, deixará de ser tocado, cantado, dançado, rezado, usado e se faz, daqui a mais de oitenta anos, será - creiam - Folclore a salvaguardar e a preservar como riqueza de um Povo.
É por isso que qualquer grupo que se dedique a actividades folclóricas não pode, sob nenhum pretexto, deixar de fazer recolhas e de as aplicar nas suas mostras e espectáculos. As recolhas respeitantes aos finais do século XIX, princípios do século passado, têm de ser enriquecidas com peças de há oitenta anos, ou seja de 1920 a 1930 e, depois, sucessivamente. por aí adiante. Nada se deve perder por desmazelo ou por se cuidar sem mérito.
Urge, em cada momento, aforrar, no cofre dos nossos tesouros, o Folclore, com a avareza do "Tio Patinhas", porque nem um chavo se pode perder!...

quinta-feira, julho 29, 2010

Sobre «Folclore - riqueza de um Povo I»

Sobre o título em epigrafe recebi dois comentários que a seguir transcrevo:

«O titulo, diz tudo...Somos "ricos" desde pequenos,a historia do nosso povo, ninguém apagará.Simplesmente fantástico.Viva o folclore, viva a cultura.Um grande abraço.»
Anónimo

«Olha meu bom e querido amigo Calema, quero dizer-te que continuas em Forma.
Estás com toda a razão. O mal do Folclore é que não é valorizado como deveria ser, inclusive pelas pessoas tidas como intelectuais.
É uma pena realmente, mas é o que temos. Vamos andando com o nosso gosto e empenho por esta maravilhosa riqueza que invade o Nosso País de norte a sul.
Um grande abraço deste teu sempre amigo.»
Álmiro Costa Rebelo

quarta-feira, julho 28, 2010

Folclore - a riqueza de um Povo I

Estou convidado para, na tarde do próximo Domingo, assistir ao Festival de Folclore do Rancho Folclórico "Verde Gaio", de Lordosa, Viseu, de que (eu e minha esposa) somos padrinhos.
Folclore... então tu assistes a uma forma menor de cultura e/ou arte? - Perguntarão os mal informados ou com preconceitos intelectuais sobre a matéria.
Quem pensa dessa forma, está a milhões de anos-luz de conhecer o que é, de verdade, Cultura.
Folclore é - digo-o sem rebuço - a expressão de um Povo (punhamo-lo em letra maiúscula), pois Povo é a essência de uma qualquer nação e a sua maneira de Ser e Estar produz as características éticas, sociais e humanas que o definem e evidenciam no Concílio das Nações e dos Povos.
É, na verdade, pela cultura popular que se avalia o saber e a riqueza de um país. Quanto mais diversificada for a gama no que toca aos saberes e aos fazeres dum grei, mais rica ela é. Portugal - orgulhemo-nos disso - nesse aspecto não é mísero, bem pelo contrário, é um manancial de alto valor. De Norte a Sul, de Este a Oeste é um tesouro de riqueza incalculável. Ao menos, valha-nos isso.
Para a próxima direi mais sobre o assunto. « Deus os salve, meus senhores

segunda-feira, julho 26, 2010

Uma questão de "vocação" ...

Olá Mizé,
Dizias no Facebook: «Estou com vocação p'ra ninguém, vou de abalada para a prática de uns silêncios
E eu, perante tão absurda quanto irreal "vocação" na tua pessoa, demando naturalmente: Vais introspeccionar-te com vista a uma qualquer obra criativa ou vais, contra ti própria, enveredar pelo egoísmo, pelo alheamento ao que te envolve enfiado, por preguiça ou cobardia, a cabeça na areia?
Onde está a mulher inconformada que teve a coragem de dar um pontapé nas estrelas e mudar de vida, seguindo em frente de olhar fixo no Porvir?
Francamente, não querer ter «vocação p'ra ninguém» é renegar a humanidade - diga-se: o humanismo -; é contradizer os princípios da Fé que, dentro de cada um, existe, independentemente da religião que se tenha ou não tenha; é esquecermos o outro e deixarmos de ser solidários com quem sofre.
A prática do silêncio deve ser usada como forma de meditação, na busca do melhor para nós e para o mundo envolvente e, por isso, ser uma "vocação" de amor e entrega a (e "p'ra") todos!...

sábado, julho 24, 2010

Mensagem de recordação e emoção

Olá Bibi,
Bem-hajas pela mensagem que me enviaste e que passo a transcrever sem comentário, a emoção embarga-me o pensamento e tolhe-me os dedos:
«Sabes, meu querido José, desde os bancos da Escola Secundária que gosto de ti e admiro a forma como, apesar das tuas limitações motoras, enfrentas a vida e consegues superar todos os obstáculos surgidos por causa dessa deficiência.
Mas, é interessante referir isto, tu, embora com os teus problemas, sempre agiste de forma que nós, todos os teus colegas, nem dávamos por eles. Tu eras igual a todos nós. Por quê? Porque sabias, com a tua inteligência e alegria de ser e de viver, com toda a tua sedução, ser igual aos outros e, daí, o esquecermo-nos da tua espasticidade. Não eras "deficiente", eras um de nós e todos, sem excepção, te amávamos.
Por que escrevo isto? Porque, depois de cinquenta anos, te encontrei na Net, com um blogue magnífico, quer na forma, quer no conteúdo, que mostra que continuas o mesmo, ainda que o tempo e a vida nos tenha colocado marcas que não se apagam, por mais plásticas que se façam.
Beijinhos da Bibi.»

sexta-feira, julho 23, 2010

Ainda "O Comboio Turístico de Viseu"

Olá P.C.,
Ainda que de forma anónima, o que - diga-se - não é lá muito correcto, sobretudo quando se diz mal, mesmo que de modo construtivo, transcrevo o comentário enviado a propósito do assunto constante do título deste meu escrito:
«Parece uma carroça de outros tempos. | Haja dinheiro para melhorar...»
Às vezes, o dinheiro não é assim tão importante. O que falta é sentido (conhecimento) técnico para, ao menos, tentar melhorar as coisas, possibilitando um pouco de conforto aos utilizadores. Hoje em dia existem sistemas baratos e fáceis de aplicar que eliminam em mais de 7o% o incómodo dos pisos empedrados, nas viaturas que a questão económica passa para segundo ou décimo plano. Por isso eu reafirmo: haja é, efectivamente, vontade!
A Cidade e o Turismo local e regional merecem o melhor para que o nome de Viseu vá mais longe, graças a uma marca (está na moda dizer, "certificação") de qualidade que tem de passar pelas grandes, como pelas pequeníssimas coisas.
E... por aqui me fico!...

quarta-feira, julho 21, 2010

O "Comboio Turístico" de Viseu

Ontem, pela primeira vez, viajei no "Comboio Turístico" de Viseu, pois só experimentando se pode saber se é bom ou mau ou - como bem diz o povo - «não se deve morrer estúpido«.
Não é mau, mas, talvez, pudesse ser melhorado.
Num percurso em que mais de 80% é feito em piso de paralelepípedo, (pobres "velhotes" com problemas de ossos...) as carruagem não oferecem uma suspensão concernente com as actuais tecnologias - que diabo, estamos no século XXI e não no século X ou XI!?... -, não sendo nada, mesmo nada, cómodas.
Depois, certamente por desconhecimento, o guia é demasiado parco nas informações histórico/turísticas que vai debitando ao longo da viagem de cerca de uma hora com um paragem de dez minutos em Fontelo, para "se molhar o bico no bar local" - como soa dizer-se.
Não gosto de mal dizer, mas, a verdade tem de ser dita: Fiquei desiludido!
Há possibilidade, por tão baixo preço do bilhete, de melhorar condições técnicas e informativas?
Creio bem que sim, aja, para tal, a necessária vontade e... o resto virá por acréscimo!

segunda-feira, julho 19, 2010

Política rasteira e perigosa

Há "Golpes de Estado" perpetrados por elementos das forças armadas, como o nosso 25 de Abril, mas há-os levados a cabo por grupos de cidadãos ávidos de poder, para eles e para os seus apaniguados. Esses movimentos, sub-reptícios ou descarados, são - diz-nos a História - sempre os piores, pois acabam, de um modo geral, em terríveis e impiedosas ditadores que não respeitam os contrários, esmagando-os pela força e pelo desrespeito aos valores mais elementares da liberdade e dignidade humana.
Ao que se vê e ouve, nos Órgãos de Comunicação Social, Portugal corre, neste momento, através da revisão Constitucional, esse perigosíssimo risco.
Não estou, creiam, a ser pessimista, nem a fazer catastrofismo de "meia-tigela" não! Estou somente a alertar para um perigo mais que evidente e mais que eminente que é urgente e indispensável evitar a todo o custo.
Como? Com a união de toda a "Esquerda", que - cuido - ainda é maioritária. Deixando-nos de "nicas e tricas" político/partidárias, que não levam a nada e só podem destruir o que tanto custou a conquistar!
Já não nos bastaram 48 anos de ditadura fascista?...

sexta-feira, julho 16, 2010

A "Caixinha de Surpresas" e as crianças....

A "Caixinha de Surpresas" de que tantas vezes falamos às crianças, quando lhes contamos histórias para adormecerem, será uma realidade ou é, simplesmente, uma figura auxiliar da imaginação - como que uma ferramenta de uso exclusivo de cada contador?
Abrir a mente dos pequeninos para a vida complicada e difícil dos adultos é obrigação primordial dos mais velhos e experientes, mas fazê-lo de forma correcta, pedagógica e não traumatizante, torna-se ainda, naturalmente, muito mais complexo e - diga-se - requer conhecimentos e cautelas que, muitas vezes, não estão ao nosso alcance.
Ser pai, mãe, avó, avô ou tios, impõe atenção e entrega redobrada e, também, possuir a tal "Caixinha de Surpresas" bem recheada dos atributos atrás referidos e, sobretudo - isto é fundamental -, dar muito, muito Amor.
Se as crianças são «o melhor do Mundo» - como bem disse Fernando Pessoa - por que há adultos que as molestam física, mental e espiritualmente?
Contra essa gente, sem coração (embora os não conheça) sinto ganas de os esborrachar contra uma parede!
- Ó Deus, afinal também sou violento!...

quarta-feira, julho 14, 2010

"In vino veritas"-

Diziam os antigos romanos, usando a expressão do título desta mensagem, que a verdade estava no vinho, querendo afirmar que, através de uma embriaguez, se pode conhecer o autêntico carácter de um qualquer sujeito.
Não o creio, pois já vi pessoas ensarricadas de álcool que, inexplicavelmente, não perdem a postura, mesmo que o controlo sensorial os denuncie.
Depois há também aqueles que, bastas vezes, para fugirem às suas responsabilidades cívicas sabem, muitíssimo bem, atribuir culpas a etilizações que, a mais das vezes, nem sequer existem ou existiram.
Se o primeiro caso - a bebedeira efectiva e bem real - é mau, porque deteriora e destrói o Ser Humano, o segundo - a borracheira por conveniência - é ainda muito pior, pois revela verdadeiramente o mau carácter do indivíduo que quer e consegue, de certa forma, eximir-se às suas responsabilidades, fazendo lembrar muitos políticos que, para continuarem a ter e a exercer poder, arranjam mil desculpas e fingimentos que os ilibem das punições que deveriam cair sobre eles.
"In vino veritas"! Mas que mentira!...

segunda-feira, julho 12, 2010

«O Fim do Mundo»?!...

Há certas seitas e grupos religiosos, especialmente de raiz cristã, que propalam, aos quatro ventos e por todos os meios de que dispõem, perante a grande quantidade de sismos, inundações, deslizamento de terras e outros cataclismos naturais que, quase diariamente, são referidos nos Órgãos de Comunicação Social, a proximidade (ou mesmo iminência) do "fim do Mundo, baseando-se nos escritos do Novo Testamento.
É verdade que aqueles textos sagrados anunciam e alertam para tempos ruins, designadamente, um pouco antes da "Segunda Vinda de Jesus", mas, tranquilizem-se os mais assustadiços, não especificam, como dado adquirido e irrefutável, o "fim" do nosso Planeta e de quanto nele existe, bem pelo contrário, o que é afirmado, com garantia, é que, depois de terríveis tempos de depuração (eu chamo-lhes assim), haverá «uma nova Terra e um novo Céu» e que « Besta» (diga-se: o mal) ficará «amarrado por mil anos».
E mais, diz também que, a partir daí, não haverá templos de pedra e cal, pois cada um de nós é, já de si, um templo, onde Deus (a Energia Inteligente Emanante do Cosmos Universal) se manifestará sem barreiras, nem artificialismos incoerentes e, por isso, inúteis.
Nada de medos, apenas preparação espiritual e mental com atitudes de amor ao próximo, a nós mesmos e à Natureza que nos envolve e da qual humanamente dependemos. O resto vem por acréscimo de «cem por um»!...

sexta-feira, julho 09, 2010

Ecologia - A água ou a falta dela

Todos quantos nos preocupamos, directa ou indirectamente, com a problemática da Ecologia, de um modo ou de outro, temos vindo a gritar e a alertar, com desespero, para a perda e/0u degradação do Ambiente que nos rodeia e do qual, sobremaneira, dependemos.
Não é um clamor (ou cramol - à maneira de Pias, no concelho de Cinfães) lançado ao ar porque está na moda e é de bom tom falar destas coisas, mas sim, porque, na realidade (triste realidade!), o Planeta e os seus habitantes (racionais e irracionais) estão em risco de não terem futuro, pois caminha-se tão aceleradamente para a destruição total que começa a ser hora de gritar, alertar e tomar medidas no sentido de travar o descalabro de tornarmos a Terra noutra Lua seca, cinzenta e inabitável.
A água - bem primordial à vida - é já escassa (e mesmo inexistente), em muitíssimos lugares do Mundo. Por isso há que poupá-la, guardá-la, cuidá-la e preservá-la como a jóia mais preciosa e bela do nosso legado social e humano/familiar.
Este nosso grito é tão verdadeiro e lancinante que não pode, nem deve ser abafado e, muito menos, olvidado. É TEMPO DE TER ATITUDES E SALVAR O MUNDO!...

quarta-feira, julho 07, 2010

A Terceira Idade

Olá Tixa,
Embora saiba que a leitura não não é o teu forte, e que não visitas o blogue do teu avô de afectos, ainda assim comento o teu email sobre "a terceira idade", na qual já me incluo, ainda que, graças a Deus, não tenha gastos com medicamento e, parece-me, ainda posso e sei usar a memória.
A "brigada do reumático" - ao invés do que pensam os jovens - não é material a enviar para o aterro sanitário. Pois - segundo um provérbio indú - «cada velho é uma biblioteca» que urge preservar, com extremados cuidados para que o seu conhecimento se não perca sem primeiro ser copiado e reproduzido pelos mais novos, que, desse modo, se valorizarão social, cultural e
humanamente.
"A Terceira Idade" é já maioritária no nosso país, mas não é - diga-se - por isso, que a devemos desprezar e, o que é bem pior, rejeitar como se fosse um mau vírus que pode contaminar, pestilenciosamente, os mais jovens. Eles - é inexorável - também lá hão-de chegar e, depois... ver-se-á se estarão aptos a ser lembrados ou se serão lançados ao esquecimento, como trapos inuteis que nem para reciclar servem.

segunda-feira, julho 05, 2010

Os nossos erros...

Nada nem ninguém é infalível, o erro é a coisa mais natural, quer no Ser Humano, quer na própria Natureza, onde os "fenómeno0s" (ou anormalidades) existem em número, cada vez mais, indesejável, mas que, olhando com olhos mais perspicazes, talvez até seja de ter como normal.
O Homem erra e a Natureza, para corrigir esses erros, tem forçosamente de disparatar afim de pôr, de novo, as coisas nos seus devidos lugares, ou seja: como dantes. Os pecados da humanidade paga-os a Natureza que, falando em linguagem entendível se "abespinha" e entra, de pronto, em trabalhos de reposição (reconstituição) dos parâmetros de equilíbrio perdidos.
É a ganância e a ambição pelo lucro fácil que leva, constante e perniciosamente, os homens (não são dignos de letra maiúscula) a ferir e a agredir a harmonia natural do planeta que "ainda" habitamos: São a poluição; a exploração desmedida de madeira nas florestas; os derrames tóxicos nos rios, lagos e mares; o betão em lugares inadequados; etc.
E... depois, admiramo-nos das catástrofes que por aí vão cada dia mais frequentes: Secas; inundações; deslizes de terras; eu sei lá que mais?!...
Medite-se bem nestas coisas e façamos(cada um de nós, sem excepção) algo para que não se cometam erros contra a Natureza e, daí, contra nós mesmos, já que "só temos uma Terra"!

sexta-feira, julho 02, 2010

Existencialismo ou...?

Dizem que as "crises existenciais" são coisa natural da puberdade e adolescência dos indivíduos, pois essa é, na maioria dos casos, a altura da vida em que nos questionamos, "quem somos e para onde vamos". Sendo que a resposta nem sempre é fácil, pois implica uma vastidão de dados a considerar no enunciar dos problemas.
Tendo, entretanto, em conta que, para os políticos, a adolescência já há muito passou, é difícil bem entender, as suas acções e comportamentos. Parece que estão, eternamente, em dúvida consigo próprios e, o que é muito pior, com os outros, não sabendo, efectivamente, o terreno que pisam, nem como o pisam. Olha-se ao "politicamente correcto" pensando apenas na conquista de votos futuros e, sem pudor, desprezam-se os interesses individuais dos cidadãos, no contexto geral da vida, com acentuada passagem pela dignificação e valorização humana.
Depois admiramo-nos de que a pobreza e a criminalidade aumentam a cada dia, em Portugal e no Mundo.
Francamente... é tempo de mudar pensamentos e respeitar (sobretudo) o nosso próximo!...