Há coisas que não consigo entender. Uma delas é porque quando morre alguém (rico ou não), mas que deixe alguns quaisquer pertences, logo os familiares, ou não, se apressam (quase como quem anda a roubar) em levantá-los para uso e proveito próprios.
Tenho até conhecimento (por experiência adquirida ao longo dos anos, que já conto) de casos em que esse “assalto” se deu, a coberto da noite, e com o corpo do defunto ainda jazendo na “pedra fria” da morgue.
A ganância é um defeito terrível nalguns seres humanos. Pessoas de postura pacata, num repente, tornam-se verdadeiros “abutres”, em disputa da “carniça” que outros deixam como despojo final.
Noutros casos – sei-o eu, de fonte segura –, famílias que dantes eram exemplo de bem-querer envolvem-se, após a morte dos seus progenitores, ou testadores, em verdadeiras batalhas, em luta pelo melhor naco do património a ser partilhado. E zangam-se. E ficam de relações cortadas para o resto das suas vidas.
Mas estas atitudes não são exclusivas de gente de poucos teres, pois, entre pessoas ricas, e bem ricas até, sucede o mesmo, perdendo toda a compostura do seu estado económico/social.
Para quê e por quê tais comportamentos? – É-nos lícito inquirir.
Afinal, a depuradora morte – na normal sucessão e equilíbrio da Natureza para a continuidade em novas gerações – pode também ser factor de desavença e de mal-estar na medida em que pode desarmonizar aquilo que era (parecia) um mar tranquilo numa praia de areia branca e palmeiras a sombrearem as dunas.
É, talvez, este contraste que possibilita o desmascarar das situações e leva, obviamente, ao apurar da espécie humana, permitindo separar o “trigo do joio”, para que este seja destruído e fique só o cereal limpo que vai possibilitar uma boa sementeira e, daí, uma colheita mais apurada, num Mundo mais justo e, por isso, mais pacífico e melhor para ser habitado pelos que nos hão-de suceder.
Sem comentários:
Enviar um comentário