sexta-feira, fevereiro 26, 2010

Amigo na adversidade

Custa-nos a entender como as pessoas só mudam e só entendem a realidade das coisas quando levam um murro e ficam com alguns dentes partidos.
Contava meu pai que, em África, havia um homem que o invejava e que, por mor disso, lhe fazia picardias e maldizia dos seus sucessos profissionais e humanos. Insatisfeito com tal situação, meu pai encontrou-se com esse sujeito e depois de uma acalorada troca de palavras o outro, julgando-se superior, face ao seu avantajado corpo, atirou-se ao meu pai, numa luta desigual, mas meu pai, usando de todas as forças que tinha e mais das que vieram não sabia donde, mesmo por baixo da avantesma, conseguiu desferir um potente soco no adversário que lhe quebrou três ou quatro dentes da queixada e o fez, de pronto, pôr-se de pé para ir ao pronto-socorro mais próximo.
Após este acto de extrema violência - dizia o meu pai - aquele homem tornou-se o seu melhor amigo, não pelo murro que levou e sim pela ajuda que lhe deu quando o viu, de pé, a sangrar ,fortemente, pela boca.
«Quem tiver ouvidos que ouça!...» - Disse Cristo e eu, hoje, repito.

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