Ontem, em Passos de Silgueiros, onde fui assistir ao “Encontro de Janeiras e Reis”, ao olhar o Povo em torno das fogueiras e a escutar atentamente os cantares, lembrei-me da Festa da Luz que, todos os Solstícios de Inverno, os nossos antepassados Celtas, faziam a 21 de Dezembro em honra da sua “grande” Deusa, mãe de toda a Natureza.
E vi-me, nesse divagar espiritual, rodeado pelos Druidas, pelas Witches (mal traduzidamente feiticeiras) e pelo Povo entoando loas, de glória e acção de graças, pelas maravilhas das florestas, das montanhas, dos rios, da terra, do céu, dos animais e sei lá que mais.
Cada grupo (foram seis), cada canto e cada voz me elevava a alturas sublimes de um buscador de transcendência e encantamento, onde o Pontífice (Inspector A. Lopes Pires), com a religiosidade do magno druida, num ritual muito próprio e muito didáctico/pedagógico, ia enchendo de magia aquele espaço de autêntica reminiscência céltico/cristã – perdoem-me a comparação –, mas, queiram ou não, é a que mais se adequa a tão sagrada cerimónia de cultura popular.
E os cantares?!...
Ah! Sou tão pequenino e ignorante para me debruçar tecnicamente sobre eles que – sem falsa modéstia – prefiro quedar-me por aqui!
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