Ao olhar para a pobreza vigente nas ex-colónias portuguesas, invade-me uma imensa tristeza. Dói-me ver um chão úbere, um subsolo riquíssimo e um povo ávido de conhecimento e generoso na sua entrega à luta pela subsistência, tacteando na procura de uma saída para a desgraçada miséria em que ficaram após a retirada dos colonizadores.
Nós (portugueses) que – segundo Camões e, mais recentemente, Agostinho da Silva – «demos novos Mundos ao Mundo», em quinhentos anos de subjugação, não fomos capazes (ou não nos convinha) de ensinar aquela gente a pescar em vez de lhe mostrar o peixe que não pousava nunca nas escudelas, para que aconchegassem seus esvaziados estômagos.
«Heróis do mar, nação valente...» Qual quê? Qual carapuça!...
Nação falhada. Falhada, sim, nas colónias e falhada no seu próprio território, onde, triste e lamentavelmente, vivemos – rectifico –, sobrevivemos na cauda de uma Europa, ainda que doente, com bem melhores condições do que aquelas que, por cá, temos.
Será que não temos cérebros de qualidade? Claro que os temos, mas, porque a mediocridade é maioritária, têm de buscar o sucesso no exterior, onde a inveja os não acabrunhe e destrua.
Que mais dizer?...
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