A neve é fria e dói, sobretudo quando o agasalho é escasso, mas enche-nos o olhar, porque transforma tudo em belíssimas esculturas do mais branco e fino mármore de Vila Viçosa.
Gosto de ver a neve através da janela do meu escritório confortavelmente aquecido, pois, desse modo, extasiou o olhar sem sentir a algidez que ataca o meu pobre e gasto esqueleto e me causa dores nada (mesmo nada) agradáveis.
Vi, pelos noticiários, que a neve já embelezou, com a sua alvura, vários pontos de Portugal, mas eu ainda a não vi da janela do meu escritório.
Quando era criança, ouvi dizer à gente do Povo, em que eu estava inserido, que «ano de nevão é ano de pão», pois, segundo diziam, a neve contribuía para um profundo trabalho de desinfecção (desinfestação) dos campos com a morte das bichezas que atacam os agros quando se dá a rebentação das sementes, na Primavera. Não sei se é verdade, todavia faz sentido, lá isso faz.
Nesta vida há muita coisa a fazer sentido e que, depois, não passa de mais um (de muitos) mitos criados pelas Comunidades humanas no decorrer do Tempo.
Parece que o Homem, precisa de mitos, mesmo que esses mitos sejam figuras monstruosas em suas acções. Por exemplo, como é possível adular e desejar um morto que foi um verdadeiro “Anticristo”, em Portugal, no pensar e no proceder, chamado Salazar?
- Merda p’ara os mitos e para quem os cria!...
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