quarta-feira, fevereiro 16, 2011

Falta de tempo

Olá Maria José,

Ontem, ao ler uma das tuas mensagens no Facebook, deu-me para escrever o poema que se segue e que te dedico, como todo o afecto de uma imensa e verdadeira amizade. Aí vai:

O nosso Tempo já não tem mais tempo | Para sujar a folha, muito alva, | Que á nossa frente dá mais vida ao Tempo, | Pondo-o a galopar, qual Marialva | Em seu belo alazão, pelos campos fora | Como se a vida fosse já de outrora.

Tudo corre com tanta e louca pressa | Que muito nos parece ser o fim | De qualquer sublimada e vã promessa, | Feita só coração e frenesim.

Já não há muito tempo p’ra dizer | O que a alma sente, a cada instante, | Nem para se cantar o que é viver | Numa alegria doce e mui constante.

As belas expressões do pensamento | Morrem logo à nascença com’um ai. | Queda-se tão inerte o sentimento, | Que o Tempo, já sem tempo, se contrai | Deixando assim papel branco e lavado | E o sentir do pobre vate desesp’rado.

_ Ó Tempo, por que és tão ingrato e mau? | Deixa o Estro passar o Rio a vau!...

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