quinta-feira, outubro 22, 2009

Divagação sobre decadência inbtelectual

Diz um milenar aforismo Hinduísta que «quando morre uma pessoa idosa, arde uma biblioteca».
Na verdade, assim era num passado ainda da lembrança de muitos dos actuais viventes, pois a média de vida rondava os 60/70 anos, o que quer dizer que as pessoas faleciam (quase) no auge das suas capacidades intelectuais. Depois, talvez por a morte ser precoce ou pelo estilo de vida que levavam, sem as correrias e sem competições no trabalho, causadoras de stress, como sucede actualmente, as doenças mentais, (Alzheimer, por exemplo) não afectavam tanto os que partiam. Nesse tempo morria-se por exaustão física, por mingua alimentar, por intoxicação causada pelo chumbo das canalizações e por inexistência de meios clínicos e cirúrgicos para certas enfermidades.
Essas pessoas morriam no climax da sua sabedoria, a qual fora adquirida através dos anos, pela vivência de acontecimentos, pelo estudo, pela introspecção e por muitos outros meios. Esses mortos precoces não chegavam a entrar em decadência mental, intelectual ou psicológica, não tinham tempo para que tal acontecesse, eram demasiado novos, embora tivessem o aspecto de velhos.
Quer dizer: os velhos de ontem - referidos pelos Hinduístas - são agora as pessoas de meia idade. Essas sim, são autênticas bibliotecas ambulantes, porque ainda não atingidas pela decadência que o peso dos anos sempre traz.
Daqui se infere que quem, vencido pelas doenças e pelo tempo, se apercebeu da sua decadência intelectual, para não destruir o prestígio alcançado, deve - como diz o povo - «meter a viola no saco e gozar o resto dos dias com sopas e descanso».
Estarei, como de algumas outras vezes, errado e a demonstrar a minha burríce?!...

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