segunda-feira, fevereiro 28, 2011

À volta de um pensamento

«Não é o sofrimento que destrói o homem. O que o destrói é o sofrimento sem sentido...» – Escreveu a minha muito querida, grande amiga e poetisa Terceirense Maria José Azevedo, no Facebook.

Embora não saiba se a frase é sua ou se é transcrição de algum autor que me não vem à memória, não deixa de ser verdadeira, ainda que pareça, numa primeira impressão, algo de muito trivial. Mas é da trivialidade – digo, da rotina – que surgem as grandes realizações da humanidade e mais: é na hora do sofrimento, seja ele qual for, que a fugaz chispa da construção humana impulsiona os criadores, tornando-os grandes e às suas obras.

Vive-se, em Portugal e no Mundo, uma hora atroz de dor e dúvida. Mas não «é o sofrimento sem sentido», porque o objectivo está bem à frente dos olhos: suprir as dificuldades e continuar avante, rumo a um futuro mais justo, mais verdadeiro e, sobretudo, feito com menos amargor e menores sacrifícios.

Neste contexto, irrompe de qualquer cérebro, capaz de o fazer, a questão: Será que, de tal sofrimento, vão ser espoletadas as bombas da criação que resolvam os problemas, tornando-nos, finalmente, felizes?

Apesar de nosso atávico optimismo, temos certas reservas, pois perdemos a confiança nos governantes, nestes e nos outros que, afincadamente, disputam o “poleiro” e, que o povo, de muito curta e fraca memória, estupidamente irá eleger.

Cala-te boca…!

sexta-feira, fevereiro 25, 2011

Sentinela? Alerta está!...

"Quente, Frio e Morno” dizíamos, quando jogávamos em menino às coisas escondidas, ao vermos os buscadores aproximarem-se ou não do lugar do objecto procurado.

Pois é! Também agora, perante as notícias, todos os dias difundidas, no que respeita ao grande vulcão em erupção que está a ser o Norte de África, nos apetece gritar: “Quente, quente, muito quente!” Para aquelas bandas está mesmo tudo muito quente e à beira de um abismo humanitário de proporções, totalmente imprevisíveis. Mas, de certeza, nada boas.

A vida humana já não tem valor, e o direito de ter e gozar liberdade é, a cada minuto, espezinhado. Os brados de desespero, dor e revolta são ignorados e, na maioria, sufocados pelo uso da violência mais feroz e selvagem. Os homens já não são homens, são monstros sem sentimentos, porque sem alma.

Quem e como parar a insensibilidade e a ganância dos ditadores que teimam em mandar matar os que pensam de modo diverso do seu?

Sem ser alarmista, mas sim, realista, ouso futurar mal de todos esses ruins confrontos. Depois, é o Mundo a contorcer-se com a falta do petróleo e do gás natural. E é a crise económica a dobrar todas os países. O panorama é feito de tão ígneo que apresenta.

Pensemos todos nisto e preparemo-nos para o pior, afim de não sermos tomados de surpresa!...

quarta-feira, fevereiro 23, 2011

Pare, pense e aja!

Se a estupidez e o fanatismo político/partidário fossem música, não temos duvidas nenhumas, Portugal seria uma grande “sinfonia”.

A falta de cabeça para pensar – ao que nos é dado ver – está a atingir cada vez mais gente nesta terra que Afonso Henriques conquistou à espadeirada há coisa de novecentos anos.

E, depois, queixamo-nos de que tudo corre mal, que os governantes e os políticos em geral são isto e aquilo e que fazem isto e aqueloutro. Atribuímos culpas a este e àquele e não somos capazes de tirar dos olhos o argueiro que nos tolhe a visão, corrijo: não puxamos pelo toutiço para vermos que a culpa, desde o 25 de Abril de 1974, é só nossa, pois passamos dificuldades e superamo-las, e tivemos também “vacas gordas” e não amealhamos. Fomos inconscientes e loucos e… agora “choramos na cama que é cabo quente” – como diziam os nossos ante passados.

Quando é que deixamos de ir atrás dos “politiqueiros” e das “partidarites” e pensamos e agimos por nossa própria cabeça? Ou será que já só se tem o “canudo” e não somos capazes de raciocinar?

Está na hora de sacudir a sujeição aos partidos e sermos nós mesmos, gente anónima, a criar e a tomar atitudes, a decidir como superar dificuldades metendo estoicamente mãos ao trabalho para aumentar a nossa produtividade. Ele há para aí tanta terra e tantas outras coisas a pedirem que as ponhamos a render…

E por aqui me fico. Quem tiver miolos que entenda!...

segunda-feira, fevereiro 21, 2011

O barril de pólvora

Um cão quando rosna e mostra os dentes está a dizer: vai-te embora ou mordo. Assim também sucede com os ditadores, mal se sintam acossados tratam logo de rosnar e mostrar a dentuça, pois não querem, de modo algum, perder as mordomias adquiridas. E o Povo que se lixe.

Os acontecimentos da Líbia, como informa a Comunicação Social, estão a “acossar” o ditador Kadafi e, por isso, o filho, numa rosnadela atemorizadora, tratou de ameaçar, iluminando o espectro da guerra civil a ver se a oposição se assusta e vai, de rabinho entre as pernas, à vidinha cagadinha de medo.

Esta táctica, às vezes, resulta. Vamos a ver… – como diria um cego. Só que, quando a dor já é muita e a vontade de liberdade ainda mais, essa estratégia não serve. E, mais tarde ou mais cedo, o rosnador tem mesmo que largar o osso que, avaramente, tem entre os dentes.

Aquele Norte de Africa e Médio Oriente estão, creiam, qual panela de pressão, prestes a rebentar e, dessa explosão, vai transvazar para a Europa, se não para o Mundo, algo de muito complicado e indesejado, mas de que ninguém conseguirá livrar-se. Os limites de segurança são cada vez mais apertados e o tempo começa a escassear.

Não é ser pessimista, é ser realista! «…Rugem porcelas. Que Deus nos acuda e nos livre delas!» – Cantou Guerra Junqueiro e parafraseio eu, ajustando à actual conjuntura.

sexta-feira, fevereiro 18, 2011

As árvores são belas, mas…

A propósito de uma árvore que, na manhã do dia 16 de Fevereiro, caiu, no Porto, matando o condutor de uma furgoneta que passava naquele local, lembrei-me que, tal como essa aparentando estar de boa saúde e de raízes bem sólidas e firmes ao solo, um dia, o mesmo pode também vir a suceder no Rossio, em Viseu, dada a vetustez daquelas grandes tílias.

Toda a gente, com um mínimo de conhecimento florestal, sabe que as tílias são uma das espécies que possui a madeira mais quebradiça e imprevisível que imaginar se pode. Por esse motivo, ali, na nossa Praça da República, temos, bem armada, uma excelente “ratoeira” para ser disparada a qualquer momento, haja, para tal, (não estamos livres) um temporal e… a tragédia acontece.

Perante o atrás dito, uma questão bem pertinente se põe: As árvores do nosso Rossio (e as de toda a Cidade) têm tido inspecções rigorosas e permanentes sobre o seu estado?

Esperemos que sim, e não tenha sido usado o “velho” instrumento de diagnóstico (bem português) a que chamamos “olhómetro”, pois sabemos que isso não basta, dado que tem 99,99% de probabilidades para falhar, como falhou, na Cidade do Porto, ceifando a vida a um pacato cidadão que, por ali, passava em trabalho.

O grito de alerta está dado. Haja quem, com poder e consciência, o escute. É o nosso voto sincero!