quarta-feira, novembro 14, 2007

Ociosidade e adaptação

Nem sempre uma pessoa tem disponibilidade para se sentar, ao computador, e carregar o seu blog com uma nova mensagem. Dirão que é preguiça, pois um reformado tem todo o tempo do mundo para o fazer.

Talvez tenham razão! Só que, comigo, isso não funciona. Há sempre, sempre um assunto a tratar. Umas vezes, são afazeres burocrático/administrativos; outras, é alguém que nos pede este ou aquele favor que urge ser feito; por último, é o cuidado em ser útil a uma pessoa que precisa, por isto ou por aquilo, de estar e falar connosco.

Aquele rol torna-se tão longo que seria fastidioso enumerá-lo exaustivamente. Ainda bem que assim é! O contrário resultaria em nulidade e em doença física e mental.

Fico bem admirado porque vejo imensa gente, nos rossios das cidades, sentada na mais completa ociosidade e pergunto: por quê? Será que o tempo parou na sua ampulheta e já não vale a pena fazer mais nada por si e pelos outros? Ou será que não sabem fazer mais nada, a não ser aquilo que fizeram, durante enquanto no activo da sua profissão?

Se esta última questão for a causa de tal inactividade, só nos resta lamentar tão grande inadaptação à vida humana em comunidade.

É triste, é bem triste, mas, infelizmente, ao que sabemos e vemos, existem ainda imensas pessoas nesta situação, pois, daí, só pode surgir (especialmente nos trabalhadores de meia idade) o medo à “flexibilidade” de emprego.

Aprendeu-se o trivial de um qualquer ofício e… depois, sente-se uma enorme dificuldade na mudança, e desaparece o desejo de prosseguir, na vida, por novos caminhos, rumo ao porvir. Donde, nessa sequência e consequência, surgem, de forma preocupante e avassaladora – quase como uma epidemia dos nossos dias –, as depressões de toda a ordem.

Ou será que sou burro?...

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