Estamos no início das comemorações dos chamados “Santos Populares”, sendo o primeiro Santo António (para nós de Lisboa, para os italianos de Pádua) a festejar no dia 13. Depois será S. João Batista e por fim S. Pedro.
A estes três santos aceites pela Igreja Católica Romana, o povo dedica uma devoção muito especial que, na sua forma um tanto pagã, não é condizente com a austeridade e recato impostos pelos rituais religiosos daquela Igreja.
Mas o povo – vox Dei (voz de Deus) – na sua “ingenuidade” herdada de seus ancestrais, continua a saudar os seus taumaturgos bem à sua maneira, com entusiasmo e, quase sempre, usando práticas vindas do fundo dos tempos.
Deste festejar, resultante da crendice popular, pode-se assinalar o “saltar as fogueiras”, (hoje) no largo da povoação, mas que, há milénios, era realizado no cimo dos montes para assinalar a chegada do Verão – tempo de fartura alimentar e à-vontade do Ser humano que, pelo calor, se sentia liberto e, daí, senhor de si e que, por isso, sem complexos ou preconceitos, podia usufruir do corpo desnudado, gozando de todas as suas potencialidades, sem quaisquer peias.
Sejamos um pouco, consoante nosso conceito, pagãos. Festejemos os Santos populares com alegria. No entanto, sejamos parcimoniosos em nossos folguedos. Lembremo-nos sempre que o nosso direito de liberdade termina quando interferir e/ou coarctar o dos outros.
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