Conviver – aprendi em criança – é, como a palavra o diz, compartilhar vivências. Nada mais simples e mais belo!
Quando convivemos trocamos ideias uns com os outros, falamos, debatemos, rimos, choramos, numa palavra: amarmo-nos uns aos outros, irmanados num só sentimento de entrega e, de certo modo, de paz.
Ontem estive num magusto de uma associação, para que fui convidado com minha esposa, e, pensava eu, iria desfrutar de uma boa noite de convívio.
Enganei-me. A perturbar o ambiente, que “seria” de verdadeiro convívio e autêntica amizade, colocaram uma televisão, ligada a um leitor de vídeo, e puseram-se a passar as imagens (despropositadas, afirme-se com veemência) das actividades dessa instituição, com naturais, mas ruidosas, interjeições dos jovens presentes, empolgados com a aparições dos seus viçosos rostos naquela exibição.
Tudo, nesta vida e neste mundo, tem o seu momento próprio e adequado para acontecer, todavia, num magusto, que devia – repita-se – ser de convívio e fraternal amizade, não foi próprio cortar esse estado de alma com algo que não tinha nenhum enquadramento numa entrega de almas com o mesmo objectivo comum.
Cultura também é isso. Saber o que é e o quando é próprio desenvolver certas acções. A mostra, daqueles vídeos, tinha cabimento numa sessão especialmente convocada para o efeito. Contudo, de forma alguma, se adequava a um Magusto – encontro de diversão, amizade e irmanação de sentimentos e emoções.
Quem dirige uma associação (seja ela do que for) não pode cair em trivialidades, cometendo o erro de desconhecer os devidos momentos para cada coisa, sob pena de estar a destruir o sentido associativo e o altíssimo valor da palavra Cultura.
Mas quem sou eu, pobre mortal, para estar a querer virar o Mundo, já tão de patas para o ar?!...
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