domingo, fevereiro 21, 2010

Divagando sobre Camus e Proust

Olá Zézinha,
No comentário muito amigo e cheio de ternura, que me enviaste e que, a seguir, transcrevo, pedes-me que "escrevinhe" algo sobre os pensamentos de Camus e de Proust que destacaste. Quem sou eu - pobre e (saudavelmente) louco poeta - para me aventurar a dissertar conjecturas a propósito do conceito poético-filosófico desses dois "monstros" da literatura Europeia e Mundial???
«Calema, deixo-te aqui dois pensamentos de Albert Camus e Marcelo Proust respectivamente;
Acho eu (penso eu de que...) te dirão algo, e por certo vão fazer com que “escrevinhes” mais alguma coisa, que gostamos de saborear...
- A verdadeira viagem de auto-descoberta não reside na busca de novas paisagens, mas em termos novos olhos.
- A meio do inverno, descobri finalmente que havia em mim um verão invencível.
Um abraço amigo grato pelas tuas palavras e sobretudo pelo "fiquei mudo".»
Os "novos olhos" de que fala Camus, levam-me a Miguel de Unamuno quando diz que «la belleza esta en los ojos de quien mira.« Na verdade o que conta não são os dois globos coloridos que temos na cara, mas o que nos vai na mente. Se somos bem-formados por certo que a nossa visão será a dimanação do Amor que temos às coisas, animais e pessoas.
Quanto ao segundo pensamento de autoria de Proust, também eu digo: descobri que, efectivamente, existe, nos tais "bem-formados", um sol quente de verão que ninguém consegue, por mais que o tente, apagar. Podem haver momentos de angústia, dúvida e dor, todavia o calor solar que reverbera na nossa alma aquece-nos e impele-nos a seguir em rente, afim de que continuemos a construir, à nossa maneira, a Beleza e a Paz, na busca infinita da Harmonia Universal.

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