terça-feira, outubro 19, 2010

A "Crise" e a Fome

No meu livro “Dente de Cavalo” (esgotado), falo nos Pasteis de Vouzela, originários do Convento de Santa Clara do Porto, enquanto os de Tentúgal são originários do Convento da mesma ordem, mas de Coimbra. Dou até a respectiva receita.

Todavia, por lapso – «Homero também dorme» –, não referi que aqueles pasteis, muito ricos em calorias (proteína, glúten, albumina, minerais, etc.), foram criados para ajudar os pobres, no alívio e cura da “tísica” (tuberculose), doença que flagelava muita gente desde tempos imemoriais e tinha como principal causa a fome que grassava, endemicamente, por todo o lado em Portugal e, também, em alguns países da Europa.

A Fome…

Pois é! Ela aí está e não é um espectro, é uma realidade visível, palpável e (imensamente) preocupante!

Infelizmente não é – toda a gente, com sensibilidade, o sabe – uma utopia, é sim, uma desgraça que aumenta, dia a dia, com a crise económica que vivemos e com o apertar do cinto em que já estamos e estaremos, com mais veemência, a partir de Janeiro de 2011.

Só que agora já não há freiras caridosas que possam valer aos pobres famintos e doentes, porque foram esbulhadas dos bens que lhes permitiam ser assim caritativas. Por outro lado, as Instituições de Solidariedade Social não recebem (do Estado) os apoios de que precisam para cumprirem a nobre missão de auxílio aos mais carenciados.

- Meu Deus, quem nos acode?!...

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