segunda-feira, novembro 26, 2007

Pobreza...

Estava um dia de sol luminoso, mas, devido ao vento, muito frio, para a época, já que ainda não chegamos ao Inverno, embora estejamos a dar as despedidas ao Outono.

Uma mulher, dos seus cinquenta e picos anos, sentada na soleira da montra de uma pastelaria, enrolada num xaile, estendia a mão a quem passava, pedindo, «por caridade», uma esmola.

Uns bons metros mais acima, uma cidadã dos países de Leste, também de mais de cinquenta anos, dirigia-se aos passantes para que lhe dessem qualquer coisinha.

Fiquei triste e meditativo, embora tivesse visto essas imagens, muitíssimas vezes nos anos 50/60 do século passado, não entendo como é que no início do século XXI, ainda não foi possível erradicar, em Portugal e no Mundo, o flagelo da pobreza.

É preocupante e lamentável como os governos e os políticos (falsos políticos que não servem, mas se servem) não têm talento para encontrarem soluções que resolvam, de vez, tão grave problema da humanidade.

«Quem pede precisa de comer todos os dias, entretanto, quem dá não o pode fazer sempre.» – Diziam, e bem, aqueles que nos antecederam.

E não são só os adultos os afectados, as crianças também são vítimas da fome, da miséria e da doença que lhe é inerente. Tinha razão Augusto Gil, no final do poema “Balada da Neve” ao perguntar doloridamente: «…mas as crianças, Senhor, / por que lhes dais tanta dor, / por que padecem assim?»

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