Dizem as notícias que as forças policiais do Egipto se fecharam nas esquadras e que estão um tanto desorientadas sem saberem como actuar.
Depois de tantos anos a terem hegemonia, num regime repressivo em que a força e a imposição por meio de actos profundamente violentos eram o “pão-nosso de cada dia”, é perfeitamente natural e normal que assim seja.
Recordo-me, nitidamente, de, em Portugal, no 25 de Abril de 74, ter sucedido exactamente a mesma coisa. As organizações policiais – esteio do regime –, quando as Forças Armadas e o Povo venceram e acabaram com 48 anos de uma ditadura cruel e feroz, quedaram atordoadas, confusas e temerosas, sem atinarem com o que fazer e como o fazer.
Foi precisa quase uma semana para que as coisas se alterassem e os agentes fossem vistos, nas ruas, cumprindo suas funções, mas, mesmo assim, sem terem deixado de temer o povo, a tal ponto que assistiram, impávidos e inactuantes, aos ataques às sedes dos partidos no chamado “Verão Quente” de 1975.
O medo, ò Deus, também atinge os “valentões” quando foram o braço forte dos tiranos!....
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