Fui aos “fados”, a convite de uma amiga e, naturalmente, encontrei lá, com a sua amada guitarra, o meu “velho” Amigo Sousa.
Eu, num pequenino interlúdio das cantorias, declamei uns poemas meus que agradaram aos presentes. Então o Sousa disse-me:
- Viseu, não honra e esquece (e despreza, acrescento eu) os seus verdadeiros Artistas.
Que sim, respondi-lhe. Já meu saudoso pai dizia que «Viseu é boa madrasta e má mãe.»
Na realidade quem vem de fora, mesmo não sendo nada, é acarinhado e louvado até à paranóia. Homenageia-se quem “sabe lamber botas” e dizer (ou fazer) trivialidades e, sem pejo mas muito descaradamente, abandonam-se os talentosos (e ditosos) filhos que, com a força e a graça da sua Arte, dignificam aquela que os viu nascer.
Hospitalidade é uma coisa, adulação é pobreza de espírito!
Efectivamente – digo-o com dor –, as Instituições culturais ou simplesmente oficiais e oficializadas que deveriam estar bem atentas à Cultura local e aos seus fazedores (poetas, escritores, músicos, cantores, pintores, escultores, actores, etc.) desligaram-se de tal tarefa – diga-se, missão – e olvidam apoios a quem é digno de os receber.
Enfim, é a gente que temos!...
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