Ontem fui ao funeral de minha tia e madrinha, senhora de 90 anos, e, em conversa com um dos meus primos, sobre restauros de velhos solares, como aquele em que vivia a defunta, que era o do Visconde de Ferrocinto, chegamos à conclusão de que para além de custar os olhos da cara, muitas vezes, essas obras eram executadas sem qualquer cuidado, nem critério de preservar a técnica e a vetustez de tal património.
E referiram-se exemplos de edifícios que endinheirados e bacocos “novos-ricos” adquiriram à falida aristocracia deste país, os quais se tornaram, por via disso, autênticos e lamentáveis atentados à Arte, à História e à Tradição cultural da nossa arquitectura.
E as perguntas surgiram-me, naturais e fluentes como um rio: Como evitar tais dislates? A quem cabe fiscalizar e evitar esse estado de coisas? O que andam a pensar e a fazer os Municípios que aprovam esses projectos? Será que estamos na “Republica das Bananas” em que cada qual faz o que muito bem lhe aprouver? A ser assim, onde vai parar o legado patrimonial desta nação tão orgulhosa de seu passado?
De bacoquice estamos todos tão fartos! Então por que não gritamos, como eu estou a fazer, e gritar de todos os modos ao nosso alcance para que não se perca, estupidamente, mais da nossa riqueza arquitectónica?!...
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