quinta-feira, janeiro 06, 2011

Roubos Públicos

Há dias, em conversa com o meu primo Zè Lemos, disse-me ele que as guardas da ponte que liga Ferrocinto aos Passos, na Freguesia de S. Cipriano, no Concelho de Viseu, fazem, agora, parte integrante de um muro na referida povoação de Passos, considerando isso uma apropriação criminosa da “coisa pública”, melhor dizendo: um roubo.

De fato assim é. Porém, analisando a História vemo-la carregada de acontecimentos desse jaez. Então, sob tal ponto de vista, Viseu é um oceano de roubos (um mar era demasiado pequeno).

Estou, “naturalmente”, a lembrar-me das pedras que ensamduichavam a elevação de terra batida que, hoje, forma a Cava de Viriato, bem como dos pórticos daquele Monumento, as quais foram retiradas para construir o Convento Franciscano de Orgens e uma boa parte do Paço dos Três Escalões (Museu de Grão Vasco) e das Gárgulas (bocas) da (preste a ruir) Casa da Rua João Mendes, as quais foram retiradas da Sé, onde serviam para escoar as águas pluviais do telhado daquele vetusto templo.

Roubos ao património cultural, arquitectónico e artístico sempre houve e sempre ficaram impunes, pois sempre fomos um país em que os mais ousados se tornam poderosos e, obviamente, ninguém ousa, sequer, questioná-los, bem pelo contrário: engraxam-se as botas enlameadas desses corruptos sem escrúpulos.

Serei louco, ou estou a dizer verdades gradas como punhos?...

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