Quando eu era menino e entravamos nos meses de Julho e Agosto, os mais afortunados da Cidade, que – diga-se – eram, apenas, uma muito escassa mão-cheia, debandavam, indo assentar arraiais, durante um mês, na Praia de Espinho.
Tomavam o comboio das 15.00 horas e “pouca terra, pouca terra”, observando as belezas do Vale do Vouga, chegavam, noite cerrada, à estação de Espinho, onde fretavam um “carregador” com sua carroça para levar as malas, maletas e sacos ao lugar em que se aboletavam com toda a família, incluindo o pessoal de serviço doméstico.
Sei que era assim, porque, a conselho de um médico, tive de ir a tratamentos de talassoterapia em balneário e, por isso, acompanhado por uma irmã de meu pai – que, por tudo e por nada, me puxava as orelhas – lá fui integrado na família Neto de Figueiró.
Nesse tempo (Verão de 1945) a Praia de Espinho tinha um belo e vasto areal que possibilitava aos veraneantes um bom espaço para exposição ao Sol, o que não sucede hoje, em que o areal diminuiu e o número de banhistas aumentou consideravelmente.
Velhos tempos, velhas pessoas, e… velhas, mas mui saudáveis lembranças!...
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