As coisas da História deixam sempre grandes espaços abertos para a conjectura ou seja, para a interpretação dos factos, mediante o pensamento e o conceito de quem se debruça sobre o assunto, surgindo daí, como na música, variações sobre um mesmo tema.
No presente, parece estar na moda falar (digo, especular) acerca da origem de Cristóvão Colombo. E são tantas e tais as versões que seria fastidioso debruçarmo-nos sobre elas.
Manuel de Oliveira, no seu último filme, aventa a hipótese (um tanto romântica) de o Navegador ser natural de Cuba, no Alentejo e, por essa razão, ter dado esse nome à terra que (julgou ele) descobriu, o que não será verdade já que os portugueses tinham conhecimento de um continente que obstruía o caminho náutico entre o Oceano Atlântico e o Pacífico.
Nós queremos – talvez por uma questão de orgulho ou vaidade nacional – provar ao mundo que Colombo era um português de gema.
A este propósito, ocorre-me dizer que meu pai contava – porque foi seu aluno – que o Dr. José de Oliveira Boléu ensinava que Cristóvão Colombo era filho de uma tal Infanta D. Maria e de um pajem da corte, motivo porque, para salvaguardar a família real do que, na altura, era tido como um escândalo terrível, com poucas horas de vida, foi entregue a uma ama e levado para Génova, onde viveu alguns anos.
Onde está, então, a verdade histórica? Quem tem razão? Acaso já se encontraram as provas de cada uma das variações desta sinfonia de insondável mistério?
Sem comentários:
Enviar um comentário