O Sol, desde a mais remota antiguidade, foi (e ainda é para muitas religiões e povos) considerado como uma divindade produtora de energia, logo, de sabedoria e, concomitantemente, de força criadora e de poder sobre as coisas e sobre os homens.
Talvez por isso – herança inconsciente de gestação –, as crianças, em quase todas as suas garatujas, o incluem no alto do Céu azul, a sobressair, fortemente, com seus raios, num quente tom amarelo, que o destaca, de forma ingénua, de toda a restante composição infanto/artística.
O Sol, de certo modo, é a expressão da liberdade em toda a sua dimensão e pureza. É – digamos – o símbolo democratizado do homem livre de grilhetas intelectuais e espirituais. Livre de princípios e ideias velhas e preconceituosas, Livre da tirania do semelhante que explora a força dos seus braços, a capacidade criadora da sua mente e o convencimento das suas palavras bem medidas e justas na defesa das boas causas.
Quem me dera ser Sol, para dizer, sem medo, aquilo que me oprime e me dói! Quem me dera estar bem alto, como o Sol, para gritar a raiva que me vai na alma contra o Tribunal da Relação que, seguindo friamente apenas a interpretação da lei, vai, se não houverem mudanças, atirar para a demência uma criança inocente e indefesa, a qual será mais um ser humano a engrossar o já vasto quadro de pessoas a sofrerem de doenças mentais neste país, tão pequeno no tamanho, mas tão grande na estupidez e na desumanidade!
- Porra, que é demais!
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