sexta-feira, janeiro 28, 2011

Divagando ainda sobre "O medo"

No artigo anterior, falava eu que a “crise” mundial que afecta quase todos os povos está, de forma bem visível, a provocar (ou a transformar-se em) um surto de medo.

O medo, como então disse, é fruto de toda a conjuntura política, económica e social em que estamos mergulhados, tendo, vincadamente, origem na ausência de emprego para quem dele carece por não possuir outra forma de superar as necessidades básicas de um ser humano.

Há quem, baseado em velhos conceitos, diga que o medo “aguça o engenho”, no que não é, em nossos dias, possível estar de acordo, já que, sem meios materiais e psicológicos, não existem forças físicas, nem mentais e morais, para empreender coisas grandiosas que mudem o modo de se estar na vida.

O medo, isso sim, leva a gestos que garantam a sobrevivência e a muito pouco mais. Os heróis, em imensos casos, foram-no, porque tinham de sobreviver (eles ou os outros a quem salvaram), era uma questão de vida ou morte.

Sem lume por perto a palha não arde. Há que haver a chispa que ateie o fogo… No ser humano, havendo meios, o medo pode ser a faísca para criar grandes coisas, mas, de mãos vazias, nada será possível. Com fome não se aprende nada, nem nada se realiza. O próprio Jesus sabia disso, tanto que, antes de ministrar seus ensinamentos, alimentava os seus ouvintes, fê-lo, pelo menos, duas vezes – afirmam os Evangelhos.

Ou estarei errado?...

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