sábado, agosto 30, 2008

(In) Segurança

Dantes, quando davas um grito, em tua casa ou na rua, logo os vizinhos acudiam à janela a saber o que se passava e se precisavas de ajuda. Hoje, aconteça o que acontecer ninguém dá por nada; ninguém escuta nada.
A primeira coisa que as pessoas fazem ao entrarem em casa é ligar a televisão e pô-la com um volume de som elevado, para não se sentirem tão sós. Daí que os vizinhos do lado, ou alguém na rua, pode, no meio de uma qualquer aflição, pedir socorro que ninguém ouvirá o clamor aflito.
Ora isto, sem nos apercebermos, é, diga-se, uma forma de insegurança. Mas, infelizmente, não há campanhas chamando a atenção para este facto. Não sou contra a televisão, de modo nenhum, todavia acho que o nível de som a que muitas pessoas a põem é deveras prejudicial para a segurança de cada um, já que não pode contar com a ajuda do nosso próximo.
Não sei se, ao dizer estas coisas, não estou a acusar a sociedade de ser egoísta ou de se estar a tornar nisso mesmo, contudo não me importo e aqui deixo o meu alerta e a minha preocupação, pois isto é, deveras sério e traz graves consequências.

quarta-feira, agosto 27, 2008

Direitos tudo, Deveres nada...

Um cartaz partidário diz que «temos direito a ter direito.»
Sem pretender contrariar a afirmação, pergunto, entretanto, com algumas dúvidas: E, por acaso, não temos o dever de...?
A espada tem dois gumes e ambos bem cortantes. Qual deles deve ser usado, para sermos sérios e imparciais?
Talvez porque só vemos as coisas pelo nosso lado, é que existem discussões, protestos e, muitas vezes, agressão verbal e física. Daí às guerras, dissimuladas e disseminadas, é um passo!
E, infelizmente, há, neste nosso tempo, políticos que, sem escrúpulos, por interesse pessoal, dão, decisivamente, esse perigoso e indesejado passo.
- Aqui d' El-Rei, quem nos acode?!...

segunda-feira, agosto 25, 2008

O MAL CORTA-SE PELA RAIZ

Cristo tinha razão quando disse que «árvore que dá nau ou não dá fruto, corta-se pelas raiz
O Mundo está tão cheio de árvores a darem maus frutos e mesmo não darem frutos nenhuns que - penso - se fossemos a eliminar todas as matrizes que produzem mal e não produzem, decerto que mais de um terço da humanidade teria de ser eliminada.
Não somos tão radicais assim, pois cuidamos que todos as coisas e todas as pessoas precisam de uma segunda oportunidade, quer através de tratamento adequado, quer por meio de uma reaprendizagem de vida.
È por esse motivo que sou contra a pena de morte.
Os políticos, hoje em dia ou são radicais ou demasiado paliativos. É um tanto o "mata ou esfola" ou, noutros casos, o uso exagerado de "paninhos quentes" que nada curam, mas que protelam dando-lhes tempo para usufruírem, por mais tempo, das mordomias a que têm direito.
Não é preciso candeia para se encontrar casos que se ajustam ao que acabo de afirmar. Basta ter olhos e sensibilidade e alargar o olhar em nosso redor!...

quinta-feira, agosto 21, 2008

O Mundo está demente

Às vezes cuido que o Mundo endoideceu ou então perdeu a noção das realidades. Anda tudo à "trolha"!... São os russos e os Georgianos; os Israelitas e os palestinianos; os americanos e os afegãos; eu sei lá que mais?... Mas sei, isso sim, que o motivo de tais desavenças, na maioria dos casos, incide no desrespeito pela liberdade dos outros ou seja, pela intromissão na governação de cada região ou povo, havendo sempre um objectivo económico por detrás de quase todos os conflitos.
O belicismo com que todos arreganham as dentuças uns aos outros é óbvio na maioria dos casos: o petróleo e as convicções fundamentalistas pseudo/religiosas.
Todos somos iguais, todavia há quem queira ser «mais igual que os outros» e daí à arrogância e desta à agressão efectiva e desastrosa vai apenas um passinho de pardal.
Quem trava esta escalada de violência e ódio? A Nato? As Nações Unidas? Ou...?
Não sei e não vejo, neste momento, nada nem ninguém com capacidade e força para conseguir seja o que for.
O Mundo está numa encruzilhada sem placas de orientação que lhe definam o rumo para a Paz tao desejada, porém tão difícil de conseguir.
Como diria o poeta Guerra Junqueiro, «rugem porcelas, que Deus nos acuda e nos livre delas!...»

segunda-feira, agosto 18, 2008

Obesidade o flagelo do nosso tempo

Francisco de Assis - o Poeta da pobreza, da simplicidade e da irmandade universal - dizia, referindo se ao nosso corpo, que «temos de alimentar o nosso burrinho para que nos leve onde precisamos de ir.»
É interessante que o santo usa o burro ou seja, um animal de poucos comeres e de muito trabalho. Um bicho, portanto, fácil de manter, em virtude da sua frugalidade alimentar.
Num tempo em que a obesidade é um flagelo e em que se gastam milhões em campanhas que travem tão preocupante mal, não sou capaz de entender como é que, nas televisões, existem tantos programas a fazerem a apologia da comida: são receitas, são mostras de comeres tradicionais, são imagens e incentivos´, de toda a ordem, a que as pessoas forram os "bandulhos" e, por isso, satisfazendo o seu apetite voraz, venham a sofrer da maleita que nos atinge em elevadíssima escala.
É, na verdade, incompreensível tanta "publicidade" alimentar. Mas, quem sou eu para entender o marketing do actual comércio e indústria?...

quinta-feira, agosto 14, 2008

Outra vez "quem vai à frente é para abater"

Pessoa que me conhece e também conhece o meu trabalho (ao longo de mais de 40 anos) na luta pela dignificação da pessoa com deficiência, teve a amabilidade de enviar o seguinte comentário a um artigo de minha autoria publicado nesta janela virada para o Mundo:
«Eu estou a levantar o dedo já a alguns dias e ninguém me houve, por isso estou a tentar contactar com o Sr. José Calema para lhe dizer que é lamentável o que está a acontecer ao pavilhão que o Sr. com todo o seu AMOR e Carinho viu construir para a associação de deficientes. Hoje como fundo de receita para os ciganos levares todo os alumínios, tectos, portas, tudo para a sucata e não haver ninguém que faça nada por este património.
Como cidadão tenho cada vez mais vergonha das coisas que vejo acontecerem e ninguém fazer nada.
Não sou deficiente mas como cidadão tenho a obrigação de lhe tirar o chapéu por tudo o que fez por os nossos deficientes. O meu obrigado
Rui Monteiro»
Que hei-de dizer? Nada, pois tudo é tão claro e evidente que as palavras se tornam desnecessárias! Afinal, a razão estava do nosso lado e jamais dos corruptos e bajuladores da "política" que tudo fizeram para destruir o trabalho de quem lhes ia à frente nos conceitos do tempo e da vida! Agora mais nada há a fazer...!?

segunda-feira, agosto 11, 2008

Lembrando Aljubarrota

Como disse, num dia destes, os portugueses, quando acossados pelas vicissitudes da vida e para sobreviverem, são capazes de usar, com brilhantismo e imensa qualidade científica, os grandes recursos da sua "massa cinzenta" e de surpreender tudo e todos com as soluções encontradas em cada momento de dificuldade.
Foi o caso da batalha de Aljubarrota que se comemora no próximo dia 15, em que saímos, irrefutáveis e incontestados, vencedores apesar de, em número, sermos apenas um sexto do dos atacantes e de, pela forca das armas, não estarmos tão bem equipados quanto os castelhanos. Valeram-nos as trincheiras que, tempos antes, haviam sido abertas no campo de S. Jorge (provam-no escavações arqueológicas das últimas décadas) para onde os invasores foram, habilmente, atraídos, as quais se tornaram, naturalmente, em armadilhas que travaram o ímpeto de avanço e desordenaram as estratégias impossibilitando as manobras de combate das forças em maioria, causando-lhes baixas, em homens e equipamentos, e tal confusão bélica que a debandada, em desespero de causa (perdida), nos deu a confirmação duma estrondosa vitória.
Ganhamos e mostramos que o trabalho das células cerebrais dos portugueses não é menor do que as dos outros povos. O que é importante, urgente e fundamental é porporcionar, na nossa terra, as condições técnicas e financeiras para que os bem dotados não fujam deste país que venceu em Aljubarrota, estando em condições bem adversas relativamente aos castelhanos.

sexta-feira, agosto 08, 2008

Esperteza e atrevimento

Minha avó Sílvina (materna) disse-me, um dia, que «os menos dotados são os mais atrevidos e os que conseguem maiores sucessos económicos e outros.»
Por ser, nessa altura, muito jovem não abarquei a asserção na sua totalidade e deixei de pensar em tal. Todavia hoje, passados tantos anos, relembro o dito e entendo perfeitamente que a falta de conhecimento faz com que o individuo se atreva e tome atitudes em que outros, melhor preparados, hesitam, ponderando os prós e os contras e, em virtude disso, quedam-se timidamente em sua concha de mil cautelas.
Ao que se vê o atrevimento dos menos dotados ou seja dos "espertos" empurra-os para a "vitória", porque, não analisando conjunturas favoráveis ou desvantajosas, vão em frente sem escrúpulos de poderem estar a ser desonestos e, quantas vezes, a magoar e a prejudicar alguém.
Os "atrevidos" não têm medo de falhar, porque sempre arranjam forma de ludibriar mestres e superiores, para atingirem os objectivos a que se propuseram.
Felizmente que ainda há mais tímidos do que dos tais "atrevidos"!...

quarta-feira, agosto 06, 2008

Emigração forçada

«Ninguém é profeta na sua terra», costuma dizer-se. Meu pai, por ironia, dizia por sua vez que «a nossa terra é boa madrasta e má mãe!» Concordamos com as duas variações sobre este mesmo tema.
De certo modo - salvo raríssimas excepções - assim tem sido, no nosso país, onde as grandes cabeças, para brilharem e conseguirem auferir salários compatíveis com o seu real valor, tiveram que emigrar.
Por que ainda sucede assim? Por que precisa a "massa cinzenta" de buscar, fora da sua terra, aquilo que devia encontrar aqui? Por que não se dão condições de investigação e de realização dos magníficos trabalhos que acabam por concretizar, lá fora? Será por inveja ou por mesquinhez de pensamentos e sentimentos?
Não sei, mas gostava muito de saber!...

segunda-feira, agosto 04, 2008

Acautelar segurança Infantil no Parque linear do Pavia, em Viseu

Está para breve a inauguração do Parque Linear do Rio Pavia, em Viseu. obra útil e de louvar, pois irá ser mais um lugar aprazível para ser desfrutado, alegre e saudavelmente, por adultos e crianças, mas... aqui é que esta o busílis de todas a questões.
Pelo que já nos foi dado ver, tudo parece bem e muito bonito. Todavia (esta adversativa, não surge por acaso) não vi, ainda, ao longo do Rio, na área abrangida pelo Parque, uma rede (talvez de 1,5 metro) que, no bordo das margens, evite que uma criança, em suas brincadeiras e natural curiosidade se precipita na água e... nem quero pensar!...
As tragédias devem ser acauteladas antes de ocorrerem!
Acho eu que, a custo mínimo, se pode precaver uma ou várias tragédias que ninguém deseja.
Como não sou "ninguém", mas amo a vida das pessoas, aqui deixo o alerta, na esperança de que não "caía em saco roto"!

sábado, agosto 02, 2008

Conto

(...) O menino levantou o dedinho para participar na aula.
Fez-se silêncio altamente expectante.
E o menino - choramingando - disse que alguém queria tirar-lhe o lápis azul com que pintava o céu nos seus desenhos.
Frustraçâo! Os Himalaias haviam parido um pequeno... lápis azul!
Moral da história: Quem não pode (quer/sabe) construir um Mundo novo, vá-se embora!...