Ter de agradar a alguém é sempre difícil, mas agradar a todos é mesmo impossível. Por isso, tudo o que eu faço, no campo da cultura, da arte, da sociedade, da ecologia e noutros âmbitos da vida humana, não é para agradar a ninguém, em particular. É, sim, para me agradar a mim próprio, pois me alivia das tensões e emoções de cada dia. Se, assim mesmo, o meu modesto trabalho ainda agrada a alguém é sinal que, seja como for, valho alguma coisa. E é a evidência, palpável, de que as minhas mensagens têm um mérito qualquer que, nem sei qual será, já que desconheço os critérios dos meus distintos e simpáticos avaliadores.
Dito isto, de um fôlego só, é meu dever simplificar e especificar o verdadeiro sentido destas palavras, já que quando me lanço numa qualquer actividade criativa, nunca sei o que vou dizer, desenhar e pintar. Ataco o papel e a tela (em branco) deixando que as ideias fluam e as comoções me tomem a mente e o coração, depois… bem depois surge a luz, e na pantalha do computador ou no linho alvo de um quadro, aparece um poema, uma história, um conjunto de explosões filosófico/sociais e um mar de traços e cores que formam a obra final.
Que ninguém pense que as minhas realizações são laboriosamente rascunhadas, estruturadas, etc. Eu escrevo um pouco (um muito) «de la tete à la machine» como diria uma francesa, minha amiga. É verdade! No primeiro impulso sai o que sai.
Depois, sim, vêm as revisões – o buril, como dizem os poetas. Mas, na maioria das vezes, como hoje, nem isso, é escrita pura, sem artifícios, nem aditivos – digamos, parafraseando os agricultores ecologistas: «é arte biológica, sem adoçantes, nem conservantes»!
E, pronto, foram palavras ditas!…
Sem comentários:
Enviar um comentário